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Prédica: Mateus 16.21-26
Leituras: Salmo 26.1-8 e Romanos 12.1-8
Autor: Marga Janete Ströher
Data Litúrgica: 15º Domingo após Pentecostes
Data da Pregação: 01/09/2002
Proclamar Libertação – Volume: XXVII
Tema:

1. Uma mirada breve no Evangelho de Mateus

O Evangelho de Mateus surgiu, provavelmente, depois do ano 70, possivelmente por volta do ano 80-95 a.C. Este evangelho tem atrás de si não somente um evangelista ou um grupo de pessoas dessa comunidade, mas 50 anos de tradição oral sobre o movimento de Jesus, que se mantinha viva nas comunidades cristãs da Galiléia, Síria e Antioquia. “Centenas de testemunhas e profetas cristãos, homens e mulheres, participaram de maneira indireta na criação deste evangelho fundador da Igreja de Jesus.”1

Na exegese atual, há um reconhecimento do caráter eclesiológico de Mateus, presente especialmente nos cinco grandes discursos. A eclesiologia, a compreensão de Igreja, está fundamentada diretamente em Jesus, em sua prática e em sua palavra, e na prática dos apóstolos. É obra cristológica e eclesiológica. Sempre aparecem Jesus e a Igreja, ou seja, “a memória do Jesus histórico e como esta memória é vivida na comunidade dos discípulos e discípulas de Jesus, que é a Igreja”.2

Essa eclesiologia é concebida a partir do princípio da irmandade e da compreensão de que na comunidade não deve haver prerrogativas de hierarquias na liderança.

“Vós, porém, não sereis chamados mestres, porque um só é vosso mestre e vós todos sois irmãos. A ninguém sobre a terra chameis vosso pai, porque só um é vosso Pai, aquele que está no céu. Nem sereis chamados guias, porque um só é vosso Guia, o Cristo” (Mt 23.7-10).

Por outro lado, há uma limitação na história da exegese e hermenêutica de Mateus, que elaboraram uma história traditiva que põe um outro tipo de eclesiologia em evidência:

“A tradição sacralizou, dentro do Evangelho de Mateus, aquela frase de Jesus: ‘Tu és Pedro e sobre esta pedra edificarei a minha igreja’ (Mt 16.18). Esta sentença tornou-se o cânon dentro do cânon. Todo o evangelho foi lido a partir daqui, com um sentido dogmático, autoritário, patriarcal e hierárquico. Fez-se de Pedro o primeiro papa e institucionalizou-se a Igreja com um esquema totalmente alheio à tradição e ao texto do Evangelho de Mateus”.3

Em minha perspectiva, proponho resgatar esse princípio de irmandade proposto por Mateus, na concepção eclesiológica e suas implicações para nossos contextos eclesiais.

2. Algumas peculiaridades do Evangelho de Mateus

A ênfase do Evangelho de Mateus parece ser o ensino e a instrução. Diferente do Evangelho de Marcos, não está num movimento itinerário de Jesus. A importância de estar a caminho recebe aqui menor importância. Jesus tem uma moradia fixa em Cafarnaum (4.13; 9.1), o que aparece como inusitado em relação aos outros evangelhos.

As pessoas de regiões de fora da Galiléia vêm ao encontro de Jesus. Não se evidencia que ele tenha ultrapassado a fronteira. Assim, o espaço dos eventos parece ser em Decápolis (4.23-25) e no encontro com a mulher cananéia (15.22) – que, aliás, aqui não é chamada de sírio-fenícia. E não há evidências de ter estado na Samaria. A fronteira é o lugar do encontro, da ação, dos eventos.

Mateus é um evangelho, uma boa nova, aproxima-se da margem, da fronteira, do limiar, entre as mais excluídas da sociedade. Assim, prostitutas e publicanos, que estão à margem da sociedade, chegarão antes no Reino de Deus do que as pessoas que se pretendem já salvas. Publicanos e prostitutas em Mt devem ser vistos como parte da comunidade de Mateus, dos pequenos, que esperam a chegada do banquete messiânico.

