“Eu não quero ser escravo de ninguém!”, é uma exclamação que poderia vir da boca de um jovem, de um empregado, de um marido, de um idoso. A luta pela liberdade tem sido constante na vida do ser humano, às vezes ao ponto de se tornar o lema ou alvo de vida de pessoas ou grupos. Mas livres de quê? Liberdade para fazer o quê? Podemos almejar a liberdade de regras, horários, compromissos, responsabilidades. Mas podemos também cair na escravidão ao prazer, ao egoísmo, “às minhas regras”.
A fé cristã é grande promotora da liberdade! Enquanto muitas pessoas possam pensar o contrário, Cristo veio para libertar as pessoas e não impor regras. Esta verdadeira liberdade foi explicada por Martim Lutero da seguinte forma, “um cristão é senhor livre sobre todas as coisas e não está sujeito a ninguém”! Espiritualmente falando, fui perdoado e liberto por Cristo do medo, da ganância, da preocupação com o status, etc.. Não sou controlado ou manipulado.
Mas, Lutero disse logo em seguida o complemento da primeira frase, “um cristão é um servo prestativo em todas as coisas e está sujeito a todos.” (Da Liberdade Cristã-p. 7- Martim Lutero-Ed. Sinodal). Como assim, livre, mas sujeito a todos? A verdadeira liberdade está enraizada no amor e me deixa livre para fazer o bem. Ela me liberta de ser escravo do “eu” e só pensar no próprio prazer. Nisto está uma grande descoberta, que Cristo nos abre. Ele nos deixa livres, confiantes, desarmados, para sermos felizes buscando o bem do nosso próximo, isto é ser livre!
A partir desta liberdade interior, espiritual não precisamos lutar pelo nosso valor, posição na sociedade, ou fama. O nosso prazer está em contribuir para uma vida melhor para todos. Através de minha profissão, vida familiar e social posso me dedicar a colaborar pelo bem comum. Eu não preciso conquistar pontos com Deus mas quero sim que a vida que ele me deu sirva para objetivos nobres, eternos e edificantes. E num mundo que escraviza tanto prendendo a conceitos, valores, idéias materialistas e individualistas, sejamos seres humanos livres, simples e amorosos! “Foi para a liberdade que Cristo nos libertou.” (Gálatas 5.1)
Neste mês em que lembramos da Reforma da igreja cristã iniciada por Martim Lutero em 1517, somos gratos pelo destaque que ele deu a liberdade trazida por Cristo.
Mais informações sobre Lutero e a Reforma você pode encontrar no site www.lutero.com.br.
Desejo a você caro leitor/a, a liberdade que nos faz felizes ao darmos a mão ao nosso próximo!
Fraternalmente,
P. Eric P. Nelson
Comunidade Evangélica de Lajeado