Proclamar Libertação – Volume 38
Prédica: Mateus 3.13-17
Leituras: Isaías 42.1-9 e Atos 10.3443
Autor: Günter A Wolff
Data Litúrgica: 1º Domingo após Epifania (Batismo do Senhor)
Data da Pregação: 12/01/2014
O Servo, mencionado em Isaías 42 e chamado de Filho pelo próprio Deus para mostrar que esse é o Messias, deixa-se batizar para mostrar seu projeto construído a partir do serviço: “Tal como o Filho do Homem, que não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate por muitos” (Mt 20.28; Mc 10.45); segundo Paulo: “Antes a si mesmo se esvaziou, assumindo a forma de servo, tornando-se em semelhança de homens; e reconhecido em figura humana” (Fp 2.7).
Consequência para as pessoas batizadas na comunidade como testemunhas: “Porque não nos pregamos a nós mesmos, mas a Cristo Jesus como Senhor e a nós mesmos como vossos servos, por amor de Jesus” (2Co 4.5). Segundo Atos 10, as pessoas batizadas serão testemunhas desse Cristo, o Servo de Deus que luta por justiça com os enfraquecidos pelo sistema (Mt 25.31-46), até os confins da terra, pregando o seu evangelho do reino de Deus, que é sua mensagem central (Lc 4.43; Lc 16.16). O Batismo é a marca da pertença ao reino de Deus no combate ao reino do mundo, hoje o capitalismo.
O Batismo leva ao serviço voluntário de participar da construção do reino de Deus, que pressupõe a libertação, segundo Isaías 42.1-9, dos cegos e cativos (presos e escravos) e dos que estão fragilizados pelo sistema dominante (v. 3: “Não esmagará a cana quebrada, nem apagará a torcida que fumega; em verdade, promulgará o direito”). “Deixa por enquanto, porque, assim, nos convém cumprir toda a justiça”, diz Jesus, pois o Batismo leva para a luta por justiça com os enfraquecidos (nem apagará a torcida que fumega).
Os céus abriram-se, e Deus novamente fala a seu povo, agora não mais através de profetas, mas por intermédio de seu próprio Filho (Hb 1.1-2). A partir do Salmo 74.9 (“já não há profeta; nem, entre nós, quem saiba até quando”), o povo dizia que o céu se fechou e Deus não fala mais com seu povo e com isso, segundo Provérbios 29.18, “não havendo profecia, o povo se corrompe”. Por isso a importância da palavra de Mateus 3.16. Os céus abriram-se, e o Espírito de Deus desceu para falar com seu povo. O povo agora não está mais sozinho e abandonado. Deus está em Jesus Cristo no meio dele. Por isso Jesus Cristo começa dizendo em sua primeira pregação em Marcos 1.15: “O tempo está cumprido, e o reino de Deus está próximo; arrependei-vos e crede no evangelho”. Começou um novo tempo: o tempo do reino de Deus, uma nova sociedade não classista, igualitária, de irmãos e de irmãs.
Não dá para desvincular Mateus 3 dos dois capítulos anteriores, que são a abertura do evangelho. Borg e Crossan, em “O Primeiro Natal”, dizem que ali se apresentam os dois projetos: o projeto de Deus e o projeto do Império. São ali apresentadas as duas vias para a paz: a paz pelo amor e pela vida, que é o projeto de Deus, e a paz pela violência e pela guerra, que é o projeto do Império Romano, que tem seu semelhante de hoje na prática de combater o terrorismo leigo pelo terrorismo de Estado dos Estados Unidos, matando e destroçando povos inteiros, como fazia o Império Romano.
São apresentados ali os dois deuses: Javé, em Jesus Cristo, e o autodeclarado deus César, de Roma, com práticas totalmente opostas. Jesus Cristo quer libertar da opressão em vida e da própria opressão da morte, e César quer manter a exploração e a opressão em seu império, se possível eternamente. Nessa luta de classes, presente na história, Deus opta pela classe explorada e oprimida, tornando-se integrante dela como camponês sem terra e sem teto. A insurreição de Deus começa a partir e com os explorados, pela classe explorada: a classe camponesa, para “cumprir toda a justiça”. Justiça essa que não havia nem se poderia esperar do Império Romano.
