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Caros Membros e Amigos da Paróquia Vila Campo Grande – Diadema!

Neste domingo mergulhamos numa história das mais fantásticas do Antigo Testamento: A história do Profeta Jonas. É aquele homem que foi atingido pelo pedido de Deus de pregar a vontade dele na metrópole de Ninive, que fugiu pelo mar, Deus o alcançou e o capturou por um peixe grande. Enfim Jonas topa ir a Ninive e fala da vontade de Deus de acabar com a cidade por causa dos pecados dos seus habitantes. Mas o inesperado acontece. Todo povo de Ninive junto com seu rei se arrepende e se dispõe mudar de vida. Esta atitude mexe com Deus que resolve poupar a cidade e as pessoas.

Agora chegamos ao 4º capítulo que tratamos neste domingo e este nos conta da revolta de Jonas sobre a misericórdia de Deus. Ele não consegue aceitar esta mudança. Jonas fica desmascarado na sua incapacidade de desejar a mudança para melhor das pessoas que ele tanto criticou. A bondade de Deus o encomoda. Com muito jeito Deus mostra para ele o porque da sua compaixão pelas pessoas que ele não entrega por nada.

Quem quer saber como Deus faz isto, que venha ao culto….

Estamos distantes da mente fraca de Jonas o que isto tem a ver também com nossos sentimentos? Queremos mesmo sempre o bem de todos? Mesmo daqueles dos quais não gostamos? Ou será que a história de Jonas desmascara também a nossa fraqueza de nem sempre apostar na mudança para melhor. Aí alguém pode até demonstrar boa vontade, mas nem permitimos a esta pessoa mudar porque já julgamos o caráter dela.

Podemos então aproveitar com o projeta Jonas de olhar as pessoas do jeito que Deus olha!

Saudações

P. Guilherme Nordmann


Chamamos antenção pelas matérias novas em nosso espaço
 
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Domingo Fraterno em Santos 29/06/2014- Boa comunhão em bom ambiente gera momentos felizes
 
Palavra do Presbitério Julho 2014
 
Meditação: Com toda Bola!
 
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Domingo
06/07/2014
3° Domingo após
Trindade
10:30 h: (P. Guilherme) – Culto com Santa Ceia
Bênção aos Aniversariantes
 
Jonas 4: Os filhos de Deus torcem por este mundo
Domingo

13/07/2014
4º Domingo após
Trindade
10:30 h: (P. Luis Mello) – Culto
Domingo
20/07/2014
5º Domingo após
Trindade
10:30 h: (Célio Silva) – Culto
Quinta
24/07/2014
19:30 h: Reunião do Presbitério
Domingo
27/07/2014
6º Domingo após
Trindade
10:30 h: (P. Guilherme) – Culto
1ª Pedro 2,1-10: A pedra fundamental visível aos olhos da fé
 
12:00 h: Ensaio de Coral

 

Luz da Semana – Para nossa reflexão

 

AS RAZÕES DO AMOR

 

Os místicos e os apaixonados concordam em que o amor não tem razões. Angelus Silésius, místico medieval, disse que ele é como a rosa : A rosa não temporquês. Ela floresce porque floresce. Drummond repetiu a mesma coisa no seu poema As Sem-Razões do Amor. É possível que ele tenha se inspirado nestes versos mesmo sem nunca os ter lido, pois as coisas do amor circulam com o vento.

Eu te amo porque te amo… – sem razões… Não precisas ser amante, e nem sempre sabes sê-lo. Meu amor independe do que me fazes. Não cresce do que me dás. Se fosse assim ele flutuaria ao sabor dos teus gestos. Teria razões e explicações. Se um dia teus gestos de amante me faltassem, ele morreria como a flor arrancada da terra. Amor é estado de graça e com amor não se paga. Nada mais falso do que o ditado popular que afirma que amor com amor se paga. O amor não é regido pela lógica das trocas comerciais. Nada te devo. Nada me deves. Como a rosa que floresce porque floresce, eu te amo porque te amo.

Amor é dado de graça, é semeado no vento, na cachoeira, no eclipse. Amor foge a dicionários e a regulamentos vários… Amor não se troca… Porque amor é amor a nada, feliz e forte em si mesmo… Drummond tinha de estar apaixonado ao escrever estes versos. Só os apaixonados acreditam que o amor seja assim, tão sem razões. Mas eu, talvez por não estar apaixonado (o que é uma pena…), suspeito que o coração tenha regulamentos e dicionários, e Pascal me apoiaria, pois foi ele quem disse que o coração tem razões que a própria razão desconhece. Não é quefaltem razões ao coração, mas que suas razões estão escritas numa língua que desconhecemos.Destas razões escritas em língua estranha o próprio Drummond tinha conhecimento, e se perguntava: Como decifrar pictogramas de há 10 mil anos se nem sei decifrar minha escrita interior? A verdade essencial é o desconhecido que me habita e a cada amanhecer me dá um soco. O amor será isto: um soco que o desconhecido me dá?

Ao apaixonado a decifração desta língua está proibida, pois se ele a entender, o amor se irá. Como na história de Barba Azul: se a porta proibida for aberta, a felicidade estará perdida. Foi assim que o paraíso se perdeu: quando o amor – frágil bolha de sabão – não contente com sua felicidade inconsciente, se deixou morder pelo desejo de saber. O amor não sabia que sua felicidade só pode existir na ignorância das suas razões. Kierkegaard comentava o absurdo de se pedir aos amantes explicações para o seu amor. A esta pergunta eles só possuem uma resposta: o silêncio. Mas que se lhes peça simplesmente falar sobre o seu amor – sem explicar. E eles falarão por dias, sem parar… Mas – eu já disse – não estou apaixonado. Olho para o amor com olhos de suspeita, curiosos. Quero decifrar sua língua desconhecida. Procuro, ao contrário do Drummond, as cem razões do amor…

Vou a Santo Agostinho, em busca de sua sabedoria. Releio as Confissões, texto de um velho que meditava sobre o amor sem estar apaixonado. Possivelmente aí se encontre a análise mais penetrante das razões do amor jamais escrita. E me defronto com a pergunta que nenhum apaixonado poderia jamais fazer: Que é que eu amo quando amo o meu Deus? Imaginem que um apaixonado fizesse essa pergunta à sua amada: Que é que eu amo quando te amo? Seria, talvez, o fim de uma estória de amor. Pois esta pergunta revela um segredo que nenhum amante pode suportar: que ao amar a amada o amante está amando uma outra coisa que não é ela. Nas palavras de Hermann Hesse, o que amamos é sempre um símbolo. Daí, conclui ele, a impossibilidade de fixar o seu amor em qualquer coisa sobre a terra…

Rubem Alves