A pequena Comunidade Evangélica de Colniza, último município do noroeste do Mato Grosso na divisa com o Amazonas, distante 340 km de Juína e 155 km de Juruena foi palco da Assembléia Paroquial , nos dias 22 e 23 de novembro passado. Tratou-se de uma celebração apenas: presença de evangélicos/as-luteranos/as nesta vasta Região ainda sem nenhuma ligação asfáltica com o restante do Mato Grosso e muito menos ainda com seus vizinhos/as tanto nos Estados do Amazonas e ou Rondônia. Ao Sul, via Juína e Brasnorte faltam ainda 80 km para a ligação com os demais pólos do Estado. Enquanto isso o barro e os atoleiros e depois a poeira da seca são nosso cotidiano.
Boa parte do tempo da Assembléia ocupou-se com o traçar estratégia e planejar arrojadamente nossa presença nesta Região. O jovem Presidente Paroquial, Marcos Roberto Baumhardt, de Cotriguaçu – dirigiu a Assembléia com muito espírito democrático e participativo, deixando a todos/as uma plena possibilidade de diálogo e interlocução, elementos chaves para o andamento do processo.
Os tradicionais relatórios da presidência, do campo ministerial e da tesouraria foram recheados de um depoimento de compromisso com o Evangelho, decorrente da tradição evangélico-luterana com vistas ao específico nesta Região do Sínodo da Amazônia. Hoje é motivo de muita gratidão ao Deus da Vida estarmos aqui na última fronteira geográfica da Paróquia, para nos comprometer e enfrentar juntos as dificuldades que não são poucas, analisou a presidência. A necessidade e gratidão do encontro de parceiros/as para a caminhada foi acentuada. Também a participação: quem não é visto não é lembrado, acentua Marcos. Tivemos 19 pessoas enfrentando estradas e trechos para chegar na Casa de Formação em Cacoal e ou com ônibus ao Sul, para encontros e estudos – incluso a Assembléia Geral da PPL em Palmitos/SC. Isso faz a diferença: não olharmos apenas para nosso próprio umbigo!
Para o obreiro, chegado a menos de um ano do Sul, está sendo uma experiência ministerial muito rica, uma bênção servir aqui nesta Região, com seus mais de 30 anos de trabalhos na IECLB, suas Comunidades e ou Instituições. Acentuou que escutar é uma arte. Emprestar ouvidos para um planejamento participativo de Paróquia e Igreja de Jesus Cristo – com bases em nossa confissão de fé, instrumentalizado pelo servo Dr. Martin Luther, é duplamente arte. Arte que denuncia e anuncia. Mas que ama a todos por igual por causa do serviço nobre: servir e amar a Deus sobre todas as coisas. Isso significa no momento aqui: a) Consolidação e solidez das Comunidades; b) Ampla discussão e participação do Plano de Ação Missionária das mesmas e da Paróquia; c) Execução de nossa peça orçamentária com base na compreensão do dízimo: 5% da Renda para cada um/a dos batizados/as; d) Dádivas extras, festas e promoções fazem a Paróquia/Sínodo/Igreja existir. E isso precisa incentivo e nossa orAÇÃO.
Nas questões ligadas à área financeira, o catarinense de Mondaí – Erni Sackmann – apresentou a realidade daquilo que significa assumir uma demanda viciada de controle de contribuições já desgastada pelo tempo e sem uma conscientização clara daquilo que é o dízimo para a sustentação do trabalho ministerial nesta vastidão territorial. As planilhas de entrada, bem como do caixa mensal foram distribuídos. Das Comunidades filiadas, apenas três se encontram em dia com as contribuições. Após análise desta situação, partimos para uma solução possível para o impasse: enfrentamento da realidade a partir da conscientização de cada batizado e batizada.
Assim, com esta proposta, cada um/a será convocado a trazer ao altar mensalmente por ocasião da celebração sua oferta, seu dízimo, numa aproximação dos 5 % do valor de sua faixa salarial, de renda e ou pro-labore. Com isso queremos perceber a possibilidade de sobrevivência de uma estrutura paroquial mínima, mas a serviço de todo o povo de Deus neste Sertão que nos acolhe, sustenta e viabiliza.
Nos cálculos antigos chegaríamos a uma contribuição média de quase R$ 1.000,00 – hum mil reais. Com esta possibilidade, sonharemos com uma liberdade responsável de R$ 150,00 – cento e cinqüenta reais por batizado/a.
Com clareza a Assembléia reunida deu luz verde a este proposta, após estudo, muita oração e olhando para experiências sinodais exitosas com esta sistemática. Também a oferta de gratidão é expressão da minha fé, da minha solidariedade.
A composição do Conselho Sinodal de Missão será administrado pela participação da Diretoria Paroquial, que sempre procurará estar presente. Os relatórios de participantes de Encontros, Seminários e representações (19 durante o período) foram apresentados e receberam aplausos por sua disposição e renovação da chama evangélica-luterana neste chão.
Na questão ligada a renovação e revisão estatutária ficou aprovada a mesma conforme as sugestões efetuadas pelo Conselho Sinodal e Secretaria Geral. Novidade fica para o nome da Paróquia, até então Evangélica de Juína, para Paróquia Evangélica de Confissão Luterana no Vale do Juruena – sede em Juruena/MT – conforme estudo bem aprofundado e reflexão efetuada pelos/as participantes.
Estava na hora de celebrar e com a Comunidade Evangélica de Colniza. Celebramos o Culto deste Domingo de Cristo Rei – Domingo da Eternidade. Um misto de despedida, partilha, mas de muito desafio, também presente no Evangelho dominical – Mateus 25:31-46. Despedida porque precisávamos voltar para casa. Despedida porque Colniza – com seus pontos de pregação em Colniza (150 Km), Nova União (42 Km) e Nova Esperança (73 Km) deixam seu pertencimento a esta área paroquial, e com o apoio do Conselho Sinodal de Missão, campanha Vai e vem da IECLB e Obra Gustavo Adolfo na Alemanha, Colniza será a partir de 2009 – uma nova sede e área missionária da IECLB. Esta celebração foi ovacionada com palmas e recebeu boa parte das intercessões deste ato.
Agradecemos muito por todas as experiências, dons e carismas colocados a serviço em Colniza e em toda a região paroquial. Nosso bom desejo é o de crescimento, de edificação de Comunidades que, sintam-se sal e luz para este mundo carente e desesperado nesta realidade de sofrimento, desespero, de perguntas e poucas chamas de esperança. Sejamos este sinal!
Que a nova criança gestada com nome novo, mas com muita experiência no chão noroeste do Mato Grosso, com seus planejamentos estratégicos, e seu tema de casa efetuados possam ser este instrumento valoroso que Deus deseja, em sua graça transformadora!