Prédica: 1 João 4.7-12
Autor: Wilfried Groll
Data Litúrgica: 13º.Domingo após Trindade
Data da Pregação: 24/08/1986
Proclamar Libertação – Volume: XI
I — O texto
A perícope foi tratada em 1979 por H.A. Trein no volume V desta série, com a delimitação w. 7-16. A nova ordem de perícopes reduz o texto de pregação aos vv. 7-12, concentrando-o, portanto, inteiramente na exortação ao amor reciproco. A conclamação não é de caráter genérico ao amor ao próximo ou ao inimigo, Conclama-se duas vezes expressamente e em formulações parecidas ao amor na comunidade (vv. 7,11). O fato de o amor dos cristãos também dever dirigir-se às pessoas fora da comunidade é noção que não chega a se expressar em todos os escritos joaninos, ao passo que eles frequentemente apresentam conclamações ao amor na comunidade. Mesmo o mandamento do amor de Jesus, segundo João, tem por horizonte a comunidade (Jo 13.34; 1 Jo 3.23). A exortação está voltada não para o cristão individual, mas para a comunidade como tal. A conclamação v. 7 amemo-nos uns aos outros e v. 11 devemos nós amar uns aos outros ultrapassa a admoestação a cada indivíduo na comunidade no sentido de amar o seu irmão, na medida em que nenhum cristão individual a ela pode fazer jus. O indivíduo participa do amor recíproco na comunidade e contribui para a sua realização, mas ele não pode, por sua atuação, provocar a reciprocidade no amor. O vocativo amados identifica a comunidade como pessoas amadas por Deus e pelo missivista João. A conclamação ao amor recíproco se dirige à comunidade como grandeza intersubjetiva na qual se deve realizar o amor como forma de tratamento. Usando conceitos da teoria da representação de papéis, poder-se-ia dizer que se visa o amor como norma supra-individual da comunidde, de modo que não só a conduta, mas também a expectativa de conduta de cada membro da comunidade possam estar centradas na realização do amor. A exortação busca para a comunidade o caso exitoso e feliz do amor, no qual o amor de um encontra receptividade, resposta e confirmação no amor do outro. A respeito desse feliz êxito do amor recíproco na comunidade diz o v. 12: Se amarmos uns aos outros, Deus permanece em nós, e o seu amor é em nós aperfeiçoado. Neste êxito do amor, no qual se torna concreta a unidade da comunidade, reconhecem-se os discípulos de Jesus (Jo 13.35) e assim é que o mundo deve ser conduzido para a fé em Cristo (Jo 17.21-23). Desse êxito é que se origina a alegria escatológica da comunidade. (Jo 15.9-11).
Vv. 7s fundamentam a conclamação ao amor recíproco na comunidade com a observação de que é no amar que se define se alguém participa da realidade de Deus ou a ele não pertence. A prática do amor coloca a pessoa em Deus, pois todo aquele que ama é nascido de Deus. O amor contém conhecimento direto de Deus, não na qualidade de intelecção teórica adquirida em observação distanciada, mas como intuição prática que implica a familiaridade íntima com seu objeto. Todo aquele que ama conhece a Deus. Aquele que não ama, não conhece a Deus, pois Deus é amor. Essas sentenças estão abertas para que o amor seja divino, como se além desse ainda pudesse haver outros ti-amor. O fato de a palavra amor soar tão bem, seu significado intensamente humano sugerem colocar amor e Deus em relação mútua. As sentenças o amor procede de Deus e Deus é amor em si nada contêm que justificasse uma interpretação restritiva, na qual se excluíssem experiências humanas de amor. Entretanto elas não afirmam que o amor seja divino, como se além desse ainda pudesse haver outros tipos de teores divinos, tal como no panteão romano ao lado do deus do amor ainda havia o deus dos comerciantes e o deus da guerra. O enunciado Deus é amor refere-se aos Deus do 1º. mandamento. O enunciado negativo do v. 8 Aquele que não ama não conhece a Deus é enunciado de repúdio aos falsos mestres que são motivo de advertência na 1ª. carta de João. Uma vez que pouco têm de amor fraternal, eles não possuem conhecimento de Deus e são hereges em sentido ético e ao mesmo tempo dogmático, bem como ameaça para a comunidade.
