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Entramos em 2013! Nesta primeira semana de janeiro temos uma data especial no calendário litúrgico: o dia 06 de janeiro, a festa de “Epifania”. Epifania significa aparição ou manifestação de nosso Senhor e é a festa mais antiga do calendário cristão, mais antiga ainda que a festa do Natal. Ela começou a ser celebrada por volta do século III pela Igreja do Oriente, e um século depois, pela Igreja do Ocidente.
Quatro acontecimentos da vida de Cristo são celebrados nesta festa: a adoração dos magos, o batismo de Jesus, o primeiro milagre de Jesus nas bodas de Caná e a transfiguração de Jesus.
Para nós aqui no Ocidente, a festa de Epifania está ligada ao relato dos magos e é considerada uma prolongação da luz do Natal, enquanto que as igrejas do Oriente dão maior ênfase ao batismo de Jesus. Assim, para nós, o dia 6 de janeiro tornou-se a festa dos Reis Magos, enquanto que em outros lugares, como na Armênia, é o dia em que se festeja o Natal.

A narrativa da visita dos Magos ainda está bem presente em nossa lembrança, pois faz parte da história do Natal. O evangelista Mateus é o único que nos deixou este relato porque a sua intenção foi mostrar o cumprimento das profecias do AT relacionadas ao Messias. A profecia de Miquéias 5.2, que fala da vinda e do local do nascimento do Rei Eterno, provavelmente foi o motivo para que estes pagãos viessem à sua procura. E Isaías 60.5-6, fala da adoração que o Rei receberia por parte de representantes das nações, aqui concretizada através desses magos do Oriente. Deste modo, a vinda do Messias recebeu uma conotação universal, de que ele veio para toda a humanidade.

Mas quem são, afinal, esses magos do Oriente? Existe até algum folclore em torno desses personagens. A tradição fala de três reis, que até receberam nomes próprios: “Gaspar, Melquior e Baltasar” e que seriam representantes das três principais raças. Mas o texto bíblico apenas diz: “Eis que vieram magos do Oriente a Jerusalém, à procura do recém-nascido Rei dos Judeus, avisados por uma estrela especial”.
Magos, em grego “magoi”, referia-se à casta de sacerdotes persas e babilônios que se dedicavam ao estudo da astronomia e da astrologia. Portanto, eram pessoas estudadas, sábios, astrólogos, filósofos. Esses magos, provavelmente em número bem superior a três, vieram da Babilônia, onde o povo judeu havia passado 70 anos de cativeiro e assim se difundiu a religião judaica e as profecias do AT naquelas terras. Isto pode explicar o conhecimento que eles tinham a respeito das profecias que falavam do nascimento do Rei que nasceria em Israel, como descendente de Davi.

E eles vieram para adorar o menino, guiados por uma estrela que apareceu no céu. Como estudiosos que eram, reconheceram naquela estrela especial o nascimento de um rei muito importante. Quanta fé esses homens pagãos demonstraram: um sinal no céu foi suficiente para que empreendessem essa longa e dispendiosa viagem atrás do novo Rei. Ao encontrar o tão procurado Menino, confessaram o que sabiam a seu respeito: ele era o Rei eterno, Senhor do universo e Salvador da humanidade, e por isso o adoraram e lhe deram suas riquezas, presentes que se dava aos reis: ouro, incenso e mirra.

Que história impressionante! Que exemplo de fé nos dão esses homens do Oriente!
Eles demonstraram zelo pelo cumprimento da profecia, uma grande disposição em ir ao encontro do novo rei, perseverança em procurá-lo e fé de que a humilde criança era de fato o Rei e por isso o adoraram e o homenagearam com seus presentes.

Epifania é tempo de júbilo e gratidão porque o menino que nasceu em Belém se manifestou e foi reconhecido pelos gentios como Salvador de toda a humanidade. Mas, além de ser um dia de festa pela manifestação do Senhor, Epifania também quer lembrar-nos de nossa responsabilidade missionária. A alegria pela salvação nos leva a empenhar-nos pela salvação dos outros. Nós, que já vimos a sua estrela, que já fomos alcançados por sua Palavra, devemos proclamá-la àqueles que ainda estão nas trevas da ignorância sem Cristo.
E, porque Epifania significa aparição ou manifestação divina, por extensão, podemos aplicar o termo a qualquer momento de encontro com Deus, pois a nossa vida é feita de infinitas pequenas epifanias, sussurros do amor de Deus em nossos ouvidos. Basta aprender a ouvir.
Que Deus nos ajude a viver em verdadeira alegria e adoração a nosso Rei durante o ano novo que iniciamos há poucos dias!

Missionária Waltraut Müller – Panambi/RS