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Prédica: João 4.1-11
Leituras: Salmo 28 e 1 João 4.1-11
Autor: Arteno Ilson Spellmeier
Data Litúrgica: 6º.Domingo da Páscoa
Data da Pregação: 21/05/2006
Proclamar Libertação – Volume: XXXI


1. Informações exegéticas e reflexões teológicas

* Qual era a situação da(s) comunidade(s) a que João se dirige e que servem como pano de fundo para a interpretação das palavras de Jesus por parte do evangelista João? A expulsão da sinagoga, como local de culto, de proteção e de identidade, está determinando a vida dessa(s) comunidade(s). Entre 80 e 94 d.C., o sinédrio judaico acrescenta às 18 bênçãos, à oração do dia, uma maldição contra os cristãos que afirmavam que Jesus Cristo era o messias. “A repercussão dessa decisão foi terrível para os cristãos. Paulatinamente, eles foram expulsos de todas as sinagogas em todos os países. A partir do momento em que o cristão era expulso da sinagoga, tornava-se ilegal, podia ser denunciado e preso. Até então os cristãos viviam sob o ‘guarda-chuva’ dos judeus. Quando eram expulsos, perdiam o estatuto de judeus. Tornavam-se indivíduos isolados, obrigados a aceitar as leis do império romano, sem os privilégios dos judeus. Podiam ser mortos (16.2), sem receber apoio das autoridades” (COMBLIN segundo N. P. FRIEDRICH, op. cit, p. 143).

Com a expulsão da sinagoga, a comunidade cristã não só perdeu a proteção religiosa e política que nela encontrava, mas os(as) cristãos(ãs) individualmente perdiam, quase sempre, o emprego, a proteção profissional e econômica, considerando que, em muitas cidades ao longo do Mediterrâneo, o poder econômico e comercial encontrava-se nas mãos de judeus.
 A perseguição aos(às) discípulos(as) e a ação do Espírito Santo são descritas com detalhes na continuação do texto em pauta: Jo 15.18ss. “Vocês serão expulsos das casas de oração, e chegará o tempo em que qualquer um que os matar pensará que está fazendo a vontade de Deus” (16.2).

* O texto de Jo 15.9-17 faz parte dos assim chamados discursos de despedida de Jesus, que englobam os capítulos 13 a 17. Neles Jesus prepara os seus discípulos para sua morte e ressurreição e para os tempos posteriores, em que eles contarão não mais com ele, mas com o Espírito Santo. Todo esse trecho do evangelho caracteriza-se menos por sua dimensão missionária, pois “os de fora” não são considerados, e mais pela preparação para a mis- são, sendo dirigido exclusivamente aos(às) discípulos(as). É tempo de catequese, que antecede a missão. Na linguagem futebolística: está em foco o espaço do campo de treinamento e do vestiário e não do campo em que acontecerá o jogo principal. Assim como todo treinamento, preparação estratégica e concentração, no entanto, estão em função do jogo principal, assim a preparação dos discípulos está em função não deles mesmos, mas dos de fora, de sua missão no mundo. As palavras de João são dirigidas aos(às) discípulos(as) não somente como indivíduos, mas, acima de tudo, como comunidade.

* Há um paralelismo, em todos os casos, uma estreita relação entre os vv. 1 a 8 e 9 a 17 do capítulo 15. Exemplos: a) v. 4 (permanecer na videira) e v. 9 (permanecer no amor de Jesus); b) v. 3 (os discípulos já estão limpos) e v. 14 (eles são amigos de Jesus); c) v. 2 (serão limpos para dar frutos em abundância) e v. 16 (Jesus os escolheu para dar muitos frutos e que eles não estraguem); d) v. 7 (se os discípulos ficarem unidos com ele, receberão tudo o que pedirem) e v. 16b (Jesus os escolheu para que dêem muitos frutos, e tudo o que em nome dele pedirem o Pai lhes dará).

Os vv. 9 a 17, base de nossa reflexão, repetem os vv. 1 a 8 de forma meditada, refletida e interpretada.