Como razão por que o autor deste carta pastoral ousa confessar Deus como amor, v. 9 cita a revelação de Deus no envio de Jesus. Neste envio se manifestou o amor de Deus. Ali Deus se manifestou não como poder vitorioso no mundo. Ali ele se manifestou como amor suscetível de frustração. Ali ele compartilhou a fraqueza de todo amor, que não tem poder sobre a resposta de amor por ele procurada. Em termos de teologia da cruz pode-se descrever esta noção da seguinte forma: Ao ser enviado ao mundo o Filho, da parte do Pai, por amor ao mundo (1 Jo 4.9; cf. Jo 3.16), e ao ser ele entregue neste envio ao ponto de ser morto (1 Jo 4.10; cf. Jo 3.16), a cruz é manifestação de Deus ao mundo. Pelo fato de o mundo não aceitar este amor (Jo 1.10s), e sim fracassar a comunhão de amor de Deus com as pessoas humanas, por causa destas, ao crucificarem-no, a cruz vem a ser a manifestação do amor frustrado de Deus para com o mundo. Entretanto, pelo fato de o Filho aceitar a morte na cruz por amor ao Pai (Jo 14.31), tomando-a sobre si mesmo, a cruz de Cristo passa a ser, por um lado, o primeiro caso de superação da frustração do amor de Deus para com as pessoas, humanas na consumação de comunhão de amor entre Deus e o homem Jesus; e, por outro, a cruz de Jesus é o sinal duradouro do amor de Deus que continua voltado para o mundo, amor este que supera a contestação das pessoas humanas ao torná-la sobre si (1 Jo 4.10; cf. Jo 1.29). Assim sendo a cruz de Cristo vern a ser a manifestação do amor frustrado e Deus, porém triunfante no Filho, amor este que deixa aberta para a pessoa a comunhão com Deus para vivermos por meio dele (1 Jo 4.9).
Na comunidade que encara a cruz de Jesus como revelação de Deus surge uma vida dessas, que por seu turno é vida no amor. O fato de o amor poder ser frustrado — o mais forte argumento do mundo contra á prática do amor —, seu fracasso, seu abuso, a própria derrota deixam de ser, na fé no crucificado, argumento contra a prática do amor, uma vez que a partir de Deus ele não é argumento contra a prática do amor. A frustração do amor não separa a pessoa de Deus, mas a liga com Deus, o qual se revelou no envio de Jesus. Considerando a cruz de Jesus, a prática do amor, o assumir do risco que lhe é próprio constituem prática reconhecida por Deus. Ela coloca a pessoa na liberdade Deus, fá-lo viver em sua comunhão e transforma a pessoa em criatura de Deus, a qual ela deve ser, uma vez que realmente toma da mão de Deus a sua vida.
V. 10 coloca expressamente como tema a questão até que ponto a prática cristã do amor depende de sua mediação por Jesus Cristo. Pois quem vive na comunhão com Deus, de modo a amar, reconhecera Deus, ser nascido de Deus, este, afinal, se coloca efetivamente do lado de Jesus Cristo, passa a ser seu irmão (Jo 20.17), perdendo importância a diferença entre o Filho unigênito (Jo 1.14; 1 Jo 4.9) e os filhos (Jo 1.12). V. 10 se volta expressamente contra a opinião de que originalmente o amor se baseia em sua própria realização cristã, contrapondo que mesmo o amor atualmente praticado pela comunidade permanece fundamentado na manifestação original do amor de Deus. Nisto consiste o amor, não em que nós tenhamos amado a Deus, mão em que ele nos amou, e enviou o seu Filho como propiciação poios nossos pecados. Nisto o texto opta, portanto, pela prática do amor que permanece consciente de sua mediação histórica pelo envio do Jesus. A pessoa não deveria apenas praticar o amor, mas tornar ao amor ela própria, deveria viver naquela constância da liberdade de Deus como a comunidade o professa a respeito de Jesus, caso ela quisesse identificar diretamente a sua liberdade em Deus com seu próprio agir. Por isso a 1.a carta de João não concita a que a pessoa sempre volte a lançar-se na prática do amor, a bem dizer, porque somente assim ela poderia reconhecer a Deus; e sim ela tenta conduzir a comunidade como que indiretamente, ou seja, pela lembrança do envio do Filho de Deus, para a prática do amor e preservá-la na mesma. A mediação cristológica do amor permite à comunidade acolher e reconhecer também aquelas experiências que no mais teriam que ficar reprimidas, ou seja, que mesmo na comunidade o amor muitas vezes não é praticado, que mesmo entre cristãos existe contradição entre a intenção e a realização do amor(1 Jo 1.8-10). O reconhecimento do mal na própria vida, e não só na dos outros, se torna possível face à constatação de que a própria falta de amor desqualifica a pessoa perante si própria e perante as outras, mas não perante Deus, para a prática do amor, para o uso da liberdade de Deus concedida por Cristo. Deus… enviou o seu Filho como propiciação pelos nossos pecados.
