O segundo dia do 22º Concílio foi dedicado a ouvir os relatórios, pela manhã, e, à tarde, os conciliares reuniram-se em três câmaras para discutir previamente e com mais profundidade os assuntos que serão votados ao longo do dia de hoje, sábado. As câmaras foram: Documentos Normativos, Finanças – a que mais tempo levou para chegar a um consenso – e Planejamento e Missão.
Quem está coordenando este processo é Darcy Laske, eleito no 21º Concílio, em 1998, como presidente do Concílio da Igreja para um mandato de quatro anos. Laske, 54 anos, é professor universitário e reside em Florianópolis. Na história da Igreja, ele será conhecido como o primeiro presidente de Concílio eleito (e leigo), função que foi definida com a reestruturação da IECLB. Ele concedeu esta entrevista na noite de sexta-feira, antes do grande dia de decisões no sábado.
Qual as atribuições de um presidente de Concílio?
Darcy Laske – Conduzir o Concílio geral da Igreja que acontece regimentalmente a cada dois anos. O presidente também tem acento nas reuniões do Conselho da Igreja, onde tem voz, mas não tem voto.
O que é esperado dele?
Laske – Que ele conduza o Concílio com sabedoria, isenção e competência, para que as decisões sejam a vontade da maioria dos conciliares e fluam naturalmente.
Quais os temas mais difíceis e que poderão causar maior discussão neste 22º Concílio?
Laske – Acredito que a questão orçamentária, em função de uma decisão do concílio anterior estar sendo questionada neste concílio. Além disso, algumas moções poderão suscitar uma maior discussão, em função de seu conteúdo mais polêmico. Ainda assim , não existe nenhum assunto de grande polêmica neste concílio.
Qual a sua expectativa com relação ao 22º Concílio e como o sr. vê o andamento dos trabalhos até agora?
Laske – Os trabalhos estão fluindo excepcionalmente, os colegas de mesa têm participado ativamente nos encaminhamentos e isso tem me dado tranqüilidade. Como presidente, espero que as decisões doutrinárias e os encaminhamentos propostos pelo pastor presidente em seu relatório sejam efetivamente assumidas pelas comunidades para que a nossa Igreja seja cada vez mais viva e tenha uma identificação doutrinária cada vez maior.
Como o sr. vê a questão das finanças na igreja?
Laske – A nova estrutura ainda está em processo. Eu não tenho nenhuma dúvida de que esta questão que hoje está sendo polemizada será solucionada a curto prazo com um aumento da arrecadação através da maior conscientização das nossas comunidades, que vão contribuir mais fraternalmente. Para que isso se efetive, a Igreja através dos sínodos, deverá orientar mais decididamente suas comunidades e paróquias.
Qual a sua opinião sobre o Plano Missionário da IECLB?
Laske – Eu diria que ele veio em boa hora, embora penso que poderia ter chegado antes. Mas sempre é tempo de resgatarmos o tempo perdido e os sínodos precisam assumir com muita energia esta excelente proposta.
O que o sr. pensa sobre o encaminhamento a ser dado aos documentos normativos a serem votados neste concílio?
Laske – Há, realmente, a necessidades de uma discussão um pouco mais profunda. Verifica-se também, embora isso não esteja muito transparente, que há interesses de grupos para que a coisa não flua tão rapidamente. Mas entendemos que o tempo proposto até o próximo concílio é um bom tempo para elaborar bons documentos, pois eles vão definir, principalmente, toda a estrutura operacional dos recursos humanos da IECLB.