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Prédica: Êxodo 16.1-5,(6-11) 12-21 (22-30)
Leituras: Efésios 4.17-24 e Marcos 6.1-15
Autor: Martin Volkmann
Data Litúrgica: 11º Domingo após Pentecostes
Data da Pregação: 24/08/2003
Proclamar Libertação – Volume: XXVIII
Tema:

1. Introdução

Nesta composição, é a primeira vez que esse conjunto de textos é analisado em um volume de Proclamar Libertação.

Estranhei isso, porque, no relato do último encontro de autores de PL (8-9.04.02), perguntava-se acerca da conveniência de seguir com a série ABC, uma vez que todos os textos já teriam sido analisados nos últimos anos. Será que esse conjunto de textos é um daqueles que fora escalado, mas que caiu justamente entre aqueles que deixaram de ser elaborados, ficando aquele espaço vazio? Olhei todos os exemplares de Proclamar Libertação dos últimos anos e constatei o seguinte: não aço n teceu nenhuma vez que, para o 11° Domingo após Pentecostes, não houvesse um subsídio para aquela data. Mas constatei também um outro fato interessante: em PL 19, 22 e 25, os textos do Antigo Testamento e da epístola aparecem junto com João 6.22-35, sendo que o evangelho é analisado nos volumes 19 e 25, e a epístola, no volume 22. O texto do Antigo Testamento, porém, em nenhum momento. Antes de ter sido adotada a série ABC, há um subsídio sobre Êxodo 16.2-3,11-18 em PL 14.

Por que essas considerações? Porque não consegui ver relação entre o assunto de Êxodo 16 e o relato do Evangelho de Marcos. Mais ainda, Marcos 6.1-15, nesta delimitação, não tem sentido, pois interrompe um assunto que é iniciado no v. 14. Por isto, limito-me a analisai o texto do Antigo Testamento, sem buscar relacioná-lo com os demais textos, e sugiro substituir a leitura do Evangelho por João 6.24-35.

A delimitação sugerida, com possível exclusão dos v. 6-11 e 22-30, faz sentido. Os v. 6-10 antecipam, na fala de Moisés ao povo, o que posteriormente (v. 12-21) é relatado como sendo o que Deus faz: o envio de comida, de que tanto sente falta o povo. Já os v. 22-30, na continuidade do assunto do alimento para cada dia, enfoca mais o tema do descanso no sétimo dia, motivo pelo qual, no sexto dia, pode-se e se deve recolher o dobro da porção e guardá-la para o dia seguinte, sem que ela se estrague. Seguindo nesta lógica, pode-se deixar fora os v. 4-5, já que o v. 5 aborda esse mesmo assunto (colheita de duas porções) e retomar a leitura no v. 11 como elo de ligação entre as duas partes. Portanto, como leitura e texto-base para a pregação, sugiro Êxodo 16.1-3,11-21.

2. Análise exegética de Êxodo 16

Os versículos que tomamos por base para a pregação fazem parte da tradição sacerdotal; portanto, a redação remonta ao período exílico. No entanto, na origem deste relato, bem como daquele de Nm 1131ss., o relato mais detalhado sobre as codornizes, devem estar narrativas muito antigas, do período anterior à tomada da terra, em que se recordava como Javé, que tirara o povo da escravidão no Egito, protegera este povo durante a peregrinação pelo deserto. Provavelmente os relatos sobre o maná, sobre as codornizes e sobre a água (Êx 15.22-27; 17.1-7; Nm 20.2-13) formavam um conjunto traditivo próprio, em que se testemunhava que Javé cuidara de seu povo, providenciando o essencial para a sua sobrevivência no deserto.

O v. l, com a indicação geográfica e a datação exata do relato que segue, estabelece a ponte para o final da narrativa anterior (15.27). O redator do escrito sacerdotal, ao descrever isso de forma bastante detalhada, certamente objetiva destacar a importância desse evento, à semelhança do que ocorre em 14.1 (apenas a indicação geográfica) e em 19.Is. Simultaneamente, essa costura prepara os leitores para a situação que segue, uma vez que, em 15.27, a informação é de que há boas condições de vida, já que o povo está acampado num oásis.