A liberdade de que o faz uso o cristão na prática do amor, ao assumir o risco peculiar do mesmo, não pode ser realizada por sua própria atuação, mas está dada na fé em Cristo. Em Cristo Deus se dedicou a si próprio à comunhão com as pessoas humanas, para que vivam através dele.
Vv. 11s dizem como é que a comunhão com Deus proporcionada por Cristo deve desdobrar-se e realmente se desdobra como comunhão com outras pessoas. O amor demonstrado por Deus em Cristo pode tornar-se argumento para a exortação ao amor recíproco (v. 11), porque no próprio envio do Filho não se tratava de satisfazer o egoísmo salvacionista das pessoas, mas o estabelecimento de comunhão de Deus com as pessoas, da vida das pessoas como criaturas de Deus. Assim a comunhão proporcionada por Deus em Cristo e a liberdade para amar passam a ser elas próprias instrumentos dessa vontade de amor de Deus, com a qual ele, que é amor, faz-se valer dentro do mundo. Deus permanece invisível mesmo para aquele que ama. Mas no fato de um amor ao outro, ele está presente e chega á sua consumação o amor de Deus.
II — Meditação
1. A exortação ao amor recíproco parte da necessidade de renovação da comunidade: Se é que se pode exortar ao amor, isto é sinal de que para ela ainda há esperança. As relações carecem de renovação, mas também são suscetíveis de renovação. Por outro lado a exortação é sinal de que algo não está direito. O amor mútuo deixou de ser algo natural, sua espontaneidade ficou comprometida. A comunidade a que se dirige João evidentemente existe como comunidade, mas foi atingida por uma crise de desamor. Alguns membros consideram o amor recíproco como atributo prescindível da comunidade e se entregam a uma auto-realização estritamente religiosa. Para João está em jogo se os destinatários de sua carta podem continuar comunidade de Jesus Cristo, reencontrando o amor recíproco, ou se, juntamente com o amor, também perderão seu conhecimento de Deus e sua filiação divina.
Material: João agora estava velho… Não faltava muito e seus discípulos nem sequer conseguiriam carregá-lo para a igreja. Mesmo assim João não deixava escapar nenhuma oração de coleta, não deixava concluir uma coleta sequer sem dirigir palavra à comunidade, a qual teria dispensado até seu pão de cada dia mas não perdia essas palavras de João. Elas sempre eram simples e breves, e a cada dia se tornavam mais simples e mais breves, até se resumirem às palavras… ‘Filhinhos, amai-vos’… Na primeira coleta em que João não conseguiu balbuciar mais do que isto, elas foram muito bem recebidas, e ainda o foram na segunda, na terceira e na quarta oração de coleta; pois constava que aquele velho debilitado nem tinha condições de dizer mais do que isso. Somente quando, por vezes, o velho tinha dias melhores e mesmo assim não ia além daquelas palavrinhas, encerrava a oração de coleta diária com um mero ‘Filhinhos, amai-vos!’, quando notaram que ele não só conseguia dizer esse pouquinho, quando viram que ele nem queria dizer mais… aí sim é que esse ‘Filhinhos, amai-vos! ficou pálido, esmaecido, vazio. Irmãos e discípulos sentiam repulsa ao ouvi-lo, até que um dia se atreveram a perguntar o velho: Ora, mestre, por que dizes sempre a mesma coisa?’… João respondeu: Porque o Senhor o ordenou. Porque só isto, exclusivamente isto, se for feito, será suficiente, perfeitamente bastante.’. (Lessing p. 314s).