É por causa dessa falta de justiça que Jesus Cristo se deixa batizar, para sinalizar que as pessoas batizadas são marcadas pela luta por justiça. Assim está inerente a todas as pessoas batizadas em nome de Jesus Cristo a luta pela justiça, que significa uma opção de classe na luta de classes que há na sociedade, também de hoje; opção pela classe explorada pelos detentores da propriedade privada dos meios de produção, que controlam os aparelhos do Estado em seu próprio benefício. Somos batizados para participar da revolução do reino de Deus, que se opõe ao reino do mundo, hoje o capitalismo e seus mecanismos de manutenção e reprodução.
O texto de Mateus 3.13-17 (semelhante ao paralelo de Lucas) é antecedido pela pregação de João Batista e seguido pelo relato da tentação e prisão de João Batista (aqui em Lucas é diferente, pois na sequência não cita a prisão do Batista) e pelo início de seu ministério (Lc 3.23: “Ora, tinha Jesus cerca de trinta anos ao começar o seu ministério”). Segundo Mateus e Marcos, Jesus Cristo começa seu ministério após o batismo, a tentação e a prisão de João Batista.
Jesus vai da Galileia ao rio Jordão para ser batizado por João, longe do templo de Jerusalém e em oposição a esse, numa alternativa à teologia da purificação do templo de Jerusalém. Esse requer custos para comprar no comércio do templo o animal para o sacrifício; aqui a purificação para a remissão de pecados é de graça – uma afronta às finanças do templo de Jerusalém. Afinal, as pessoas empobrecidas da periferia não tinham dinheiro. Segundo a pregação de João Batista (semelhante à pregação de Jesus em Mc 1.15): “Arrependei-vos, porque está próximo o reino dos céus” (Mt 3.2). João e Jesus têm o mesmo centro em sua pregação: arrependimento e reino de Deus.
O texto aponta a periferia como sendo o centro da atuação de João Batista: “dirigiu-se Jesus da Galileia para o Jordão”. Nessa periferia, Jesus continuará seu ministério. Os evangelhos mostram Jesus caminhando da periferia para o centro para ali ser crucificado. O centro é o problema (ali está o poder do reino do mundo, que se opõe ao reino de Deus), e a periferia é a saída (Jesus nasceu na estrebaria, fora da cidade, e morreu no Gólgota, na periferia, fora da cidade). No processo da luta de classes na Palestina, Jesus é um camponês da periferia que coloca a saída a partir da periferia (o que não é admitido pelo centro: Jo 7.41, Jo 7.52, Jo 7.49), pois ali ele exerce o seu ministério. O reino de Deus anunciado e construído por Deus através de seu Filho começa na periferia e sente oposição a partir do centro (Herodes quer prender Jesus – Lc 13.32; o templo prende Jesus como herege – Mt 26.47-68; e o Império Romano mata-o como subversivo – Lc 23.1-5).
João reage ao pedido de Jesus para ser batizado por ele para mostrar que Jesus é o centro e não João: “Eu é que preciso ser batizado por ti, e tu vens a mim?”. A mensagem de Deus através de Jesus Cristo é a continuação da mensagem dos profetas: a luta pelo direito (Is 42.4: Não desanimará, nem se quebrará até que ponha na terra o direito) e pela justiça (Mt 3.15: Convém cumprir toda a justiça): “para abrires os olhos aos cegos, para tirares da prisão o cativo e do cárcere os que jazem em trevas” (Is 42.7). A luta pelo direito e pela justiça em favor dos fragilizados para libertá-los do sistema deste mundo (Lc 4.18-19), hoje o capitalismo, é a pura subversão e insurgência inerente ao evangelho.
Após o batismo de Jesus, “eis que se lhe abriram os céus”. Os céus abriram-se a Jesus para sobre ele descer o Espírito de Deus, como é testemunhado em Atos 10.37-38: “depois do batismo que João pregou, como Deus ungiu a Jesus de Nazaré com o Espírito Santo e com poder”. Os cristãos confessam hoje que, na hora do Batismo, recebem o poder do Espírito Santo, quando também são ordenados sacerdotes e sacerdotisas, pois, após o batismo, Jesus inicia seu ministério sacerdotal, pois ele não era de família sacerdotal, assim como João Batista. Ser sacerdote e sacerdotisa não é privilégio advindo de uma família sacerdotal, mas é dado democraticamente pelo batismo para todos, como diz em 1 Pedro 2.5 e 9.
