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Senhor, estou atordoado. Não suporto mais tanta poluição. O ar está empesteado e sinto o peito pesado. As chaminés, os canos de descarga, a poeira suspensa no ar – tudo me deixa cansado e sem vontade para nada. O barulho ensurdece. Não consigo mais ouvir o silêncio. O meu nariz já não agüenta o cheiro podre do esgoto doméstico e industrial. E, ainda por cima, quando chove demais, vêm as enchentes…

A correria está tão grande que não tenho tempo para minha família, meus amigos, para ti. Às vezes a multidão de pessoas me incomoda. Não tenho privacidade. Os assaltos e a violência me envolvem e tomam conta do meu inconsciente. Começo a suspeitar de todos que estão em minha volta.

Como posso me livrar deste pesadelo? Devo fugir daqui? Mas para onde irei? Aqui estou e não tenho muitas opções. A minha vida e a de milhares de outros passa por aqui. Não quero imitar a Jonas e me mandar daqui para os sítios e chácaras tranqüilas. Não quero uma religião só de consolo em que eu pudesse me desligar de tudo e de todos.

Tu és o Deus da vida, da amizade, da justiça e do amor. Por isso desejo apenas forças para lutar. Forças para manter viva a esperança e vislumbrar alguma luz no fim do túnel.

Senhor, não compreendo porque é tão difícil mudar as coisas. Gostaria tanto que as pessoas sofressem menos no trânsito e no transporte coletivo…; que a agressividade fosse menor…; que a gente não precisasse se preocupar com as cotoveladas dos outros…; que as injustiças que separam as pessoas não fossem tão grandes…; que houvesse casa e comida, trabalho e educação para todos…; que houvesse nas praças e ruas uma sombra natural para descansar e meditar…; que houvesse mais transparência na política e as pessoas participassem mais da vida pública.

Sim, Senhor, está muito difícil! Tu dizes em tua palavra: “Céus, gotejem lá de cima, e as nuvens chovam a justiça; que a terra se abra e produza a salvação, e junto com ela brote a justiça.” (Isaías 45.8)

Ajude-me a abrir os olhos para ver os sinais da tua justiça e da tua salvação. Sei que a fé é a certeza das coisas que se esperam e a convicção dos fatos que não se vêem e por isso te imploro: Fortaleça a minha pequena fé, firma os meus pés e fortaleça os braços cansados. Quero ser participante da tua criação e a cidade em que vivo é parte dela. Não deixe este teu filho na mão! É só isso que eu peço neste lamento. Amém.

P. Dr. Rolf Schünemann