* “ Permanecei no meu amor” é a mensagem central do texto. João não está pensando numa união mística ou esotérica entre Jesus e seus discípulos. O restante do texto não permite essa interpretação, pois ele anima os discípulos a suportarem a tensão entre o pleno amor de Jesus e a persegui- ção, entre o ser amigo de Jesus e o seu senhorio, entre o futuro sem Jesus e a sua permanência naquilo que ele viveu e ensinou. Permanecer no amor de Cristo é viver na tensão entre esse amor, como comunidade e indivíduos, e as incongruências da vida comunitária e pessoal. O “permanecei no amor” está fundado e baseado na revelação, isto é, no serviço prestado por Jesus. “Seja como for, o amor (nesse contexto) não é pensado como paixão e afeição, mas como o “estar aí” em favor da outra pessoa, “estar aí” que determina totalmente a própria existência” (BULTMANN, op.cit., 25-26). Permanecer no amor de Jesus implica permanecer na prática do amor vivido e exigido por ele e na tensão entre evangelho e lei, os dois pólos que caracterizam a vida da pessoa cristã neste mundo. A graça de Deus é total, mas não é sem conseqüências: Ela exige que adaptemos o nosso viver ao projeto de Deus, a seu reino. A graça e o amor de Deus não têm em vista somente a minha vida, mas todas as vidas e formas de vida, assim como a criação de Deus em sua integralidade.

* Como entender a afirmação de Jesus: “Se obedecerem aos meus mandamentos, vocês continuarão no meu amor, assim como eu obedeço aos mandamentos do meu Pai e continuo no seu amor”? Viver na graça de Deus e na liberdade do evangelho não significa viver de acordo com as próprias “leis” nem de acordo com as determinações deste mundo, mas de acordo com o projeto maior de Deus, de acordo com os seus ordenamentos. “O meu mandamento é este: Amem uns aos outros, como eu amo vocês” (15.12). No amor a Deus e no amor uns aos outros se resumem todos os mandamentos de Deus. Viver na graça de Deus não significa viver sem nenhum ordenamento, mas simplesmente não viver mais de acordo com as leis e as exigências deste mundo, nem de acordo com as próprias vontades e necessidades. “Se vocês pertencessem ao mundo, o mundo os amaria por vocês serem dele” (15.19). Aquele que “uivar com os lobos” não cai mais em vista; é um deles.

* A videira, usada por Jesus como exemplo para explicar a estreita relação entre o tronco e os galhos e a total dependência dos galhos em relação ao tronco, é, no mundo daquele tempo, também símbolo e fonte de alegria pelos frutos que produz, pelo vinho que deles se pode extrair. Uma das promessas de Jesus nesse texto é: se vocês permanecerem no meu amor, se ficarem como galhos da videira, “a alegria de vocês será completa”. A alegria é uma das principais características do reino, também desse que estamos vivendo antecipadamente em meio às contradições. Permanecer em Cristo é permanecer na alegria. “Aí ficarão cheios de alegria, e ninguém poderá tirar essa alegria de vocês” (16.22). É a alegria de saber-se unido à árvore da vida e de sentir-se parte de um projeto que não se esgota com a morte, mas dá sentido a ela.

* Por mais unidos e presos que os galhos da videira, em que crescem os frutos, estejam ao tronco, eles jamais serão o tronco, nem podem assumir o papel do tronco. Por mais amigo que Jesus seja dos discípulos (ele deu a vida por eles), eles jamais serão Jesus (15.13). A condição para ser amigo é o cumprimento dos mandamentos (15.14).

Na antiga Grécia, o amigo é visto como uma pessoa livre, sabedora das coisas e comprometida com a causa da pessoa de seu relacionamento. O escravo, ao contrário, é aquele que não tem liberdade de entender nem de decidir, que precisa obedecer sem saber os motivos.

