“A imagem de Lutero pregando as 95 teses à porta da Igreja do Castelo em Wittenberg é um símbolo poderoso para todo um processo histórico de redescoberta teológica da maravilhosa graça de Deus a ser recebida em fé para nossa salvação”, afirmou o moderador do Conselho Mundial de Igrejas (CMI), Walter Altmann, em discurso proferido no último dia 5, aos conciliares da Igreja Evangélica da Alemanha (EKD) reunidos para o Sínodo daquela igreja na cidade de Timmendorfer Strand. A sessão contou com a presença da chanceler alemã Angela Merkel.
O Pastor Presidente da IECLB, Nestor Friedrich também participou do evento da EKD. Além disso, teve a oportunidade de dirigir-se aos delegados das Igrejas Evangélicas Luteranas Unidas da Alemanha (VELKD), durante noite ecumênica, realizada no dia 2 de novembro. Os dois encontros deram destaque aos preparativos para os 500 anos da Reforma, em 2017.
“Para a IECLB, esta comemoração se apresenta como uma grande oportunidade de reflexão acerca da sua história, sua teologia, sua missão, seu papel no contexto brasileiro e no mundo ecumênico”, destacou Friedrich, ao lembrar que uma das características marcantes da IECLB é a pluralidade de formas de expressão de sua piedade. “O luteranismo na IECLB é consequência de concessões e de discussões, mas também da convivência e do crescimento de suas bases: as comunidades”.
Para Friedrich a celebração dos 500 anos da Reforma permite uma análise de toda a nossa história e herança teológica: “Temos a oportunidade de reafirmarmos, redescobrirmos e contextualizamos a teologia luterana e sua contribuição à cristandade com vistas ao futuro no contexto de uma sociedade pós-moderna, marcadamente individualizada, desigual, plural, fragmentada, marcado pela falência da ética, neoliberal, pela intolerância e agressiva concorrência religiosa”, ele disse.
Ao referir-se às comemorações dos 500 anos da Reforma, Altmann, que foi Pastor Presidente da IECLB entre 2002 e 2010, assinalou que estas se dão de forma bastante intensa na Alemanha, mas que “a comunidade cristã global acompanha essa programação com interesse e também em comunhão espiritual”.
Ele ainda apontou sugestões fiéis ao legado evangélico dos 500 anos da Reforma aos desafios espirituais e diaconais que a realidade global atual apresenta. Para ele, trata-se de “busca da unidade em meio à crescente fragmentação e competitividade religiosa, qual mercado global; afirmação da liberdade evangélica em face de sistemas e mecanismos de exclusão; serviço ao próximo necessitado em resposta de gratidão ao dom gratuito de Deus”.
Ele acentuou também a importância do “respeito pleno à dignidade de cada pessoa” e o cuidado com “cuidado da boa criação de Deus, em que há o suficiente para todos viverem dignamente, mas sem espaço para concentração de bens e para a ganância pessoal”.
Ao Sínodo da VELKD, por sua vez, Friedrich analisou os desafios das igrejas luteranas rumo a 2017 e afirmou: “não queremos fazer uma volta ao passado, mas queremos olhar para o futuro. As táticas e estratégias do passado podem iluminar nossas lutas presentes”, acrescentou.
O 11º Sínodo da EKD vai até o dia 7 com ampla agenda de assuntos internos e externos inspirados pelo tema “No princípio era o verbo – Perspectivas para o jubileu da Reforma em 2017”.
(Leia e veja a íntegra do texto de Altmann)
(leia a íntegra do texto de Friedrich)