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“Não dá mais”. Há que se pensar e agir de um modo diferente em termos de agricultura familiar. Essa foi a conclusão dos 70 participantes do II Seminário Sinodal de Agricultura Familiar promovido pela Pastoral da Agricultura Familiar do Sínodo Noroeste Riograndense.

O seminário ocorreu no dia 23 de junho de 2007 na Comunidade Evangélica de Cruzeiro, Santa Rosa – RS.

O tempo que se leva para pensar e agir diferente é o tempo de transição de um modelo para outro de agricultura. Na linguagem religiosa é o tempo de conversão. Começa por um jeito de pensar diferente, abrindo mão de uma mentalidade cega que ignora o ser humano e a natureza. Transição ou conversão à agricultura agroecológica. Essa é a proposta que resultou do seminário que contou com a assessoria da ONG Célula Missões, Centro de Apoio ao Pequeno Agricultor (CAPA – Núcleo Erexim) e AREDE.

A principal função da pequena propriedade é manter a família, reproduzindo condições sócio-econômicas e ambientais para a vida. . Seu potencial de produção de alimentos está na diversidade, no uso múltiplo dos recursos naturais. Alimentação saudável e limpa de produtos químicos, planejamento, acompanhamento técnico e organização são elementos essenciais para a sobrevivência da agricultura familiar. Básico para a agricultura é a fertilidade do solo e a diversidade das sementes. Em vistas desta realidade a Pastoral da Agricultura Familiar elegeu como eixos temáticos de sua ação a formação permanente agroecológica, a parceria com assessorias técnicas, a organização como ide e a busca por políticas públicas e programas em favor da agricultura familiar.

A tarefa de organização da Pastoral da Agricultura Familiar a partir dos eixos definidos neste seminário caberão a uma coordenação formada pela Pa. Alice Klostermeyer Griebeler, P. Gilmar Finken Zacomelli, Renato de Abreu, Solange Klaus, Ademir Anklang, Vilson Neufeldt, Clauri Wandscher e Fabiane Glenzel.

Na avaliação dos participantes, o seminário foi decisivo para o encaminhamento do perfil da Pastoral da Agricultura Familiar e das prioridades com as quais se ocupará neste ano. O seminário ao definir os eixos e as ações da pastoral contribuí de forma decisiva no rosto que esta pastoral vai adotar em sua prática: formação, agroecologia, organização de grupos e acesso a recursos públicos. Como primeiro passo a coordenação espera que cada Paróquia indique os seus representantes ao Conselho da Pastoral e assim se inicie um mapeamento de todas as experiências agroecológicas que estão em andamento na área de nosso Sínodo. Como afirma o lema bíblico do tema do ano “não podemos deixar de falar das coisas que vimos e ouvimos” e tampouco do que fazemos para melhorar as condições de vida, preservando a saúde e a diversidade de recursos naturais.

 

P. Renato Küntzer