Em João, ainda é um pouco diferente: mesmo sendo “amigo” dos discípulos, Jesus não deixa de ser “senhor”. Não é uma amizade entre totalmente iguais, pois esse deu sua vida por aqueles, escolheu aqueles e não o contrário. A amizade baseia-se na reciprocidade, mas não na igualdade. A amizade com Jesus compromete com o projeto do reino de Deus. É amizade que não nivela, mas exige obediência, que não é cega e impensada, mas livre e refletida a partir do amor e da liberdade conquistada por Jesus.

* Jesus escolheu os discípulos e não eles a ele. Será que ele os escolheu no sentido de selecionar, assim como os melhores jogadores são escolhidos para integrar a seleção? Jesus escolheu os discípulos para formarem uma tropa de elite? Eram eles predestinados? Não. Escolher não deve ser entendido no sentido de selecionar. Jesus chamou-os para fora dos aprisionamentos deste mundo, libertou-os das amarras do pecado por meio de sua morte e ressurreição e transformou-os em seus amigos. Todos(as) nós fomos e somos eleitos(as). A incumbência e promessa dadas aos discípulos na convocação também valem para nós: “… fui eu que os escolhi para que vão e dêem muito fruto, e que esses frutos não se estraguem”.

* A escolha de Jesus está relacionada às seguintes tarefas: ficar unido a ele, continuar no amor, amar uns aos outros, obedecer aos mandamentos de Deus, dar bons frutos, e às seguintes promessas: as palavras dele continuarão com eles, a alegria será completa, são amigos de Jesus, Deus lhes dará tudo o que pedirem.

Fé e amor são uma unidade. Quando optamos em aceitar a amizade de Jesus Cristo, em reconhecê-lo como nosso Senhor e Salvador, não mais podemos optar se vamos amá-lo e ao nosso próximo ou não. O amor é parte intrínseca da dinâmica da fé.

Como trabalhamos essa questão em nossa vida pessoal e comunitária? A fé transforma-se numa relação egoísta, totalmente instrumentalizada em prol de nossa própria salvação, se a descolarmos do amor uns aos outros.

2. Pistas para a prédica

– Por ser de uma densidade extraordinária, o texto permite tematizar diferentes conteúdos nele contidos e dar inúmeros enfoques à prédica: 1) a relação de amor; 2) amigos de Jesus e não escravos; 3) alegria e sofrimento; 4) as orações serão atendidas… Confiram os diferentes enfoques dados pelos colegas que trabalharam esse texto nos últimos anos em Proclamar Libertação (cf. bibliografia).

Por ser sugerido como texto de pregação para o 6º Domingo da Páscoa, em outras séries denominado de Domingo Rogate, quero valorizar o v. 16c: “…Assim o Pai lhes dará tudo o que pedirem em meu nome”.

– Que tipos de perseguição a cristãos e cristãs existem hoje? A olhos vistos, aparentemente, os cristãos somente são perseguidos em alguns países muçulmanos e comunistas, onde eles, de forma mais explícita ou implícita, divergem da ideologia política ou religiosa dominante. Agora tentem pôr em risco regalias, privilégios e interesses de determinados grupos de nossa sociedade, com argumentos sociais, políticos, econômicos, religiosos ou ecológicos, para ver o que é bom para a tosse: correm o risco de sofrer discriminação, ameaças de morte, perseguição social e policial, serão objeto de menosprezo, chacota, desprezo, retaliações, isolamento… Os métodos de perseguição mudam, mas não o fato em si: cada vez em que pessoas e grupos (também de igrejas) sentem-se ameaçados por estar sendo questionados em seus “padrões de vida”, em seus referenciais e tradições jurídicas, legais, religiosas, econômicas, morais, sociais, que são tidas como eternas e imutáveis, há reações. Quando os “padrões deste mundo” são questionados, há reações que vão de ameaças à eliminação pura e simples. É disso que falam os versículos que seguem o texto em pauta (15.18ss). Quando no v. 18 é dito “… Se o mundo odeia vocês, lembrem-se que ele me odiou primeiro”, Jesus não está se referindo ao mundo como a boa e amada criação de Deus, mas a esses “padrões, paradigmas e referenciais deste mundo” a serviço de uns poucos em detrimento da própria criação.

