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Lembramos o Dia do Índio. Por isso, queremos apresentar uma ilustre indígena chamada Ester…

Ester Santos é índia da tribo Ianomâmi da Amazônia. Seus pais vieram para o Rio Grande do Sul, quando Ester estava por nascer, para trabalhar vendendo balaios, redes, chapéus, cordas… Todos os artigos eram confeccionados pelos próprios índios e com a venda mantinham a família. Ester nasceu em Torres em 28 de janeiro de 1938. Quando nasceu, assim contaram para ela, recebeu um banho fio nas águas do mar em Torres.

Quando Ester tinha 9 anos, ela foi adotada pela família Trott em Taquara. Por isso, o falecido Adelmo Trott era por ela considerado irmão adotivo. Ester percebeu logo, principalmente na escola, que havia muita discriminação para com ela por ser índia. Mas ela, relata, também tinha preconceito para com as crianças brancas.

Como a família Trott era evangélica, Ester também começou a freq&uumlentar as atividades da comunidade evangélica, onde até hoje participa. Disse que não teve dificuldades para adaptar-se a esta nova realidade da fé. Ester disse que, ainda criança, muitas vezes, caminhava pelas matas e ficava imaginando: quem plantou estas árvores enormes e bonitas? Deve ter sido alguém(um tio) muito grande e forte. Aconteceu que certa vez, na comemoração de 7 de setembro, ouviu um poema sendo recitado que falava das maravilhas da criação e, num certo trecho dizia: “Por trás de tudo isto está um ser que não vemos – que é Deus”. Foi ali que seus olhos se abriram e ela percebeu que aquelas árvores enormes tinham sido plantadas por Deus. Deus era o tio grande e forte que fez tudo tão bonito.

Ester lê muito a Bíblia e agradece sempre a Deus pela vida. Levanta de manhã cantando hinos de louvor a Deus “Deus para mim é tudo”. Ela participa do Coral do Louvor da Comunidade Evangélica de Taquara, da OASE, de estudos bíblicos e sempre está presente nos cultos, dando assim o testemunho de vida daquilo que falou anteriormente. Ester deu ainda dois depoimentos interessantes: “Quando alguém me entristece, penso: tenho Deus e ele é mil vezes maior que minha tristeza. Por isso, esqueço as mágoas”. Ester também gosta de crianças. Vê nelas a inocência que vem do próprio Deus. Quando uma criança é magoada, logo esquece. Gente adulta não esquece. Pode não tocar no assunto, mas não esquece.

Hoje, depois de tantos anos, Ester está perfeitamente entrosada aos costumes e hábitos, mas sempre lembra do seu povo de origem que vive com suas peculiaridades.

P. Valmor Haag