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Com grande alegria compartilho um pouquinho de tudo que Deus tem movido aqui.
Hoje também aproveito para colocar um pouco dos meus sentimentos em relação aos quase 10 meses que aqui estou.

Muitas coisas têm acontecido. Dia a dia vejo Deus nos carregando e guiando meus passos.
Com certeza tenho experimentado muitas coisas ministerialmente que nunca imaginaria passar, como tenho dito “isso não ensinaram na faculdade de teologia”.

Recordo do dia das crianças onde atingimos aproximadamente 260 crianças
– 100 com a Escola Infantil Luterana.
– 60 com as atividades do Culto Infantil no bairro São Felix.
– 100 no bairro São Felix.

Chegou o novo carro, muito melhor que o antigo. Agora posso ir fazer visita e não preciso empurra-lo para conseguir chegar em casa. O problema agora é que os membros estão recebendo visita direto da pastora.
Nesses 10 meses tive a oportunidade de fazer aproximadamente 130 visitas. É muito bom estar perto dos membros e das pessoas que Deus tem enviado a comunidade. Tenho entrado nas casas com piscina e campo de futebol, como de casas de chão batido que acabo sentando no chão por não ter uma cadeira.
Vidas que acabam se encontrando pela vida miserável sem conhecer o Deus misericordioso. Chego a chorar por ver as pessoas sem conhecer “o caminho, a verdade e a vida”.

Um motivo de enorme gratidão a Deus aconteceu no último domingo. Tivemos a Assembleia da Comunidade com eleição do novo presbitério, com certeza é resposta de oração. Foi formado um presbitério com pessoas totalmente diferentes, com histórias e vidas totalmente diversas; uns novos, outros antigos e outros a tempo afastado da liderança. Louvo a Deus pela condução que tive com certeza uma ajuda divina.

Preciso glorificar o nome de Deus por algo maravilho que aconteceu durante os cultos de setembro a novembro. Em todos os cultos tínhamos visitantes ou famílias que fazia anos que não vinham a igreja; se digo anos é anos mesmo 10, 8, 7, 3 anos.

Em meio a tudo que tem acontecido cada vez tenho mais certeza que meus braços são curtos para abraçar tantas coisas que meus olhos veem. Durante esses meses senti a tal da solidão no ministério.
Não é o fato de estar sozinha, mas em meio as dificuldades ministeriais e a minha falta de experiência somam a ausência de não ter um pastor por perto que entenda a realidade que estou inserida. Conversando com os pastores e missionários vizinhos veem a diferença de Balsas para as outras comunidades do nordeste e centro-oeste.
Para terem noção do isolamento de Balsas: Sul – Guaraí/TO , 480km; Norte – São Luis/MA, 850km; Oeste – Belém/PA, 1100km; Leste – Teresina/PI, 550km.

Ufaaa!!! Falei bastante.
Agora quero dar uma parada e exemplificar um pouco da minha vida.
Vou usar as atividades no bairro São Felix, um dos bairros mais pobres de Balsas (Maranhão).
Começamos atividade com as crianças no sábado pela tarde. No começo a média era de 35 crianças, hoje estamos em 60.
Nos domingo era para ter culto, não deu certo (por enquanto). No último domingo começamos um grupo de adolescentes. Pessoalmente tenho sido enriquecida e desafiada todas as semanas.

Minha alegria é enorme ao ver aquelas crianças cantando e louvando a Deus.
Tudo que você faz, elas são agradecidas e em poucos meses já vemos a transformação desses pequenos filhos e filhas de Deus.
Sou agradecida a Deus pelas crianças que tem nos enviado.
Reparem nas fotos:

Pelas fotos podemos ver a alegria delas, por estarem conosco.
Nessa parte que entra os meus dilemas. Eu sempre chego 40 minutos antes para limpar o lugar e já tem crianças esperando para entrar. Por quê? Nós temos 18 cadeirinhas e para garantir a sua chegam antes.

Depois olhem que as crianças estão sentadas nas mesinhas, foi uma forma que encontrei de todos ficarem sentadas sem precisar sentar no chão. Na outra em alguns bancos que precisam ficar encostado na parede para não cair.
Na foto dos bancos reparem naquela menininha de cor de rosa em pé. Olhe depois do culto a mãe trouxe de volta a igreja, pois ela chegou chorando que não tinha ganhado o beijo de despedida. Sempre antes de ir embora eu beijo todos e hoje a irmãzinha dela levou sem eu ter a beijado.

Mas depois na hora de pintar…
Consegue contar quantas crianças tem em volta dessa mesa? Quem sabe em outro ângulo.

Veja algo interessante, essa mesa não tem cadeira. Eles estão sentados no chão ou agachados.

Esses foram criativos, pegaram as cadeiras e ajoelhados estão pintando nas cadeiras.
Essas chegaram atrasadas e já não tinha mais lugar, então resolveram levar para casa para pintar.

Lógico que isso é provisório, mas o inquietante é que em todos esses meses eu nunca ouvi eles reclamarem. Pelo contrário sempre sou recebida com beijos, abraços, saudade e muita alegria em me ver.

Nesse tempo de Natal somos bombardeados por tantas coisas seculares que esquecemos o principal. Tenho aprendido com essas crianças que a vida é boa. Em meio a dificuldade sempre tem algo bom surgindo…um desenho novo…uma música gostosa…um encontro…Deus.
Resgatemos o sentido do Natal, Jesus Cristo, nascendo humildemente em nossos corações sujos. Abramos nossas casas e vidas para Ele que é a Luz do Mundo.

Abençoado NATAL e que Deus possa nascer todos os dias em nossa vida.
Sejamos agradecidos como uma criança, pobre no sul do maranhão que nas mínimas coisas vê motivo para viver e se alegrar na presença de Deus.