Chama a atenção a forma como a presença das mulheres apresenta-se no texto. Assim, é significante a parábola das dez virgens (Mt 25.1-13). As virgens preparam a festa, descem uma rua pública, à noite, em uma área urbana e, em momento algum, o comportamento dessas mulheres é considerado inadequado. A sua procissão parece ser remanescente às conduzidas nos cultos às divindades helenistas. Aqui no evangelho elas estão preparando e se preparando para o banquete messiânico.

A análise do Evangelho de Mateus, que toma em consideração mulheres e imagens de refeições, produz resultados impressionantes. Mateus, considerado o mais androcêntrico dos evangelhos, é o único deles que apresenta mulheres em locais de refeição, reclinadas para a refeição, juntamente com homens. Mulheres e crianças estão juntas na refeição milagrosa, caracterizada como a festa eucarística desfrutada pela comunidade.

A difamação que levam antigos grupos religiosos e filosóficos, os quais desfrutavam de jantares com pessoas de ambos os sexos, evidencia a menção de Mateus da presença de mulheres acusadas de promiscuidade como membros do grupo de Jesus e, por dedução, do seu próprio grupo. É o único evangelho a ousar identificar explicitamente mulheres na sua comunidade com o escandaloso termo pórnai (cortesã/prostituta)4.

Assim, é interessante observar as mulheres que aparecem na genealogia de Jesus (Mt 1.1-17). Embora o eixo da genealogia seja masculino, aparecem mulheres que contam na linhagem de Jesus: Tamar, Raabe, Rute e Bersabéia, todas estrangeiras (araméia, cananéia, moabita e hitita); são mulheres que estão fora dos padrões familiares tradicionais, pois estão em situação de matrimônio “irregular”, violência sexual ou prostituição. Elas anunciam outra mulher, protagonista na história de Jesus: Maria. O nome Jesus significa: Javé salva. Há ainda um segundo nome: Emanuel – Deus conosco. Deus que está presente no sofrimento e nas contradições humanas. Jesus, que corre risco de vida já no ventre da mãe, pois mães solteiras/adúlteras eram apedrejadas.

3. Discipulado em Mateus

O Evangelho de Mateus inclui muitas mulheres (ginaikes pollai), ligadas ao movimento de Jesus e presentes nos acontecimentos ligados à crucificação. Elas seguiam (akolutéo) e serviam (diakonéo) Jesus desde a Galiléia (Mt 27.55-56). Mateus realça a posição dessas mulheres como discípulas.

Akoloutéo é um termo técnico/metafórico em Mateus para designar a atividade de uma discípula ou um discípulo. O uso metafórico em Mt e sua comunidade é diferente do que o simples significado literário da palavra5. Nesse texto, o termo caracteriza as mulheres como as seguidoras de Jesus. No versículo 57, fala de José de Arimatéia, que também (kai) era discípulo de Jesus. Este kai reforça a idéia de que as mulheres eram discípulas como também era José de Arimatéia.

Mulheres serviam (diakonéo) a Jesus, são modelo de discipulado. E como todo o serviço cristão, ou seja, a diakonia estava direcionada a Jesus (cf. Mt 25.31-46), essas mulheres servem de exemplo para o ministério em Mateus. A sogra de Pedro (Mt 8.14-15) e a mulher anônima que unge (26.6-13) são outras mulheres que serviram a Jesus. É impensável que elas sirvam apenas como servidoras ou assistentes pessoais de Jesus. Uma evidência privilegiada ao discipulado das mulheres é que somente elas o seguem até a cruz, embora o convite para tomar a cruz e segui-lo fosse dado a todas as pessoas.

