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Veja no arquivo anexo a edição completa do informativo em formato pdf.

 

Boa leitura!

 

 

Editorial
É com muito prazer que trazemos mais uma edição do Arauto da Fé. Certamente este periódico já estava sendo esperado, pois ele traz notícias sobre diversas atividades e diversos acontecimentos importantes que ocorrem nas comunidades que fazem parte de nossa paróquia. Desejamos uma boa leitura para todos vocês. Nos tempos atuais não podemos deixar de refletir sobre fatos que envolvem nossa vida diária.
Quero, neste editorial, motivar a todos para refletirmos sobre um tema muito importante: qualidade de vida. Temos carência de qualidade de vida? Vejamos algumas questões importantes sobre este assunto.
É sempre importante lembrar que a qualidade de vida tem a ver conosco mesmo. Como nós, cristãos, estamos cuidando de nós e deste mundo que Deus nos deu? Somos bons ou maus cuidadores? Certamente são muitos os fatores que influenciam na qualidade de vida. Mas os mais importantes dependem de cada um de nós, da nossa visão, do nosso ideal, da nossa herança familiar e cultural, da nossa expectativa em relação ao futuro, das nossas possibilidades, do ambiente em que vivemos, da visão que temos do mundo e da vida. Para ter qualidade de vida é necessário ter o que comer, ter onde morar, ter acesso à saúde, ter liberdade de escolha e assim por diante. Quando estas coisas essenciais e básicas não existem, não há qualidade de vida. Sobre isto não há o que discutir.
Nos dias de hoje vivemos uma vida bastante estressante, onde cobramos e somos cobrados. Em outras palavras, pode-se afirmar que não temos mais tempo para viver. Temos poucos momentos de lazer, de felicidade e de prazer. Isso faz com que se tenha também maior vulnerabilidade às doenças. Podemos assim dizer que a qualidade de vida do ser humano somente existirá se houver boas condições de trabalho, vida familiar estável, justiça econômica e social, saudável vida comunitária e espiritual. Qualidade de vida envolve todo um conjunto de fatores que promovem vida digna e justa para todos. Por isso, qualidade de vida também passa por mudança de comportamento, de vivência de valores, de disciplina, de respeito, de cuidados com o meio ambiente, de atenção à saúde e de vivência de uma vida cristã.
Mas a luta é constante. Vivemos num mesmo espaço e, por isso, nossa vida constitui-se de trocas cotidianas. Como seres sociais, queremos e precisamos do auxílio de outras pessoas no processo de construção da vida particular e grupal. E sendo a liberdade uma das características no processo na busca da felicidade, como posso ter qualidade de vida se necessito conciliar e integrar a minha vida com a vida de outras pessoas?
Uma das questões centrais na reflexão sobre qualidade de vida está no trabalho, que deveria ser fonte de prazer e de satisfação: o prazer no processo, o prazer em ver o trabalho pronto e o prazer em ver o produto final do trabalho. O trabalho, na verdade, é necessário à sobrevivência. A busca de meios para satisfazer as necessidades básicas é vital e fundamental para todo ser humano. É essencial à vida e à própria felicidade. É inegável a sua importância para o ser humano, pois através do trabalho a pessoa se sente útil à sociedade e à vida. Desta maneira deverá ser ouvido, percebido e respeitado como ser humano e como cidadão. É bom lembrarmos que a qualidade de vida não está à venda como se fosse um item da moda ou produto de um supermercado. Também não a conseguimos adquirir de um dia para o outro.
Temos a tendência de achar que viveremos eternamente e que, portanto, podemos adiar mesmo as coisas boas. Não adiemos as coisas saudáveis e boas. Qualidade de vida tem algo de “aqui e agora”. Por isso a amabilidade, a atenção, o cuidado, a cooperação, o entusiasmo, o senso de humor, a paixão, a lealdade, a humildade, a serenidade, a determinação, a ética, a justiça e muitas outras virtudes precisam estar presentes na vida do dia-a-dia. Isto, sim, é qualidade de vida!
Jair Schulz