Os dois textos das senhas para o dia de hoje, 17 de junho de 2013, são desafios para a Igreja do século 21. São palavras antigas e tão atuais. Em Amós 7.15 lemos “Vai e profetiza ao meu povo…”; e em Lucas 5.10 Jesus nos diz “ não temas, …serás pescador de homens”. Porque são antigas e atuais? Porque são como que janelas. Benjamin B. Warfield diz “Uma janela de vidro está diante de nós. Levantamos os olhos e vemos o vidro; notamos sua qualidade, observamos seus defeitos e especulamos sobre sua composição. Ou olhamos através dele na perspectiva de ver além terra, céu e mar.
Podemos olhar para os textos apenas como estudantes da Bíblia, como meros teólogos, meros especuladores que olham para o texto como se olhássemos a janela e ficássemos a observar os vidros, a qualidade e defeitos dos mesmos. Ou então podemos olhar através do vidro, e ver além.
O que quero dizer com isso? Bem, que podemos apenas especular, imaginar, sonhar, o que seja anunciar a palavra de Deus. Ou então podemos colocar isso em prática. A ordem de Deus é clara – “vai e profetiza”, e “ não temas,…serás pescador de homens”.
Parece que a Igreja do século 21 fica olhando para a janela, para os vidros, as qualidades e defeitos, especulando sobre a composição de sua história, do seu ser Igreja. Olhamos para a janela como uma moldura a ser admirada, e copiada. Esquecemo-nos que através dessa janela olhamos adiante, para o futuro, para as pessoas lá fora, para o céu, aonde Jesus foi preparar um lugar; para o mundo, que é o mar onde devemos lançar as redes para pescarmos pessoas para o Reino. Não qualquer reino, mas o Reino de Deus, o Reino da Eternidade.
C.S. Lewis diz: “olhar e continuar a olhar até vermos com certeza o que exatamente existe lá”. O que existe? Olhar pela janela é olhar além da superfície. Ver algo que mude nossa maneira de enxergar a vida, e também de vivê-la. Era isso que Jesus fazia o tempo todo – enxergava além das imagens de uma viúva de Naim, de uma mulher no poço, de um coletor de impostos sobre uma árvore, de um ladrão sendo crucificado, ou de Lázaro.
Jesus viu mais que meras lágrimas na viúva que perdeu o filho. Via também o coração partido e o quanto ela precisa daquele filho para preencher a sua vida, vazia pela perda do marido. Viu mais que apenas uma mulher samaritana perto de um poço, ele viu o fracasso de cinco casamentos. E mais que uma sucessão de fracassos, enxergou o vazio que crescia a cada novo divórcio.
Há diante de nós uma janela aberta, através da qual podemos ver pessoas que precisam ouvir falar de Deus e de Jesus e que precisamos lançar as redes nesse vasto mar, que é o mundo. Que Deus nos abençoe e guie nessa tarefa de sermos profetas e pescadores.
P. Luis D. Wasserberg – Panambi/RS