No v. 2, destaca-se o verbo que Almeida traduz por murmurar. No entanto, essa versão é um tanto amena diante do que de fato ocorre. Isso fica ainda mais evidente, considerando-se, como e onde o verbo hebraico é usado. É quase um termo exclusivo do escrito sacerdotal e ocorre somente nas narrativas durante a caminhada pelo deserto: Êx 15.24; 17.3; Nm 14.2; 16.11; 16.41. Além disso, quem murmura são sempre os filhos de Israel, portanto, o povo todo (com exceção de Nm 16.11); e sua murmuração é dirigida contra a liderança de Moisés e Arão. Logo, não se trata de simples reclamação diante de uma dificuldade. Trata-se, isso sim, de uma atitude de rebelião. Diante da dificuldade concreta enfrentada no deserto (falta de água – 15.24; falta de comida – 16.2ss.), questiona-se não apenas a liderança de Moisés e de Arão, mas todo o projeto de libertação. Para justificar a atitude de rebeldia, recorre-se a argumentos que, à primeira vista, podem parecer autênticos, mas na realidade não conferem: v. 3. No Egito havia a ração mínima para a sobrevivência, mas comparar aquela alimentação de escravos com panelas de carne é, sem dúvida alguma um exagero. Mas, diante da dificuldade concreta, aquela situação de exploração e penúria parece o paraíso. Já o deserto, que, sem dúvida alguma, é sinônimo de carência e de privação, mas que, diante da intervenção libertadora de Javé, passara a ser o caminho rumo à terra que mana leite e mel, agora é visto apenas como local de morte. O autor, no v. 3 acaba fazendo um jogo de palavras: Egito, que fora símbolo de escravidão e morte, é colocado como lugar de comida farta. Já o deserto, que se tornara símbolo do caminho de libertação rumo à terra prometida, é visto apenas como local de morte. Assim, os rebeldes questionam o projeto libertador do êxodo e buscam forçar o retorno para o Egito. Em outras palavras, não se confia mais em Javé, o Deus libertador, e se busca abrigo nos velhos deuses do Egito.

Que a rebelião, em última análise, não é contra os dois líderes, mas contra o próprio Deus que os tirara do Egito é dito expressamente no v. 8 e indicado, mais adiante, no v. 12c. Por isso, Javé responde aos rebeldes através de Moisés (v. 11), anunciando a nova intervenção libertadora em reação à ação de rebeldia por parte do povo – v. 12. Ao invés de concretizar a acusação – pois nos trouxestes a este deserto, para matardes de fome a toda esta multidão (v. 3) – Javé realiza justamente o oposto: comereis carne (…) e vos fartareis de pão (v. 12).

Os v. 13-15 descrevem a concretização do que Javé prometera. A menção das codornizes é bastante resumida aqui – v. 13a (Nm 11.31-35 retoma o assunto, mencionando apenas a carne), enquanto a atenção maior está voltada para o maná. O autor esforça-se por descrever bem detalhadamente o fenômeno (v. 13b-15), concluindo com a fala explicativa de Moisés: Isto é o pão que o Senhor vos dá para vosso alimento. A manifestação de Moisés não é resposta a uma pergunta Que é isto? -, como é traduzida erroneamente a exclamação do povo – man huh -, como se Moisés estivesse explicando o fenômeno material em si. Ao invés disso, a resposta de Moisés é a interpretação do fenômeno: com esse maná, Javé cumpre sua promessa salvadora. Ao povo rebelde, Javé reponde com nova intervenção libertadora, alimentando o povo rebelde. E assim o povo tem condições de sobreviver em meio ao deserto. Portanto, na continuidade do êxodo, que é o início c, por isso, símbolo do agir libertador de Javé, ele continua a libertar o seu povo continuamente.

