“É uma satisfação imensa estar aqui recebendo este diploma”, disse, emocionado, Itamar da Silva Guedes, 53, mecânico, na formatura do curso de Capacitação de Lideranças, realizada no final do mês de março. “A gente sente o valor deste curso, quanto conhecimento ele trouxe para nós. O que ele nos deu, não tem dinheiro que pague”. Itamar foi o orador dos 19 formandos do curso organizado e ministrado pela Fundação Luterana de Diaconia, dentro do Programa Integrado Entrada da Cidade (PIEC). O PIEC é uma iniciativa da prefeitura municipal de Porto Alegre (RS) e tem recursos do Banco Mundial. A cerimônia foi realizada na presença de familiares, convidados e autoridades, entre as quais o prefeito municipal de Porto Alegre, João Verle.
“Aprendemos muita coisa, como melhorar nossa comunicação com as pessoas da comunidade e com o governo e também como identificar problemas e levar adiante a busca de soluções”, destacou Lourdes Maria Casagrande, 50, costureira. “Todos os participantes estavam muito interessados, foi muito bom o curso”, confirma. Lourdes foi eleita tesoureira da associação recentemente formada na comunidade onde mora.
O curso desenvolvido pela Fundação Luterana de Diaconia teve como objetivo formar novas lideranças comunitárias e capacitar as já existentes a fim de que acompanhem o andamento do PIEC e organizem as comunidades da região para que compreendam e participem das etapas de realização. No total, foram 16 encontros de três horas cada, abordando temas na área de educação popular como o líder, o grupo, a comunidade, a cidade, o estatuto da cidade e cidadania.
O secretário executivo da FLD, pastor Sílvio Schneider, avaliou a importante da iniciativa da Prefeitura de Porto Alegre. “O governo municipal demonstra que está ciente de que uma comunidade não se constrói somente com tijolos, e sim com pessoas, que precisam ser capacitadas para melhorar a qualidade de vida”, ressaltou.
Ao final da cerimônia o prefeito João Verle disse que, em 16 anos de orçamento participativo, ele assistiu ao surgimento de lideranças talentosas que desenvolveram inúmeras qualidades, entre as quais a argumentação. “Eles não falam palavras bonitas, mas falam essencialmente a verdade; falam o que sentem e sabem o que querem”, enfatizou Verle.