2. João exorta ao amor ao declarar ele próprio o seu amor. A interpelação amados antecipa aquilo a que deve levar a exortação, o amor na comunidade, João dá ele próprio o primeiro passo em direção à comunidade. Ele enfrenta o risco de rejeição da sua declaração de amor, o risco de que a comunhão que ele procura (1 Jo 1.3), não venha a surgir. João se coloca em dependência de sua comunidade. Pelo lato de ele amar a comunidade, ele precisa do amor da comunidade. Sou amor não é tão desinteressado e abnegado no sentido do poder dispensar a reciprocidade da comunidade e portanto a comunhão com a mesma.
3. João exorta ao amor em nome do amor que Deus manifestou pelo envio do seu Filho. A atuação e a sina de Jesus mostram que Deus não salva a sua comunidade com um truque metafísico. Antes ele declara o seu amor à pessoa humana e assume o risco de mal-entendidos e rejeição. Mas ele oferece àqueles que confiam em seu amor a possibilidade de praticar o amor em liberdade divina e assim realmente viver por seu intermédio. O risco de amar neste mundo coloca a comunidade na comunhão do Jesus crucificado. A fé de que no crucificado se revelou o próprio Deus a coloca na liberdade do seu Senhor ressurreto.
4. A exortação Amemo-nos uns aos outros eu desdobraria na pregação relacionando-a com uma ou mais atividades na comunidade, colocando-as sob a questão: até que ponto elas exprimem amor recíproco? O etos cristão, via de regra, salienta a dedicação abnegada no amor. Para sublinhar esta abnegação desinteressada costuma-se ressaltar que o amor cristão não busca enriquecimento próprio (à diferença da libido, do eros, da filia), mas visa a felicidade do outro. Por mais correia que seja, essa descrição não pode parar aí. Para que se distinga o amor cristão de um princípio altruísta nem se caia sob a suspeita de masoquismo que tem seu prazer no sofrimento por outros, amor liga aquele que ama com o destino do outro. À diferença do princípio altruísta, que, como o seu oposto, o egoísmo, consegue abster-se de uma comunhão de amor, o amor não o consegue. Quando o amor é tomado como princípio altruísta, ele é definido de forma tal que ele também não carece de reconhecimento e correspondência do outro, reações estas que não estão em sua disponibilidade. Uma vez que amor não pode forçar a reciprocidade, no princípio altruísta ele acaba sendo reduzido, em sua definição, a um amor que poderia atingir o seu alvo mesmo sem reciprocidade. Embora semelhante amor altruísta esteja disposto a sofrer pelo outro, ele se imuniza contra o sofrimento que surge para o amor real quando não é reconhecido nem correspondido. Ao se voltar para o outro, ele não obstante o deixa só. O esboço do filme Nazarin de L. Buñuel em G. Gutierrez (p. 168) assim descreve o protagonista: Importava-lhe mais o ato de caridade que ele fazia, do que o homem concreto a quem era dirigido esse ato. Compraz-se cruelmente Buñuel em nos mostrar as desastrosas consequências de tais gestos de caridade, bem como a indiferença de Nazarin com referência a elas. Na base do altruísmo, obras de amor sem dúvida são possíveis, mas não ocorrem por amor, uma vez que em princípio já desistiram da comunhão amorosa com a pessoa à qual estão dirigidas. É neste sentido que entendo Paulo: E ainda que eu distribua todos meus bens entre os pobres, e ainda que entregue o meu próprio corpo para ser queimado, se não tiver amor, nada disso me aproveitará. (1 Co 13.3). Semelhante amor facilmente terá traços paternalistas, porque a reciprocidade não é essencial em princípio para aquele que ama participação correspondem mais ao amor do que atividades informativas planejadas e orientadas unilateralmente, uma vez que aquelas deixam mais claro que não se trata de assistência, mas de comunhão entre pessoas, na qual pretende consumar-se o amor de Deus (1 Jo 4.12). Quando a comunidade procura comunhão em amor, as concretizações de sua atuação também revelarão e tornarão superáveis a cumplicidade latente do seu sistema social com características opressoras.
