“Asani” Quênia e obrigada!
Hoje (dia 25 de janeiro, quinta-feira), foi o último dia do VII Fórum Social Mundial. Estimativas dos organizadores é que 50 mil pessoas participaram, entre quenianos, tanzanianos e ugandenses, africanos do leste de África, do sul de África, África do Sul, Zâmbia e Moçambique. Do norte da África vieram delegações da Etiópia e do Sudão, e do meio-oriente vieram, entre outros, os palestinos. Já do oeste da África, estiveram poucos participantes, pela difícil conexão e pelo preço da passagem, mas havia pessoas do Congo e de Nigéria. Além dos cerca de 400 brasileiros, outros latino-americanos marcaram presença, entre os quais os argentinos, uruguaios, chilenos, venezuelanos e equatorianos.
Da Ásia também vieram muitas pessoas da Índia, Filipinas, Tailândia, Coréia do Sul, China, entre outras. Da Europa, vieram pessoas de muitos países, entre os quais Alemanha, Inglaterra, Holanda, França e Itália.O VII FSM no Quênia deu visibilidade aos problemas, às guerras, às resistências, as lutas e alternativas da África e mostrou que as lutas locais, nacionais e regionais são também lutas globais. Houve uma urgente exigência pelo fim das guerras, não só no Iraque, mas também a ocupação da Palestina, os bombardeios na Somália e todos os outros conflitos que estão acontecendo. O Fórum chamou a atenção para a questão dos refugiados no continente africano e nos outros continentes e a violação dos direitos humanos, chamou a atenção para os deslocados internamente por causa de conflitos de terra, de etnia ou outros, e para a violação dos direitos dos povos tradicionais.
As discussões e manifestações chamaram a atenção sobre o problema de HIV/Aids na África, assim como para muitas outras questões como um comércio mais justo, o cancelamento da dívida, a restituição, a reparação e a urgência de proteger a Natureza e a vida. No FSM, as organizações comunitárias e as organizações sociais se articularam através das redes e movimentos sociais, para diversas ações e campanhas em conjunto, como a semana global de ação do cancelamento da dívida. Em resumo, o grande evento mundial realizado no Quênia possibilitou uma maior visibilidade para as lutas e movimentos sociais da África e uma maior integração das organizações comunitárias e sociais africanas nas redes e movimentos sociais, além da elaboração de ações em conjunto e da convergência de ações locais, nacionais e regionais em ações globais.
O último dia começou com uma maratona nas favelas de Nairóbi e a marcha de encerramento até o Parque Uhuru, no centro da cidade, com manifestações de protestos de lutas e de esperanças, cantos e danças. No parque, os shows de músicos quenianos e indianos eram intercalados com falas de pessoas de África, América Latina, Ásia, Europa e Estados Unidos, de redes e movimentos sociais, chamando para a solidariedade internacional para todos os povos e pessoas oprimidos, e anunciando e chamando para os dias de ação global.Após o karibu – o bem-vindo dos quenianos, o amandla awetu dos sul-africanos, reforçados por todos, para a Liberdade Agora de todos os povos e pessoas oprimidos, só resta dizer asani Nairobi, asani Quênia, asani África, muito obrigada para a realização do VII FSM. Asani.
Angelique van Zeeland