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Prédica: Isaías 66.10-14
Leituras: Lucas 10.1-12,16 e Gálatas 6.14-18
Autor: Erní Walter Seibert
Data Litúrgica: 7º Domingo após Pentecostes
Data da Pregação: 18/7/2004
Proclamar Libertação – Volume: XXIX
Tema:

1. O texto

Isaías é considerado o evangelista do Antigo Testamento. No entanto, seu livro não contém apenas evangelho. Em muitas passagens há lei na mais dura acepção do termo. Mas, acima de tudo, o livro de Isaías contém muito evangelho. No texto em foco neste domingo, o evangelho aparece em todo o seu esplendor.

A época em que o profeta escreve ao povo é muito difícil. Há muito conflito e violência. O desânimo está presente entre o povo. A reconstrução da nação não é fácil. Por que tudo isso acontece? O profeta diz que é por causa do pecado. Mas o Senhor não abandona o seu povo em meio a dificuldades. Deus irá consolar o seu povo e fazer tudo novo (Is 65.17, 66.22). E com a misericórdia de Deus atuando, o povo se alegrará.

A idéia presente em toda a leitura de Is 66.10-14 é de alegria por causa da misericórdia e bondade de Deus. Deus salva o seu povo. Por isso todos podem se alegrar.

2. As demais leituras

A leitura do evangelho deste domingo é Lc 10.1-12,16. Nesta leitura é descrita a missão dos setenta discípulos de Jesus. Os discípulos são enviados porque a seara é grande e os trabalhadores são poucos. Faltam trabalhadores. O trabalho não é fácil. Mas Deus quer que a pregação seja feita para salvar todos. Os pregadores podem querer desanimar às vezes, mas Deus não os desampara. Deus salva. Ele quer salvar todos. Sua misericórdia é muito grande.

A leitura da epístola deste domingo encontra-se em Gl 6.14-18. Nesta leitura é afirmado que o que realmente vale é ser nova criatura. Isto Cristo conquistou na cruz para todos. A misericórdia de Deus está sobre todos os que, como novas criaturas, andam nos caminhos do Senhor.

As leituras de Isaías, do evangelho e da epístola trazem uma mensagem conjunta. A misericórdia de Deus é riquíssima e está sobre todos os que estão em Cristo Jesus. Isto é motivo de grande alegria para os que confiam no Senhor. Em duas das leituras, a do Antigo Testamento e a do evangelho, aparecem figuras que falam em alimentação. No evangelho, fala-se de uma grande seara. Na leitura do Antigo Testamento, fala-se numa farta amamentação. A idéia dominante é que a graça de Deus deve ser abundantemente anunciada e, ao mesmo tempo, abundantemente recebida.

3. O tema

O tema desta pregação poderá ser: Dois extraordinários presentes de Deus. Na primeira parte, poderá ser falado do consolo que Deus oferece e, na segunda, da alegria que ele nos dá.

4. Objetivo

O objetivo deste texto é assegurar ao leitor que Deus é misericordioso e que irá consolar os que enfrentam tristeza e que dará, no final, alegria aos que esperam nele. O texto quer fortalecer a fé dos leitores na misericórdia de Deus. Este será também o objetivo desta pregação.

5. Lei e evangelho

Um exercício que poderá ser feito pelo pregador é relacionar os problemas que, a exemplo do povo nos tempos de Isaías, trazem tristeza e corroem a esperança nos dias de hoje. Quais os problemas sociais, políticos, econômicos, quais os problemas familiares, pessoais que trazem tristeza e desespero a seus ouvintes? Embora esses problemas queiram nos afastar de Deus e do consolo que ele oferece, é importante lembrar que Deus sempre está ao lado daqueles que nele esperam. Isto ele assegura em Jesus Cristo. Foi por isso que Jesus enviou os setenta. É por isso que Deus ainda hoje envia pregadores para nos lembrarem de sua misericórdia.

6. Esboço

Sugerimos que o esboço da pregação siga o seguinte esquema:

Tema: Dois extraordinários presentes de Deus

1 – Deus nos dá consolo em todas as horas difíceis;
2 – Deus nos alegra com sua misericórdia.

7. Sugestões litúrgicas

No início do culto, um grupo de jovens previamente preparado faz uma encenação de duas situações que provocam tristeza e desespero. Na primeira, um empregado fiel a seu trabalho é despedido injustamente porque alguns colegas fizeram falsas acusações contra ele junto ao patrão. O patrão, sem se preocupar com a situação que estava provocando, despede o trabalhador, que fica sem condições de alimentar sua família e providenciar uma casa para morar.

Na outra encenação é apresentada uma situação da vida familiar em que um jovem trabalhador, arrimo de família, é assassinado durante um assalto. Dor, desespero, injustiça e revolta estão presentes nas duas cenas. Poderá haver consolo? Poderá haver esperança?

Um narrador que apresenta as duas cenas levanta essas questões que serão depois abordadas na prédica.

Proclamar Libertação 29
Editora Sinodal e Escola Superior de Teologia