A agenda das religiões não pode desconsiderar a agenda do cotidiano da vida das pessoas na sociedade e as exigências da justiça ambiental, diz a Carta das Religiões e o Cuidado da Terra.
O documento foi emitido pelo Espaço da Coalizão Ecumênica e Inter-Religiosa Religiões por Direitos, reunida na Cúpula dos Povos, no Rio, em paralelo à Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável.
Religiosos comprometeram-se a desenvolver uma nova ética na relação com o meio ambiente, capaz de orientar novas atitudes defensoras de todas as formas de vida e a desenvolver novos comportamentos, com prevalência da ética da tolerância e da liberdade cultural e religiosa.
Líderes vão se empenhar para que as tradições religiosas afirmem de modo concreto o valor da vida de cada pessoa, independente da sua condição social, religiosa, cultural, étnica e de gênero. Para tanto, pretendem incentivar a educação e a prática do respeito mútuo, do diálogo, da convivência pacífica e da cooperação entre os diferentes povos.
Na promoção da convivência pacífica entre os povos e o desenvolvimento da fraternidade e da solidariedade universal, os representantes de religiões reunidas na Coalizão Ecumênica e Inter-Religiosa prometem discernir juntos os valores que constroem a paz no mundo.
Sabemos que a paz no mundo não é simples ausência de guerra, mas é fruto da justiça e da prática do amor, expressa o documento.
Viver a compaixão e promover o valor e o cuidado da criação são outros dois pontos que representantes católicos, ecumênicos, judeus, muçulmanos, religiões afro e brahma-kumaris se comprometem a desenvolver nos próximos anos.
Assinaram a Carta das Religiões o moderador do Conselho Mundial de Igrejas, pastor Walter Altmann, o secretário geral do Conselho Latino-Americano de Igrejas, pastor Nilton Giese, o presidente da Pastoral para o Ecumenismo e o Diálogo Inter-Religioso da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, dom Francisco Biasin, o secretário executivo do Departamento de Justiça e Solidariedade do Conselho Episcopal Latino-Americano, padre Peter Hughes, primeiro vice-presidente do Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil, dom Francisco de Assis da Silva, o representante da Federação Israelita do Estado do Rio, rabino Sergio Margulies, o diretor do Departamento Educacional e de Divulgação da Sociedade Beneficente Muçulmana do Rio, Sami Armed Isbelle, a coordenadora do Instituto Nacional da Tradição e Cultura Afro-Brasileira do Rio, ialorixá Laura Teixeira, a diretora europeia da Universidade Espiritual Mundial Brahma Kumaris, irmã Jayam Kirpalani, e o secretário geral de Religiões pela Paz América Latina e Caribe, Elias Szczytnicki.
(Fonte – ALC)
Veja na íntegra a Carta das Religiões e o Cuidado da Terra