Há estudiosos que sugeriram que a categoria discípulo em Mateus excluía as mulheres. Outros, porém, propõem que a compreensão de discípulo abrange um grupo bem maior do que se pensava. Especialmente que o grupo de discípulos não se restringe aos doze. Mulheres não são designadas com a palavra discípula. Na compreensão de discipulado em Mateus, porém, elas são colocadas como um modelo para o tornar-se discípulo6.

A fé (pistis) é a qualidade primária para o discipulado em Mt, já que é a aceitação do Reino. Essas mulheres discípulas aparecem como as de grande fé (9.22; 15.28), em contraste com a pequena fé dos discípulos masculinos e de outras pessoas (6.30 – comunidade). Mulheres vivem sua fé no serviço a Jesus. O serviço (diakonía) é, portanto, também um conceito primário para o discipulado em Mateus. Assim como ninguém entra no Reino sem se tornar uma criança, outro critério para o discipulado é assumir o serviço feito por mulheres e escravos. Isto é reforçado pelo fato de que as mulheres, como os homens, têm espaço na mesa de refeição, o local clássico para o aprendizado (mantáno/matetéo) no mundo antigo7. A categoria de discipulado em Mt leva em conta um grau de tratamento igualitário das mulheres na comunidade.

A eclesiologia proposta e testemunhada em Mateus não é hierárquica, mas igualitária. Discípulas e discípulos estão em condições de igualdade, inclusive Pedro, que parece, por vezes, ser o primeiro entre os iguais. Essa noção de Mateus, de uma postura não-hierárquica, evidencia-se em Mt 23.8-12. Em Mateus, parece estar implícita uma estrutura de Igreja que não depende do desenvolvimento de ordens eclesiásticas ou hierarquia eclesiástica. A igreja de Mateus é composta por aqueles e aquelas pequenas, as quais são discípulas e discípulos igualmente capacitados para o seguimento de Jesus8. Os/as líderes na comunidade devem procurar ser os/as últimos/as entre os/as pequenos/as. Isso implica tensão dentro da comunidade, e a ênfase em evidenciar uma concepção eclesiológica mais igualitária mostra que grupos da comunidade tendiam a reproduzir a estrutura tradicional da casa e do estado greco-romanos.

Líderes e mestres e outras posições religiosas e sociais são parte da comunidade de Mateus. Idealmente, Mateus deseja que os membros, incluindo líderes e mestres da comunidade, desempenhassem seus papéis de uma forma que não perturbasse o espírito igualitário que deveria permear a vida da comunidade. A sua compreensão de ministério não pressupõe nenhum tipo de status ou prerrogativa na comunidade9.

4. Mt 16 como a pedra de tropeço do Evangelho de Mateus

O texto de 16.21-16 – a pedra, a cruz e o discipulado – encontra-se entre a conhecida confissão de Pedro (Mt 16.13-20) e a transfiguração (17.1-13). Entre a glória e a cruz está o chão, onde os discípulos devem atuar, exercer seu discipulado.

A grande confissão de Pedro coloca-o na condição de ser pedra de alicerce da Igreja, aparentemente com poderes ilimitados: poder de inclusão e exclusão na terra e no céu – poder que também é exercido pela comunidade (18.18).

A grande contradição de Pedro coloca-o no constrangimento de ser pedra de tropeço, de escândalo. Tropeço, caída; perder o equilíbrio, a perspectiva; o que atrapalha está fora do lugar, não contribui, não constrói nada significativo para si e para as outras pessoas.

Imediatamente depois da confissão vem estampada a contradição (o texto não foi colocado à toa aqui). A pedra fundamental, usando de poderes ilimitados, pode ser transformada em pedra de tropeço para mulheres, homens, livres ou escravas na liderança das primeiras comunidades cristãs. O Evangelho lida constantemente com essas duas possibilidades. Pedro declara que “ainda que venhas a ser um tropeço para todos, nunca o serás para mim” (Mt 26.33). A admoestação para ninguém fazer “tropeçar a um dos pequeninos que crêem em mim”, pois ai de quem for (pedra de) escândalo para os outros (Mt 18.6-9). “E bem-aventurado é aquele que não achar em mim motivo de tropeço” (Mt 11.6).

