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Sl 23.1: O SENHOR é o meu pastor; nada me faltará.

    Temos uma profusão de pastores “Evangélicos”, inclusive nas cidades pequenas. Tornou-se um negócio rentável com baixo investimento. Com teologia baseada na prosperidade financeira e na cura de doenças fabricadas pelo sistema econômico vigente. As igrejas ajudam os fiéis a se enquadrarem no pensamento egoísta e excludente do sistema.
    A tarefa do Bom Pastor é cuidar do bem estar das ovelhas para que tenham comida, segurança, harmonia no grupo, justiça, por causa do amor que o Pastor tem dedicado às ovelhas. O que decide o cuidado pelas ovelhas não é sua situação financeira, mas a sua pertença a Deus.
    Bom Pastor é aquele que denuncia o sistema que faz as pessoas vítimas e as torna cada vez mais desumanas e incoerentes com a fé professada. É aquele que vela, zela e ensaia com as ovelhas uma nova sociedade com os valores do Reino de Deus. Os valores do Reino são expressos com palavras como: solidariedade, partilha, cooperação, amor, paciência, cuidado e igualdade. Nesta nova sociedade não podem mais faltar águas tranquilas, nem companhia no vale da sombra da morte, conforme o Salmo 23 anuncia. Ser pessoa cristã hoje implica em romper com interesses de poderosos e andar na contramão de uma sociedade que está se autodestruindo.
    A proposta do Reino prevê a sustentabilidade de toda a criação. Precisamos de bons pastores que zelam pelo bem estar das ovelhas e dos pastos para que continuem verdejantes. Deus colocou os seres humanos neste mundo com a tarefa de cuidar e promover a vida da criação integralmente. Caso contrário, teria dado esta tarefa para outro integrante de sua bela criação. Portanto, não podemos abrir mão de cuidarmos do que é de Deus, inclusive de nossa vida e do equilíbrio, da harmonia na criação. A resposta que dermos hoje determinará a vida ou a morte de nossos filhos e netos. Precisamos ser pastores que tenham uma visão integral e que cuidam bem do presente da criação com vistas a um futuro promissor.