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Os obreiros e as obreiras dos Sínodos Vale do Itajaí e Norte Catarinense tiveram, em data recente, um belo encontro, festivo e fraterno. Motivados por reflexão do Pastor Presidente e do Secretário de Formação da IECLB, avaliamos o modelo de Igreja; falamos sobre a importância da Educação Cristã Contínua em busca de comunidade participativa e atuante.

Os assuntos trabalhados trouxeram, no culto de encerramento, à tona algumas perguntas: Qual é a nossa visão de Igreja do futuro? O que será do cristianismo no dia de amanhã? A Igreja sobreviverá no futuro ou desaparecerá? À luz de Hebreus 13. 14: Não temos aqui cidade permanente, buscamos a que há de vir, olhamos para pistas. A IECLB sinaliza o desejo de ser Igreja Sinodal. Ela prioriza a comunhão de irmãos e de irmãs. Não temos aqui cidade permanente, buscamos a que há de vir, uma afirmativa que nos coloca no trilho da provisoriedade e abre a perspectiva da Igreja em movimento. Por isto, faz sentido perguntar: como será a Igreja do futuro? Fazer prognósticos e impossível. Ao olharmos para a IECLB de amanhã poderíamos pensar em Igreja mais pobre, possivelmente com uma presença feminina maior! O seu desejo de avançar na missão será correspondido? Parece certo que o convívio com a tradição experimentará tensões, talvez rupturas e até superação. Será ela mais ecumênica e menos clerical, mais laica?

A igreja do futuro será identificada a partir do eixo da espiritualidade que nos conduz à fonte do culto cristão. É ali que Deus reúne os seus filhos e as suas filhas e celebra com a comunidade a reconciliação. A vivência da espiritualidade motivará a comunidade a buscar acolhida, isto sob a leveza da graça libertadora de Deus. Caberá à Igreja do futuro fortalecer sonhos, no contexto de uma sociedade inspirada pelo imediatismo, calculista e vidrada em política de qualidade; é sociedade que desaprendeu a sonhar. Na comunidade futura carecemos de menos programas e de mais tempo e melhor relacionamento. Seremos convidados a sonhar com uma Igreja mais leve, em lugar da cultura do peso e das sobrecargas. Aliás, foi Jesus quem afirma: meu fardo é leve e o meu jugo é suave.

A IECLB vai morrer? Não! Apesar da sua transitoriedade, não queremos a morte da Igreja, nós a amamos. Permanecemos Igreja de Jesus Cristo. Por isto, esperamos confiantes no dia de amanhã. Deus está conosco de noite e de manhã e, com certeza, a cada novo dia!

Manfredo Siegle
pastor sinodal do Sínodo Norte-catarinense
da Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil (IECLB)
em Joinville – SC

O Caminho – 07/2007