Os v. 16-18 trazem um novo desafio para o povo no trato dessa nova intervenção salvífica. A tentação é recolher o máximo possível para ter reserva para o caso de nova falta – ao que alguns realmente não conseguem resistir (v. 20). Mas, para prevenir contra essa tentação e, muito mais do que isso, para mostrar novamente a providência protetora de Javé, ele orienta (!) o povo sobre como proceder no recolhimento do maná: cada grupo familiar dever colher segundo a sua necessidade -um ômer por cabeça. E, mesmo que um grupo recolhesse mais e outro turnos, não sobejava ao que colhera muito, e nem faltava ao que colhera pouco (v. 18). Portanto, todos tinham o necessário para alimentar-se a cada dia e, dessa forma, Javé continuou a preservar o seu povo manhã após manhã (v. 21). Assim, o povo experimenta no deserto, no início de sua caminhada, aquilo que passa a ser uma experiência fundamental de toda a sua vida: Deus preserva o seu povo e lhe dá o que necessita a cada dia (Dt 8.2-20; Sl 78; Mt 6.25-34).

Concluindo, podemos dizer que a história do maná mostra, por um lado, a falta de confiança no projeto salvífico de Javé e até a busca de soluções por meios próprios. Por outro lado, apesar da rebelião e contra as tentativas de soluções próprias, Javé continua a preservar o deu povo. Através da dádiva do maná (e das codornizes), o povo experimenta diariamente (!) que Deus cuida do seu povo, dando-lhe o pão de cada dia. Simultaneamente, o povo é desafiado a aprender que essa comunhão, que Deus mesmo estabelece com ele, baseia-se no fato de que este Deus permanece indisponível e oculto, requerendo sempre nova confiança incondicional.

3. Considerações teológico-práticas visando à pregação

O presente relato coloca-nos atualmente diante de algumas dificuldades concretas:

a) Para muitos leitores atuais, o caráter miraculoso do maná e das codornizes causa uma certa estranheza. Por isso, buscam-se explicações racionais para o fenômeno. E não é preciso muito esforço para encontrar essas explicações. Para os dois fenômenos há relatos do grande historiador judeu da Antiguidade Josefo. Ele relata acerca de bandos de pássaros que invadem o deserto, vindos do Mar das Arábias, geralmente na primavera e no outono. Também em outras passagens bíblicas se faz referência a esse fenômeno (Sl 78.27; Sab 1(5.2; 19.12). Quanto ao maná, esse fato pode ser facilmente explicado a partir de uma planta que cresce no deserto do Sinai e de um inseto que suga grande quantidade de seiva dos ramos dessa planta para obter alimento para suas larvas. O excesso da seiva é separado em forma de pequenos pingos que endurecem e caem no chão. Esse fenômeno pode ser observado ainda hoje na península do Sinai (cf. Breit, p. 106s.). Essas explicações racionais, sem dúvida alguma, estão corretas em sua essência e, assim, tiram muito do caráter miraculoso do relato. Mas com isso não se chega ao cerne do relato nem ao que interessa aos autores bíblicos. Pois essa explicação racional e cientificamente correta não faz parte da perspectiva veterotestamentária. Nesse caso, o que o povo experimenta, nessa situação de penúria e no limite entre a adesão e a rebeldia contra Deus, nada mais tem a ver com a libertação de Deus. É um simples fenômeno natural que não tem nada a ver com fé, com confiança na providência divina. Mas é justamente isto que o relato bíblico quer destacar. E por isso a fala de Moisés no v. 15 não é uma explicação racional em resposta a uma pergunta – que é isto? -, mas é interpretação do profeta que aponta para o agir de Deus em favor do seu povo: isto é a forma pela qual Deus mesmo cuida do seu povo e o preserva da morte. O relato do maná e das codornizes, por mais natural que esse fenômeno se apresente, desafiou o povo que o experimentou naquele momento e os ouvintes dos diversos grupos que continua ram a manter viva a memória do mesmo a perceberem a condução protetora de Javé e, em reposta, a crerem nessa proteção.

