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Que diremos, pois, à vista destas coisas?

A terra se dissolvendo “como sorvete”; casas deslizando como em tobogãs; avalanches de terra soterrando casas, carros, pessoas; árvores e pedras tomando as ruas; águas fazendo caminhos nunca antes trilhados, sem licença e sem aviso prévio, invadindo dispensas, salas e dormitórios.

Pessoas começaram a perder o chão, foi o que na vida lhes era seguro e abrigo. Há desalojados, sem teto, desanimados, mortos e enlutados.

“Que diremos, pois, à vista de todas essas cousas?” (Romanos 8.31a)

Primeiro:
Não duvidemos, Deus é por nós, o seu amor permanece. Ele há de nos sustentar com a sua destra fiel. Ele há de nos enviar “anjos” que solidariamente nos ajudarão. Por meio do seu Espírito Santo Ele há de prover que nossos corações quebrantados se encherão de esperança e de forças para recomeçar.

Segundo:
Que à vista de todas essas coisas reflitamos sobre o temor que devemos a Deus e o respeito ante toda a natureza criada. Presenciamos quão inseguros são os fundamentos tidos como seguros que construímos! Aprendamos a respeitar os cursos e limites da natureza. Catástrofes podem ser fruto do nosso descaso e descuido da criação divina. A terra é uma só. Esta é a casa da humanidade, se destruída, não há outra morada terrestre.

Terceiro:
Que à vista de todas essas coisas não percamos de vista a necessidade, a fome, a dor, o desânimo, o luto do nosso irmão e irmã atingidos. Sejamos, sobremodo, solidários. O amor é generoso. O amor tudo supera. Tudo que fizermos com amor não pesa e não nos faltará jamais. Nos encherá, sim, de gratidão e de dentro de nós brotará felicidade e paz.

Todas essas calamidades à vista hoje desaparecerão, e coisas novas aparecerão, se em nós e entre nós permanecem a fé, a esperança e o amor.

Assim, conclamamos a todo o povo de Deus no Vale do Itajaí, para que seja solidário e recobre a esperança. Deus fará novas todas as coisas, creiam nisso.

Também como Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil, por meio de nossas paróquias e comunidades no Sínodo Vale do Itajaí, estamos de portas abertas para auxiliar as vítimas desta calamidade que castigou nosso Vale.

Com votos de que Deus estenda seu manto protetor sobre todos nós e nos abençoe!

Mariane Beyer Ehrat – Pastora Sinodal do Sínodo Vale do Itajaí
Léa Stange de Oliveira – Presidente do Sínodo Vale do Itajaí