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Em meados de dezembro do ano passado o mundo soube da violência brutal cometida na Índia por um grupo de homens contra uma jovem de 23 anos. Essa jovem estudante acabou falecendo. A violência brutal anda solta também no Brasil. Diariamente número expressivo de pessoas sofre violência em nosso país. Entre essas pessoas também estão mulheres de todas as idades. Meninas e jovens são violentadas. Mulheres são agredidas. O tráfico de mulheres é algo horroroso. Há mulheres idosas aposentadas que têm sua aposentadoria desviada por familiares e elas próprias passam fome. Tudo isso não é novidade para nós. Por que, então, abordamos o assunto?

Por causa da violência brutal cometida contra a jovem na Índia, o P. Martim Junge, Secretário Geral da Federação Luterana Mundial, escreveu uma carta para as Igrejas Luteranas que são membros dessa federação. E dessa carta nós destacamos um ponto. Conforme o P. Junge, o que é diferente no caso dessa jovem indiana é a forma como a sociedade da Índia quebrou o silêncio e expressou sua visão muito clara de que a violência não pode ser tolerada e que essas coisas definitivamente devem ser transformadas. E o P. Junge continua: Por parte da FLM nós louvamos a Deus por essa reação, pois é uma atitude que contrasta com a postura de negação e de silêncio que tantas vezes prevalece nesses casos. Sublinhemos as palavras do P. Junge: “a violência não pode ser tolerada e essas coisas definitivamente devem ser transformadas”.

Diante de qualquer ato de violência cabe-nos não reagir com violência, mas também não podemos acobertar a violência ou silenciar diante dela. A violência deve ser denunciada. O P. Junge diz ao final da sua carta: O silêncio diante da violência precisa ser quebrado, a conscientização precisa crescer, lideranças precisam ser educadas e políticas precisam ser desenvolvidas. Por tudo isso, a Presidência da IECLB convida suas comunidades a assumirem sua parcela de responsabilidade em relação à superação de todas as formas de violência. Consideramos que o tempo da Quaresma, a celebração do Dia Mundial de Oração (1ª. sexta-feira de março) e a memória do Dia Internacional da Mulher, 8 de março, são período oportuno para alertar sobre todas as formas de violência contra as mulheres. Uma oportunidade para promover essa reflexão e para estimular atitudes em defesa das mulheres pode ser a intercessão comunitária, para a qual oferecemos uma sugestão:

Deus, tu que criaste mulheres e homens à tua imagem; que através de Jesus Cristo mostraste e ensinaste o respeito e o amor para com as mulheres, opondo-te a toda forma de violência, pedimos: ampara teus filhos e tuas filhas vítimas da violência. Ampara especialmente as mulheres vítimas da violência. Encoraja a elas e a nós para que atos de violência sejam denunciados. Faze das nossas comunidades espaço de acolhida para as mulheres vítimas de violência, e que sejam instrumentos da paz, da tua paz, da paz que Cristo nos deixou. Amém.

(Obs.: Esta carta certamente pode servir de instrumento de promoção dessa reflexão não somente nos cultos comunitários, mas nas reuniões dos diversos grupos da comunidade. Dada a importância do assunto, dado também o fato de que a realização da Copa do Mundo em 2014 vai “promover” o turismo sexual, não deveríamos deixar de repetir essa intercessão ao longo do ano).

Fraternalmente,
Nestor Paulo Friedrich
Pastor Presidente

Veja: Liturgia para a celebração do Dia Internacional da Mulher = 2013

Veja o que foi publicado no Portal Luteranos sobre  Violência à Mulher