Aqui aparece a ambigüidade de Pedro entre ser pedra de alicerce e pedra de tropeço. A ambigüidade do discípulo que confessa e quer afastar-se daquilo que confessou; que nega o confessado, mas que o proclama e cura em seu nome. Essa ambigüidade coloca-nos numa situação de conforto diante de nossas contradições. Ela mostra que a ambigüidade é algo com que devemos contar como possibilidade em nossa existência. Por outro lado, ela também ajuda a deslegitimar prerrogativas de poder sobre outras pessoas. O poder de liderança de Pedro não o faz melhor do que os outros discípulos e discípulas. Só há um mestre, e ninguém é pai, a não ser Deus.

O texto da maldição de Pedro (sim, Pedro é amaldiçoado aqui) e do seguimento da cruz é um texto de convergência, pois está colocado entre dois textos de “glorificação”: o primeiro, que trata de um discípulo que teria preponderância na edificação da Igreja, e o outro, que trata da transfiguração de Jesus. Ou seja, é um texto que quer convergir as teologias, que tanto procuram a glória na terra quanto a glória divina.

Na transfiguração, que é presenciada por três discípulos que se destacam na liderança (Pedro, Tiago e João), Pedro também faz uma tentativa de se afastar do cotidiano da fé. Estava tudo muito bom lá em cima. Por que não construir tendas e ficar lá? Lá embaixo há tanta animosidade, tanta miséria, tanta cruz espalhada.

O mandato de tomar a cruz pode colocar-nos numa situação de angústia, já que é praticamente impossível tomar a cruz de Cristo. Por outro lado, pode colocar-nos numa situação de conformismo, passividade e submissão ou de superposição sobre outras pessoas e sobre o ecossistema, em nome da cruz de Cristo. A história de nosso continente é testemunha do que a cruz, ou o que em nome da cruz, é possível fazer e justificar: subjugação, escravidão, genocídio, estupro, saque, violência, supressão de culturas e experiências religiosas. A história das mulheres é testemunha de que o sofrimento, o conformismo, a violência e a submissão foram justificadas e promovidas por uma teologia da cruz.

5. Para trabalhar o texto em cultos e grupos

Sugiro trabalhar o texto de forma coletiva na comunidade. Motivar as pessoas a experimentarem o texto, contarem experiências, proporem ações.

Escolher uma das ênfases a partir do texto:
– O que representa ser pedra (de tropeço, de escândalo, de construção, pedra angular) para as pessoas, para a comunidade e para o mundo?
Ou:
– Quais são as implicações da cruz e do discipulado para nossos dias?

Experiências com a pedra

a) Oferecer uma pedra para cada pessoa antes de iniciar o culto ou encontro.

b) No momento da acolhida, convidar as pessoas a pensarem sobre suas experiências em relação à pedra. Falar duas a duas algo relacionado à pedra. E pedir que cada pessoa guarde para si uma palavra daquele diálogo.

c) Momento da reflexão: palavras da comunidade sobre a experiência de Pedro.

Trabalhar esse momento com as palavras da comunidade. Palavras! Sobre Pedro, sobre pedras; sobre pedras jogadas, atiradas, tropeçadas. Pedras de construção, pedras de alicerce, pedra angular – que tem a função de equilíbrio no arco de uma construção. Ela sozinha não segura o arco, depende das outras pedras, como também as outras precisam do equilíbrio da pedra angular. Pedras preciosas, pedra de moinho, pedras que circundam um poço, pedras do chão, pedras de edificação da comunidade.

