Tema: “Luto proibido: dor silenciosa ou dor silenciada?”
Nos dias 05 e 06 de julho de 2011, no Lar Vila Elsa, em São Bento do Sul, aconteceu o Seminário para Enlutados e Acompanhamento a Enlutados, promovido pela coordenação da OASE do Sínodo Norte Catarinense.
O grupo que se encontrou a fim de refletir o tema era composto por 22 pessoas. Nestes dois dias em que estivemos reunidos, constituímos uma comunidade terapêutica que está a caminho na vivência das suas próprias perdas e lutos e no serviço de acompanhar as vivências de luto dos irmãos e das irmãs na fé nas comunidades das quais fazemos parte
Chegamos ansiosos e cheios de expectativas. Recebemos uma notícia que nos desconcertou: a Pa. Vera Cristina Weissheimer não poderia estar conosco devido a problemas de saúde. Mas, a coordenação do Seminário, sob responsabilidade da presidente da Associação Sinodal da OASE Venilda Rode, da artista visual e especialista em arteterapia e aconselhamento Edeltraud Fleischmann Nering e dos pastores Lauri Jacson Lenz e Renato Creutzberg, pastores orientadores da OASE do Sínodo Norte Catarinense, colocou-se com humildade diante da situação e com muita sabedoria, inspirada pelo Espírito Santo, superou o imprevisto e dispôs-se a conduzir toda a reflexão. E nós, participantes, somos gratos pela coragem e disposição da equipe que enfrentou as intempéries e nos permitiu este espaço para refletir e amadurecer o tema “luto proibido”.
Em meio ao sentimento de perda da chegada (pela ausência da Pa. Vera), celebramos o início da caminhada. A meditação de acolhida foi conduzida pelo Pastor Vice-Sinodal Renato Creutzberg, que apontou para a maneira como Deus se revela em seu amor pela humanidade a partir do texto de 1 Reis 19.1-18.
Na sequência, fomos conduzidos em nossa reflexão pela terapeuta Edeltraud F. Nering, que através de dinâmicas e reflexões possibilitou que extravasássemos nossos sentimentos em relação à perdas e aos lutos que sofremos. Com embasamento na psicologia e no aconselhamento, refletimos a partir das situações em que o luto não é permitido porque as relações que envolviam não são socialmente aceitas ou são reprimidas.
No segundo dia fomos conduzidos pelo P. Lauri Jacson Lenz que refletiu a temática à luz da ação de Jesus Cristo que nos mostra que o luto é permitido, a dor é expressada e o silêncio é um tempo abençoado. A partir do texto bíblico que narra a morte e a ressurreição de Lázaro (Jo 11.1-35), vemos que Jesus experimentou a perda e o luto e humanamente viveu intensamente seus sentimentos e, através de sua ação e de suas palavras, Ele nos alerta para a necessidade saudável que temos de viver nossas perdas e lutos, mas com o coração consolado na esperança da ressurreição. Encerramos o Seminário em culto com a celebração da Ceia do Senhor.
Entre os trabalhos, houve o aprendizado que nasce da comunhão de mesa e da convivência fraterna. A partir desta vivência comunitária, superamos inclusive o frio que nos intimidava. Enfim, foram momentos de troca de saberes muito intensos que possibilitaram nosso amadurecimento em relação ao luto. E, ao caminhar na companhia daqueles/as que vivem a mesma experiência – compartilhar anseios, expectativas, dificuldades e dúvidas – fomos animados/as para seguir a jornada, ensaiando pequenos passos de superação a partir da fé em Cristo Jesus. Ele que nos diz: “Eu sou a ressurreição e a vida. Quem crê em mim, ainda que morra, viverá; e todo o que vive e crê em mim, não morrerá, eternamente.” (Jo 11.25-26)
Everton Luiz Knaul – Candidato ao Ministério Pastoral
Realizando o PPHM
na Paróquia Bom Jesus, em Joinville.