Será que os referenciais do reino de Deus sempre se coadunam com os referenciais e padrões deste mundo?

– A promessa de Jesus “Assim o Pai lhes dará tudo o que pedirem em meu nome” não significa que Deus atenderá todos os nossos pedidos, por mais egoístas e estranhos que eles sejam, mas que ele dará tudo o que necessitamos para ficarmos unidos a ele, para nos mantermos em sua palavra, para nos amarmos uns aos outros… Na promessa de Jesus está inclusa a idéia: assim como os galhos unidos à videira receberão “naturalmente” a seiva que os manterá vivos, assim a união com Deus na oração manterá os(as) discípulos(as) vivos(as) em seu relacionamento com Deus.

– Houve épocas em que oração e ação eram tratadas como se fossem antônimos e mutuamente excludentes. Hoje não é mais assim, pois entendemos sob “oração” um processo mais amplo, mais abrangente, não mais restrito a um tipo de atitude, a um espaço e conteúdos prefixados. A oração tem muitas dimensões, facetas e até funções: 1) oração de agradecimento; 2) oração de louvor; 3) oração de intercessão; 4) oração como petição; 5) oração como contemplação; 6) oração como confissão de pecados; 7) oração como confissão de fé; 8) oração como meditação; 9) oração no culto; 10) oração matutina, vespertina; 11) oração a caminho; 12) oração como canal de ligação e diálogo com Deus…

Se a oração é uma forma especial de diálogo e conexão com Deus, ela não se deixa prender a formas predeterminadas, rituais únicos e prefixados, nem a horários e lugares sagrados. Deus é quem mantém o canal de diálogo aberto. Essa é uma relação que não podemos manipular nem influenciar com gestos mágicos.

Ritos, posições, lugares e horários fixos podem ajudar na continuidade e na disciplina da oração, mas não são determinantes para que aconteça diálogo com Deus.

O diálogo com Deus é mais do que discurso. Ele acontece em palavras, sentimentos, construção de relacionamentos e ações. Quando fazemos bem o nosso trabalho para que mais pessoas possam ter uma vida digna, estamos conectados com Deus. Quando ajudamos pessoas a descobrirem que Deus as ama, estamos conectados com Deus. Quando nos engajamos em nossa vida do dia-a-dia para que a natureza seja menos destruída, quando protestamos contra todas as formas de opressão, estamos “conectados” a Deus, estamos em “oração”.

3. Diferentes possibilidades de abordagem

1. No culto, simplesmente pregar sobre v. 16c (“… Assim o Pai lhes dará tudo o que pedirem em meu nome”), tendo como contexto e base de interpretação o texto de Jo 15.9-17.

2. Estruturar todo o culto a partir do v. 16c (“… Assim o Pai lhes dará tudo o que pedirem em meu nome”), relacionando essa promessa de Jesus com o texto todo e com a situação de vida atual da comunidade, falando sobre as diferentes formas de oração, destacando cada uma delas no decorrer da liturgia: adoração, confissão de pecados, confissão de fé, oração da igreja, intercessão…, intercalando hinos, orações, momentos de silêncio. O centro do culto pode ser a oração como forma de diálogo com Deus, como exercício de comunhão.

3. Em “cultos de oração”, caso esses já estiverem sendo praticados na comunidade, os membros, por exemplo, podem escrever em folhetos os pecados que os oprimem, para em seguida trazê-los ao altar para serem queimados, ou relacionar os seus agradecimentos e pedidos de intercessão a Deus a favor da sociedade, comunidade, familiares, doentes, moribundos, para, em seguida, depositá-los ao pé da cruz, no altar, intercalando hinos e silêncios.