Para tanto:
– Ler o texto uma vez, devagar, para que cada parte possa ser sentida, além de ouvida.
– Esperar um tempo e ler mais uma vez pausadamente.
– Depois da leitura, pedir à comunidade, num primeiro momento, para pensar no texto e em uma palavra que mais chamou atenção, sem ainda dizer. Um momento de silêncio.
Num segundo momento, as pessoas encontram-se e dizem umas às outras as suas palavras (escolhida do texto ou guardada do diálogo da experiência com a pedra) e passam adiante para outra.
– Compartilhar as palavras e a experiência. Pode-se propor que cada pessoa partilhe algo da experiência da pessoa com quem trocou as palavras e trocar as pedras entre si. Quem está na orientação do culto ou do encontro poderia dizer algo sobre as palavras ditas e o que elas têm em comum com a experiência de Pedro e com a nossa vida.
– Lembrar: as palavras escolhidas falam de nós, mas se relacionam também com a experiência de vida apresentada no texto. É sinal de identificação e de autocrítica. Sinal da nossa capacidade de sentir junto com outra pessoa, de nos comover. Se não nos comovemos com a realidade alheia e a própria realidade, não nos movemos para transformar situações… Não nos movemos para transformar pedras de tropeço em pedras angulares, de construção, de alicerces, de fundamentos, de poços, de tetos. Pedras que se transformam em muros de separação, que não permitem ver o outro lado, o sofrimento e a ferida das pessoas, e nem a esperança e os horizontes.

Experiência com a cruz e o discipulado

– Que experiências as pessoas têm com a “cruz”?
– E se a gente substituísse a palavra cruz de Cristo por causa de Cristo: dar a vida pela causa de Cristo. Qual é a causa de Cristo?
– Como se tem exercitado o discipulado de Cristo, tendo em vista os aportes e desafios a partir do Evangelho de Mateus (conforme acima)?
– Mulheres e homens têm tido as mesmas possibilidades de liderança?

Sugestão de bênção

D: Irmãos e irmãs, vão na Paz de Cristo.
Sejam corajosos e fortes no testemunho do Evangelho
e no fiel cumprimento da sua Missão no mundo.
Sirvam ao Senhor com alegria.
C: Estamos prontos a proclamar as Boas Novas
e ser sal da terra e luz do mundo,
servindo ao Senhor na proclamação da Paz e
do Reino Eterno de Justiça,
sonho de Deus para a humanidade,
na força do Espírito,
para a glória de Deus Pai [e Mãe].
Amém.
(Adaptado do Ritual Metodista por Luiz Carlos Ramos. In: ALVES, Rubem (Org.). Culto Arte).

Bibliografia

ALVES, Rubem (Org.). Culto Arte : Celebrando a vida: tempo comum. Petrópolis : Vozes, 2000.
CORLEY, Kathleen. Private women, public meals : social conflict in the synoptic tradition. Peabody (Massachusetts) : Hendrickson, 1993.
OVERMAN, J. Andrew. O Evangelho de Mateus e o judaísmo formativo : o mundo social da comunidade de Mateus. São Paulo : Loyola, 1997.
REIMER, Ivoni Richter. “Não temais… Ide ver… e anunciai!” : Mulheres no Evangelho de Mateus. RIBLA. Petrópolis, n. 27, p. 149-166, 1997/2.
RICHARD, Pablo. Evangelho de Mateus: uma visão global e libertadora. RIBLA. Petrópolis, n. 27, p. 7-28, 1997/2.

Notas

1 Pablo RICHARD, Evangelho de Mateus, p. 7.
2 Veja id., ibid., p. 9.
3 Ibid., p. 8.
4 Kathleen CORLEY, Private women, public meals, p. 147.
5 Veja id., ibid., p. 173.
6 Veja ibid., p. 174-75.
7 Ibid., p. 176.
8 Ibid.,p. 177.
9 J. Andrew OVERMAN, O Evangelho de Mateus e o judaísmo formativo, p. 126.

Proclamar Libertação 27
Editora Sinodal e Escola Superior de Teologia