b) Uma segunda dificuldade está relacionada com uma certa espiritualização do assunto. Sem dúvida alguma, já o próprio Antigo Testamento aponta nessa direção (Dt 8.3). O deuteronomista coloca na boca de Moisés essas palavras para recordar as novas gerações que não experimentaram ao vivo a dádiva do maná no deserto, que não só de pão viverá o ser humano, mas de tudo o que procede da boca do Senhor. Não se trata de diminuir ou relativizar a verdade contida nesse dito, mas não dá para esquecer que, em Êx 16, o assunto é bem concretamente o alimento para a sobrevivência. E isso precisa ser dês tacado na pregação sobre esse texto: Deus preserva o seu povo, dando-lhe a cada dia o necessário para viver. E o texto, pela dimensão da rebeldia contra o projeto salvífico de Deus, destaca que essa preserva cão continua sendo pura graça de Deus e só é perceptível como milagre para quem arrisca confiar nesse Deus, mesmo em meio às dificuldades. Portanto, o texto desafia-nos a não fugir para uma simples espiritualização e, desta forma, garantir a presença de Deus junto a nós, assegurar a disponibilidade de Deus para nós, tornando-nos as sim os próprios manipuladores de Deus. Pelo contrário, permaneceu do na concreticidade do alimento, nós somos desafiados a perceber e testemunhar como, onde e por que Deus continua a preservar a vida de seu povo, dando-lhe o pão de cada dia. Não tendo esquecido de resgatar essa dimensão bem concreta do pão de cada dia, teremos a liberdade e a necessidade de apontar para as outras formas de que Deus faz uso para alimentar o seu povo, assim como os autores do Novo Testamento já o indicam: Jo 6.32, 49 – o Cristo como verdadeiro alimento; l Co 10.3s. – como prefiguração da santa ceia.

c) Uma terceira dificuldade, muito próxima da anterior e semelhante a ela, é o perigo da individualização, ou seja, concentrar a questão no indivíduo e na sua preocupação com a sobrevivência. Essa é, sem dúvida alguma, uma questão muito presente em tempos de globalização e pós-modernidade. O indivíduo e todos os seus mecanismos para garantir o amanhã – previdência, seguro-saúde, aplicação de recursos, etc. -, representam preocupações autênticas, na medida em que buscam cuidar da preservação da vida e zelar para manter a boa criação de Deus. Mas o relato de Êx 16 justamente destaca que isso diz respeito ao indivíduo como integrante do povo de Deus: todo o povo ganha de forma igual aquilo de que ele necessita para que sua vida seja preservada. Exatamente nesses dois aspectos de que fala o texto – um ômer para cada qual e não querer acumular para o amanhã – reside um dos destaques do relato: o povo de Deus é desafiado a se empenhar para que todos tenham o necessário para a sua vida. E isso será mais facilmente alcançado, quando não houver mais aqueles poucos apenas preocupados em acumular cada vez mais. Mas, como pregadores, devemos cuidar para não só levantar dedos acusadores contra a ganância, o individualismo, a falta de solidariedade. Importa quebrar Isso, mostrando positivamente para o cuidado de Deus com a preservação da vida de todo o seu povo e desafiando os ouvintes a confiarem na providência divina. Justamente essa entrega confiante a Deus é que nos liberta de querer ter o domínio absoluto sobre tudo, achando que somos os senhores todo-poderosos. Isso nada mais é do que rebelião contra o projeto de Deus. Pelo contrário, a entrega confiante à providência divina é apegar-se àquele que permanece indisponível e oculto. É justamente por ser isso, ele é todo-poderoso.

Além dessas dificuldades, dois outros aspectos merecem uma rápida reflexão, tendo em vista a pregação sobre esse texto. Em primeiro lugar, considerando a situação de muitas pessoas e de povos inteiros, a situação destes é muito semelhante à dos filhos de Israel no deserto do Sinai: vivem concretamente a falta de alimento e diariamente a sua sobrevivência está ameaçada. E, assim, essa história do passado poderá ser mera estória ou, por não perceberem a providência divina em suas vidas, poderão tornar-se rebeldes contra Deus, acusando-o de tê-los abandonado. De que forma essa história pode conter uma mensagem para essas pessoas? Certamente não significará nada pura elas se procurarmos resposta a essa pergunta, refugiando-nos numa espiritualização ou mera explicação racional para o fenômeno que não tem paralelos nos dias atuais – portanto, não enfrentando as dificuldades acima referidas. Em lugar disso, não devemos ter medo de assumir o fato de que essas carências permanecem reais ainda hoje, mas que, como povo de Deus, nós cremos num projeto de Deus diferente. E, por crermos nisso, podemos procurar encontrar e apontar para exemplos em que, em meio às ameaças à vida, Deus ajuda e preserva a vida pela solidariedade dos pobres, pela partilha que acontece entre eles, pelo engajamento de muitas outras pessoas em favor desses grupos ameaçados. Assim, poderemos ajudar essas pessoas a perceber como Deus continua a guardar o seu povo, ainda hoje, em meio às ameaças à vida.

