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Salmo 78.3-4!
3 O que nós ouvimos e aprendemos, o que nos contaram nossos pais,
4 não o esconderemos aos filhos deles, nós o contaremos à geração futura: os louvores de Deus, seu poder e as maravilhas que realizou.

Compartilho as palavras do salmista, pois nelas está algo que, por vezes, negligenciamos: falar adiante o que falaram a nós. Contar adiante a história já havida é impulsionar a roda da vida a prosseguir direcionada para a construção do SHALOM de Deus: realidade cotidiana marcada por dignidade da vida no que diz respeito a tudo o que o ser humano – e toda a criação – necessita pra viver em plenitude e abundância já agora.

A história do Povo do Deus é história não do futuro, mas do presente, onde nossos pés estão firmados no que já foi vivenciado para, em reflexão e análise crítica, definir os passos a serem dados. Eduardo Galeano, escritor uruguaio, diz o seguinte: “A história é um profeta com o olhar voltado para trás: pelo que foi, e contra o que foi, anuncia o que será”.

Juntamente com esta afirmação, diz-se também: quem não vive as próprias raízes não tem sentido de vida. O futuro nasce do passado, que não deve ser cultuado como mera recordação e sim ser usado para o crescimento no presente, em direção ao futuro.

No ano de 1902 em grupo de apenas 20 pessoas, com muito otimismo e fé, convidou o Dr. Paul Aldinger a servir-lhes como pastor. E Aldinger, graduado em Teologia pela Universidade de Tübingen, aceitou o convite. A partir de então a Comunidade de Ibirama teve seu primeiro pastor, que permaneceu durante 18 anos na função pastoral.

No ano de 1903 iniciou-se a construção da primeira e pequena igreja. Sua inauguração ocorreu em 22 de maio de 1904, e serviu ao mesmo tempo como escola, cujo professor era também o Pastor Aldinger. Esta é, também, considerada a data oficial da fundação de nossa Comunidade.

Em 31 de outubro de 1917, quando se comemorava o Quarto Centenário da Reforma, a Comunidade lançou a Pedra Fundamental de sua segunda igreja. Por motivos diversos o início da construção atrasou por alguns anos. Em julho de 1927 foi realizada a “Festa da Cumeeira”, e finalmente, em 12 de maio de 1929, realizou-se a consagração do templo, que em homenagem a Martin Luther, leva o seu nome.

Em 17 de outubro de 1937 foram inaugurados os sinos, graças ao Pastor Schuttkus, que muito fez para a sua aquisição. O sino maior, com seus 736 kg, afinado em Fa#, tem gravado as palavras “Servi ao Senhor com alegria, venham à sua presença com júbilo”. O sino menor, cujo peso é 387 kg, afinado em La, é caracterizado pela expressão “Orai ao Senhor com santa preciosidade. O mundo inteiro o temerá”. Ambos anunciavam – e anunciam – diariamente a dádiva da vida proporcionada por Deus. E o templo é o local maior do encontro das pessoas de boa vontade que, com alegria, se dispõe a servir em Testemunho e Fé, na perspectiva da Justiça e da Paz reveladas e anunciadas por Jesus Cristo, em graça e amor.

Diante disso, Fé e Vida só tem sentido se estiverem entrelaçadas. E digo isso não por mim, mas a partir do Evangelho de Cristo, onde a Fé está intimamente vinculada com a Vida. A Cruz está fincada no cotidiano da vida. E somente assim ela é denunciadora da não-vida e geradora de vida. Não por si mesma, mas pela graça e pelo amor de Deus estendidos a nós por Jesus Cristo, Senhor. E é na igreja “Martin Luther” – o “Templo da Colina” – o espaço no qual pesoas se reúnem, encontram acolhimento e renovam o fôlego da vida para a vivência da Fé e da Vida em pespectiva libertadora.