4. Subsídios litúrgicos

Confissão de pecados: Senhor, bondoso Pai, temos muitas dificuldades em entender teus caminhos e tua vontade para com todos(as) nós. Adoramos-te como nosso Pai e Deus e sempre de novo nos flagramos em tentativas de te manipular, de te moldar de acordo com os nossos interesses e nossa vontade, de crer em ti sem nenhum compromisso com o nosso próximo e com o todo de tua criação. Agradecemos-te por assim mesmo continuares a apostar em nós e pedimos: dá um tranco em nós e perdoa-nos. Pedimos também por teu perdão, Senhor, quando permitimos, por medo ou comodidade, que os referenciais e padrões deste mundo determinem a nossa vida na igreja, sociedade, economia, política… Pedimos: dá-nos um tranco e sabedoria para não confundir os referenciais de teu reino e os deste mundo. Tem piedade de nós, Senhor!

Oração da coleta: Agradecemos-te, Senhor, por poder ficar unidos a ti, como os galhos ao tronco da videira. Agradecemos-te por só precisar fazer aquilo para o que nos criaste: produzir bons frutos. Pedimos por tua amizade. Pedimos que nos ensines a amar uns aos outros. Por Jesus Cristo, teu filho amado, que por nós morreu e ressuscitou. Amém!

Oração de intercessão: Agradecemos-te por podermos falar contigo em oração, por termos a tua promessa de que atenderás nossa oração e que por meio dela estamos conectados(as) contigo. Mesmo quando erramos feio, tu manténs o canal de diálogo aberto. Obrigado! Agradecemos-te por tua amizade e por poder amar uns aos outros. Obrigado! Agradecemos e pedimos por nossas famílias. Agradecemos e pedimos por nossa comunidade e por nossa igreja. Agradecemos e pedimos por nosso país. Pedimos pelas pessoas que estão doentes, sofrendo e morrendo, e agradecemos por continuares conectado com elas. Pedimos pelas pessoas que vivem no abandono, na miséria e na prisão dos vícios e agradecemos-te por nos estares mandando para junto delas. Pedimos por todas as pessoas que têm poder e responsabilidade na sociedade, na política, na igreja, na economia… e agradecemos por também elas poderem viver de acordo com os teus parâmetros e referenciais, tornando-as do nosso mundo passageiras, circunstanciais, modificáveis. Agradecemos-te por podermos agradecer e viver felizes na tua promessa “… Assim o Pai lhes dará tudo o que pedirem em meu nome”. Amém!

Bênção: Que Deus toque nossos olhos, para que possamos enxergar o sofrimento das outras pessoas e as belezas da sua criação; que toque nossos ouvidos, para que possamos ouvir o grito das pessoas excluídas e o sopro do vento em suas florestas; que toque nossa boca, para que possamos falar do seu amor por tudo o que ele criou e para que, em outros momentos, a mantenhamos fechada para não falar bobagem nem ofender outras pessoas; que toque nossas mãos, para que as usemos para fazer o bem e não para destruir; que toque nossa vida, para que o Espírito Santo possa nos envolver e ela volte a ter o seu sentido original; Senhor, toque o nosso coração e nos permita sentir teu amor, para que possamos amar uns aos outros. [Paráfrase de Livro de Culto, VII 327].

Bibliografia

BRAKEMEIER, Gottfried. Meditação sobre Jo 15.9-17. In: Proclamar Libertação. São Leopoldo: Editora Sinodal, Tomo XIV. pp. 374-384, 1988.
BULTMANN, Rudolf. Das Evangelium des Johannes. In: Kritisch-exegetischer Kommentar über das Neue Testament. Göttingen, 1964.
FRIEDRICH, Nestor Paulo. Meditação sobre Jo 15.9-17. In: Proclamar Libertação. São Leopoldo: Editora Sinodal, Tomo XIX. pp. 143-147, 1993.
OLIVEIRA, Antonio Monteiro de. Meditação sobre Jo 15.9-17. In: Proclamar Libertação. São Leopoldo: Editora Sinodal, Tomo 25. pp. 192-196, 1999.