A Sexta Cultural de outubro, ocorrida no dia primeiro, foi musicalmente didática. Não, não foi nenhuma aula sobre estilos musicais. O maestro Eduardo de Carvalho Ribeiro mostrou como os elementos básicos da música estão ligados a partes do cérebro. Não são verdades absolutas, mas resultados de experiências próprias, ressalta. As 30 pessoas presentes na Igreja de Paz aplaudiram longamente o palestrante ao final da apresentação.
Segundo Eduardo, a música é constituída basicamente de ritmo, melodia e harmonia. Essas três partes estão presentes em todas canções, sendo que uma pode prevalecer sobre as outras. O cérebro humano é formado por três partes: o cérebro reptiliano, comum a todos os animais, o límbico, típico dos mamíferos, e o neocortical, presente em seres biologicamente mais evoluídos – como primatas, golfinhos e o homem.
O ritmo estaria relacionado com o cérebro reptiliano, um sistema comum a todos os animais e responsável pelo instinto. Músicas mais ritmadas, como o samba e a música africana, estimulariam mais essa parte do cérebro humano. Canções melodiosas provocariam o lado emocional do cérebro, como as músicas românticas. Assim, o maestro liga a melodia ao cérebro límbico, relacionado com a intuição e o sentimento. O cérebro neocortical estaria relacionado com canções em que a harmonia seja predominante. Nesse caso, a parte mais racional do cérebro é estimulada por músicas com arranjos mais trabalhados.
Eduardo deu grande importância à integração dos três elementos musicais e cerebrais, além de defender as músicas nas quais o ritmo, a melodia e a harmonia estejam equilibrados, pois estimulariam o cérebro como um todo e não haveria predominância de uma em especial. O maestro convidou todos a fazerem um estudo individual com os diversos estilos musicais para entender como eles podem influenciá-los.
Seu colega e regente do Coral Canto da Paz, Eduardo Fonseca, ressaltou a importância de deixar o medo do desconhecido de lado e de se abrir para a busca de estilos não muito populares.
O tema da próxima Sexta Cultural, no dia cinco de novembro, será sobre os 180 anos de presença dos luteranos no Brasil.
________________________________________
Bruno Blankenburg, pela CECLBH