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Mateus 2.1-12

Queridos irmãos, queridas irmãs de caminhada. O Natal passou e as festas de ano novo também. E aqui estamos nós, trazendo conosco nossos sonhos, nossas expectativas para este novo ano de 2014. Na próxima segunda-feira (06/01), iniciaremos juntos uma época muito especial, chamada Epifania ou “Revelação de Deus. Deus criança se revela aos magos do Oriente. Sabemos que esta revelação do Deus criança acontece no meio da preocupação do rei Herodes, que se sente ameaçado com o comentário do surgimento de um novo rei no meio do povo.

A preocupação de Herodes é concreta, pois a notícia poderia tornar-se um problema para o seu reinado de tirania e opressão. Movido por esta preocupação, Herodes incumbe aos magos, visitantes do Oriente, a tarefa de descobrirem o lugar exato onde nasceu a tal criança anunciada e comentada entre os súditos do seu reinado.

Os magos, a quem nos acostumamos a chamar de reis, eram astrólogos e deixavam-se guiar pelas estrelas. As estrelas serviam como inspiração para fazerem suas previsões para o futuro. Este fato os tornava importantes e requisitados pelos mandatários. Eram sábios, sabedoria humana misturada com astrologia! Por isso, foram mandados a Belém para achar a tal criança, guiados por aquela estrela tão diferente. Uma estrela muito brilhante. Jamais alguém tinha visto uma estrela assim. E eles, que conheciam muito bem as estrelas, ficaram fascinados e se deixaram guiar por ela.

Vamos nós aqui deduzir que Baltazar, Belquior e Gaspar imaginavam que a estrela os levaria para um lugar rico e bonito, realmente digno e justo para o nascimento de um grande rei. Quem sabe até encontrariam um belo e majestoso palácio! Mas a estrela brilhava fortemente sobre uma estrebaria. Estrebarias não são lugares lindos, são abrigos para animais, nada lá é tão rico, digno e majestoso para o nascimento de um grande rei. Acredito que os três ficaram chocados ao encontrarem o prometido rei envolto em panos e deitado num coxo que servia de lugar para alimentar os animais.

Mas aqui acontece algo muito bonito. Os três homens entenderam logo que aquela criança era realmente diferente, um rei que não tinha relação com aqueles reis que estavam acostumados a conhecer e brindar com suas adivinhações. Quando chegaram, ajoelharam-se, adoraram a criança. Foram transformados pela Luz daquela pobre e indefesa criança deitada numa manjedoura. Agora não era mais a estrela que os iluminava, mas sim a luz que brotava daquela pequena criança, recém-nascida no meio de animais, cercada de humildade e esperança.

Uma pergunta que nos inquieta: Por que Herodes, um rei tão poderoso e tão temido pelos seus súditos teria medo de uma criança tão frágil e tão indefesa? Não dá para entender isso! Que interessante! Um poderoso rei, vencido por uma criança pobre. Logo ele, Herodes, que mantinha seu poder através da força e da violência, mostra-se frágil perante uma criança.

Baltazar, Belquior e Gaspar foram conduzidos até aquela simples e humilde criança do mesmo jeito que cada um de nós hoje é conduzido por Deus. Deus quer nos levar ao encontro daquele que oferece alegria, acolhida, libertação, coragem e vida completa.

Epifania é isso: tempo de abrir os olhos e perceber as grandes maravilhas de Deus. Epifania é tempo de receber Deus criança, em nossa vida, tempo de nos deixar guiar por aquele menino nascido numa estrebaria. Assim como os magos se deixaram conduzir, nós também queremos nos colocar a caminho. Queremos andar na contramão para buscar o novo. Sabemos que para trilhar caminhos diferentes para andar na contramão, precisamos de perseverança, sabedoria, paciência, conhecimento, coragem e dedicação. Não vamos esquecer que lá em Belém houve “revelação” para além das fronteiras da pequena cidade. Isso não aconteceu por acaso, mas aconteceu porque aqueles homens, peregrinos e desconhecidos colocaram-se a caminho voltando para sua terra, desviando do caminho, pois foram alertados por Deus num sonho! Os magos do oriente foram contagiados por uma grande esperança e uma grande determinação. Essa mesma motivação e esperança cabe a cada um(a) de nós, pois assim 2014 com certeza será um ano mais completo, melhor aproveitado e melhor vivido. Que nosso bondoso Deus nos anime para que neste novo ano possamos andar juntos(as) na contramão!

Altemir Labes, pastor sinodal