A exortação ao amor mútuo não é neutra no que tange aos sentimentos. Estes refletem o horizonte de sentido em que ocorre uma ação para com determinada pessoa. Sentimentos como alegria, dor, anseio antecipam subjetivamente a comunhão em questão nos atos de amor. Isto vale para atos de culto nos quais Deus afirma à comunidade sua presença e seu futuro, tanto quanto para as atividades sociais da comunidade nas quais ela se constitui como grandeza social. O pragmatismo da atuação institucional muitas vezes é demasiadamente seco em comparação com os afetos individuais das pessoas envolvidas. Estes deveriam ter seu justo lugar em promoções comunitárias, não no sentido de culto sentimental em que se sobrepõem momento humanos, mas para manter presente a nível individual o fato de que as pessoas concretas são mais importantes que tudo mais.
III — Subsídios Litúrgicos
1. Confissão de culpa: Senhor Deus, muitas vezes já ouvimos e a rigor não mais nos surpreendemos muito com o fato de nos amares. O que nos surpreende é que também amas aos outros que não apreciamos, que estão contra nós. Faz-nos entender e aceitar a tua maneira de amar. Torna-nos sóbrios em relação a nós mesmos. Faz-nos entender mais profundamente que temos a vida por causa do teu amor, nós próprios tanto quanto os outros. Permite que assim consigamos superar as contradições existentes entre nós. Perdoa quando nos trancamos em nós mesmos, quando nos damos por satisfeitos com nossas ilhas de felicidade, para as quais nos retiramos enquanto outros sucumbem em seu infortúnio. Perdoa-nos o mal-entendido do teu amor, como só ele existisse somente para nós. Toma posse do nosso pensamento, sentimento e querer, para que aprendamos a viver em teu amor, juntamente com as outras pessoas. Senhor, compadece-te de nós! Amém.
2. Oração de Coleta: Misericordioso Deus e pai que em Jesus Cristo nos demonstraste o quanto nos queres, para que vivamos sem temor, concede-nos coração aberto e visão clara do que devemos fazer. Tira de nós a timidez, para que de bom grado pratiquemos a tua vontade, através de Jesus Cristo, teu Filho, que contigo e com o Espírito Santo vive e rege de eternidade em eternidade. Amém.
3. Assuntos para a oração final: Intercessão em favor das vítimas do desamor, daqueles que são privados do fruto do seu trabalho, daqueles que têm que esperar por seu ganha-pão mais tempo do que se pode aguentar, daqueles que precisam pedir esmola para sobreviver.
Intercessão em favor daqueles que abusam do nome do amor para seduzir outras pessoas, que abusam do nome do amor para fazer negócio; que abusam do nome do amor para exercer tutela sobre outros.
Intercessão em favor daqueles que não mais ousam amar por ter passado por más experiências e não conseguem superar esse golpe; que não mais encontram impulso para o amor, querem si próprias, quer em outras pessoas; que se dão por satisfeitos com atos sucedâneos e buscam o sentido da sua vida no acúmulo de posses e na dominação de outras pessoas.
VI — Bibliografia
– BULTMANN, R. Die drei Johannesbriefe. In: August, H. et Meyer W. ed. Kommentar über das Neue Testament. Göttingen, 1967.
– GUTIERREZ, G. Teologia da libertação. 3. ed. Petrópolis, 1979.
– KRUSCHE, G. Meditação sobre 1 João4.7-12. In: Göttinger Preditmeditationen. v. 69, p. 346-353. Göttingen, 1979/80.
– LESSING, G.E. Das Testament Johannis — ein Gespräch, 1777. In: Wölfel, K. ed. Lessings Werke. v. 3, Frankfurt, 1967.