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Há um ditado antigo que afirma: “Diga-me com quem andas e eu te direi quem és.” Sempre entendi que este ditado era preconceituoso, enganoso, e não deveria ser usado como critério para formar nossa opinião sobre as pessoas e muito menos para emitir juízo sobre elas.

Mas, como muitos outros ditados populares, parece que também este tem seu fundo de verdade. Pelo menos é o que foi constatado numa pesquisa realizada pelo Centro Nacional de Dependência e Abuso de Substâncias, da Universidade de Columbia, nos Estados Unidos, no ano passado.

De acordo com esta pesquisa, adolescentes que têm pelo menos 50% de seus amigos sexualmente ativos têm 31 vezes mais chances de se embebedar, 5,5 vezes mais chances de fumar e 22,5 vezes mais chances de consumir drogas. E os que passam 25 horas ou mais por semana na companhia da namorada têm 5 vezes mais chances de se embriagar e 4,5 mais chances de consumir maconha do que os colegas que passam menos de dez horas semanais com a namorada.

Bem, os demais detalhes do resultado da pesquisa podem ser lidos na Folha de São Paulo de 22 de agosto de 2004 ou podem ser conferidos no endereço eletrônico: www.casacolumbia.org. O que importa para nós é que o resultado dessa pesquisa parece fundamentar uma preocupação antiga de muitos pais: saber com quem seus filhos andam. Pois, saber com quem eles andam pode ser um forte indicador do que eles fazem, tornando verdadeiro o ditado mencionado no início.

Quantos pais são surpreendidos por uma gravidez precoce de sua filha ou por um filho que mergulhou no mundo das drogas, porque não se preocuparam em saber quais eram as companhias de seus filhos e não se interessaram em conhecer os seus amigos.

O mais interessante é que a mesma pesquisa sugere uma maneira bem simples de os pais reduzirem esta possibilidade de seus filhos fumarem, beberem ou se drogarem: JANTAR COM ELES. “Os adolescentes que jantam com a família menos de duas vezes por semana têm 50% mais chances de exagerar no consumo de drogas e álcool do que aqueles que jantam com seus pais cinco ou mais vezes por semana” (Folha de São Paulo, p. A24).

Se as conclusões da pesquisa são corretas, a receita para uma boa educação de nossos filhos também está dada: tempo para ter comunhão com eles; interesse em conhecer seus amigos e saber o que fazem; diálogo franco e aberto sobre as questões que os preocupam parecem ser os ingredientes que podem evitar surpresas desagradáveis.

Querendo ou não, no final de tudo, concluímos que as recomendações dos profetas do Antigo Testamento fazem sentido e merecem ser seguidas. O velho Jeremias recomendava: “Andai em todo o caminho que eu vos tenho ordenado, para que vos vá bem” (Jeremias 7.23). Este conselho faz bem. Para os pais e para os filhos.