Em segundo lugar, quem sabe para a maioria dos ouvintes de nossas pregações, essa justamente não seja a sua realidade: sua sobrevivência não está ameaçada; pelo contrário, estão relativamente bem de vida e dão graças a Deus que assim é. E por não perceberem que isso nada mais é do que fruto da graça divina, elas também correm o risco de rebelar-se contra Deus; porém, a partir de uma perspectiva inversa. Essas pessoas justamente estão ameaçadas de acharem que tudo isso é fruto unicamente de seu próprio esforço e mérito exclusivo de sua ação. Sua rebelião contra Deus se dá pela superabundância, pela presunção de que a sua vida está única e exclusivamente em suas mãos. Acham que podem garantir o seu futuro, em todos os sentidos, somente por suas próprias forças. E, assim, sua rebelião também é, em última análise, falta de confiança na providência divina.

Como vencer essas rebeliões contra Deus sem refugiar-se nas soluções fáceis, esquivando-se de enfrentar as dificuldades acima referidas? Parece-me que a saída é recontar a história e, desta forma, procurar mostrar de que maneira Deus conduz o seu povo, preservando-o das ameaças à vida. E mostrando e fazendo perceber essa misericórdia divina, vencer a rebelião contra ele.

4. Encaminhando a pregação

A partir dessas considerações finais, a pregação poderia ser sub-dividida em duas partes distintas:

Num primeiro momento, antes da leitura do próprio texto, recontar detalhadamente a história, descrevendo cada um dos passos: a localização no deserto (e tudo o que isto representa), a apresentação dos personagens centrais (os filhos de Israel, Moisés, Arão e sua função no êxodo do povo), a rebelião do povo (referência ao contraste entre panelas de carne no Egito – ameaça de morte no deserto), Deus escuta o clamor do povo e ajuda (descrição detalhada do maná/codornizes), orientação quanto ao benefício (o necessário para cada qual). Após ter recontado a história, ler o texto.

Num segundo momento, poderiam ser aprofundados os seguintes aspectos, conforme a reflexão acima:

a) Deus cuida de seu povo e o preserva das ameaças de morte, justamente por formas bem naturais da vida diária; é importante ver nesses fatos o agir protetor e salvífico de Deus (v. 15 – interpretação do profeta para o evento que o povo, à primeira vista, não compreende)

b) Deus preserva a vida individual dentro da comunidade. Cada qual recebe a porção de que necessita para a sobrevivência e, assim, a comunidade toda/todo o povo é preservado.

c) Essa providência divina passa pela realidade material bem concreta – é pão diário mesmo. Mas também é o pão da vida.

d) A rebelião contra Deus pode ser tanto por causa do sentimento de carência, quanto por causa da superabundância. Em ambos os casos, é importante ter os olhos abertos para perceber a providência divina. Ao profeta cabe interpretar o que sucede para que o povo veja claramente e supere a tentação de rebeldia.

e) Deus vence a rebeldia do povo mediante seu paciente cuidado com seu povo. Por isso, de nossa parte, cabe um trabalho paciente contra nós mesmos para perceber essa providência divina e vencer a própria rebeldia contra Deus.

Bibliografia

Fonte principal de inspiração foi o seguinte texto:

BREIT, H. 7. Sonntag nach Trinitatis – Ex 16.2-3,11-18. In: BORNHÄUSER, H. et alii. Neue Calwer Predigthilfen. Ano VI, v. B. Stuttgart: Calwer, 1984. p. 104-111.

Além disso menciono:

PIXLEY, J. V. Êxodo: una lectura evangélica y popular. México: Casa Unida de Publicaciones, 1983.
NOTH, M. Das Zweite Buch Mose – Exodus. 2. ed. Göttingen: Vandenhoeck & Ruprecht, 1961.

Proclamar Libertação 28
Editora Sinodal e Escola Superior de Teologia