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O fim do mundo e a fé cristã
Confira abaixo as afirmações feitas pelo Pastor Sinodal Marcos Bechert, feitas em programa de rádio gravado nesta quinta e que irá ao ar na sexta-feira, dia 21 de dezembro, pela Rádio Germânia de Teutônia.

No dia 21 de dezembro comemoramos o solstício de verão, quando iniciamos o verão, ou seja, quando o sol alcança o maior afastamento angular do equador para o sul. É o dia mais comprido do ano para quem mora no hemisfério sul. Muitos tem propagado que neste dia aconteceria o fim do mundo, segundo uma profecia maia. Esta idéia tem sido divulgado nos últimos quarenta anos, mas especialmente nos últimos 4. O tema inclusive foi retratado em filmes, sendo que um deles, de nome “2012”, fez até relativo sucesso de bilheteria.

A teoria tem sua origem no monumento nº 6 do sítio arqueológico de Tortuguero e em um ladrilho com hieróglifos localizado em Comalcalco, dois centros cerimoniais em Tabasco, no sudeste do México, região onde viveram maias e onde ainda vivem descendentes. Estes monumentos são chamados de “estelas”. Trata-se de um bloco de pedra que contém inscrições sobre a história e a mitologia maias, ou colunas nas quais se marcavam as datas de eventos importantes O primeiro monumento faz referência a um evento místico que ocorreria no dia 21 de dezembro de 2012, quando Bahlam Ajaw, um antigo governante do lugar, se encontraria com Bolon Yokte, um dos deuses que, na mitologia maia, participara do início da era atual.

Muitos interpretam esta data como uma profecia mas, segundo o Instituto Nacional de Antropologia e História (Inah), nessa data os maias esperavam simplesmente o regresso de Bolon Yokte. Aliás, arqueólogos e cientistas, que estudam civilizações antigas, dizem que os maias não faziam profecias e muito menos queriam deixar previsões apocalípticas para gerações futuras.

A data nada mais é do que a indicação do final de um ciclo e o início de uma nova etapa. A afirmação é feita por estudiosos e também pelo diretor da Biblioteca Estatal e Universitária de Dresden, Thomas Bürger, que guarda um dos três calendários maias existentes. O documento é uma espécie de calendário agrícola, uma cópia de todo o conhecimento maia disponível na época, acrescenta o diretor.

Já o pesquisador Rodrigo Liendo, do Instituto de Pesquisas Antropológicas da Universidade Autônoma do México (Unam) diz:: Os maias nunca disseram que haveria uma grande tragédia ou o fim do mundo em 2012. Essa visão apocalíptica é algo que caracteriza a nós, ocidentais. Não é uma filosofia dos maias.
Mesmo que estes estudiosos não negassem as profecias apocalípticas, ainda assim nós, pessoas cristãs, não precisaríamos temer. Vejamos o que está escrito em Gênenis 9.8.11-13 : “Deus também disse a Noé e aos seus filhos: Eu faço o seguinte acordo com vocês: prometo que nunca mais os seres vivos serão destruídos por um dilúvio. E nunca mais haverá outro dilúvio para destruir a terra. Como sinal deste acordo que estou fazendo para sempre com vocês e com todos os animais, vou colocar o meu arco nas nuvens. O arco-íris será o sinal do acordo que estou fazendo com o mundo…”

Jesus fala de sinais de sofrimento, que muitos lêem como sinais do fim dos tempos. Ele, no entanto, diz que são como dores de parto e conclui, como lemos em Marcos 13.32s: “Quanto, porém, ao dia e à hora, ninguém sabe, nem os anjos no céu nem o Filho, senão o Pai. Olhai! vigiai! porque não sabeis quando chegará o tempo.”

Para a reflexão: Certamente não faz mal para ninguém refletir sobre os últimos tempos. Aliás, o tempo de advento é exatamente para este fim: o recolhimento para a preparação para algo muito especial: a comemoração do Natal, onde o “Verbo se torna carne e vem habitar entre nós” (João 1). Não deve, no entanto, provocar pavor à nossa vida, mas levá-la para um comprometimento com a construção de um mundo melhor para viver, confiados na graça de Deus, sob o seu carinhoso cuidado e confiante na sua promessa no seu acordo feito com Noé, reafirmado com a morte de Jesus na cruz.