Martim Lutero lembra: “Cada cristão tem a palavra de Deus e foi instruído e ungido por Deus para ser sacerdote… Tendo eles a palavra de Deus e sendo por ele ungidos, também têm o dever de confessar, ensinar e difundi-la…”
“Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo.” Jesus é o Deus encarnado na classe camponesa palestina, pois “Deus escolheu as coisas humildes do mundo, e as desprezadas, e aquelas que não são, para reduzir a nada as que são” (1Co 1.28), no dizer de Paulo. É a revolução do reino de Deus a partir dos humildes e dos que nada são diante do sistema, mas que têm todo o poder, a partir da fé em Jesus Cristo, para revolucionar este mundo (Rm 12.2) em direção ao reino de Deus.
Batismo é a marca da pertença ao reino de Deus e não ao reino do mundo, o capitalismo. O Batismo é de graça, fora e longe do templo, na periferia e nas margens do deserto, feito por um profeta e não por um sacerdote. Há aqui um rompimento com o templo e a sociedade classista que esse representava e legitimava.
O céu fechou-se, diz o Salmo 74.9. Deus não fala mais com seu povo. Com o batismo de Jesus, os céus abriram-se, e Deus novamente fala com seu povo e está no meio dele. O batismo de Jesus Cristo é para “cumprir toda a justiça”, a qual nos lembra Paulo em Romanos 14.17 quando fala do reino de Deus, dizendo: “Porque o reino de Deus não é comida nem bebida, mas justiça, e paz, e alegria no Espírito Santo”.
Batismo tem a ver com a luta por justiça, pois se é batizado para ser integrante de um novo projeto de vida e de sociedade: o reino de Deus, que é o projeto de uma nova sociedade de irmãos e irmãs, igualitária, não classista, em que os meios de produção pertencem ao coletivo (At 2 e 4 – esse é o testemunho que os batizados dão de Jesus Cristo – At 10.39,42-43). Assim, Batismo tem a ver com o testemunho prático de vida do projeto do evangelho do reino de Deus, a nova sociedade igualitária construída a partir da periferia.
Batismo e sacerdócio andam de mãos dadas; um é consequência do outro. Jesus foi batizado e após inicia o seu ministério sacerdotal a partir da periferia contra a teologia do centro, que legitimava o status quo. Quem não exerce o seu sacerdócio nega o seu Batismo. A partir do batismo de Jesus são rompidas a tradição e a compreensão judaica de sacerdócio (somente homens de uma família sacerdotal): agora ele foi democratizado a partir do Batismo e é dado a homens e mulheres.
Martim Lutero diz: “Inventou-se que o papa, os bispos, os sacerdotes e o pessoal dos conventos sejam chamados de estado clerical; príncipes, senhores, artesãos e agricultores, de estado secular. Isso é uma invenção e fraude muito refinada. Mas que ninguém se intimide por causa isso, e pela seguinte razão: todos os cristãos são verdadeiramente de estado ‘clerical’ , isto é, espiritual, e não há qualquer diferença entre eles, a não ser, exclusivamente, por força do seu ofício. Tudo isso faz com que tenhamos um batismo, um evangelho, uma fé e sejamos cristãos iguais, porque batismo, evangelho e fé é que exclusivamente tornam as pessoas espirituais e cristãs. (. . .) Assim, pois, todos nós somos ordenados sacerdotes através do Batismo (. . .). Como, pois, o poder secular é batizado como nós, tem a mesma fé e evangelho, temos que deixá-lo ser sacerdote e bispo e considerar seu ofício como ofício que pertence à comunidade cristã e lhe é útil”.
“Além de tudo, somos também sacerdotes. Isso é muito mais do que ser rei, porque o sacerdote nos capacita para nos poder apresentar diante de Deus, rogando pelas demais pessoas; pois somente aos sacerdotes compete, por direito próprio, estar perante Deus e rogar” (Lutero. Da liberdade Cristã).
“Por isso sustento e sei que, como não há mais de um evangelho e um só Cristo, assim também não há mais do que um batismo. E que o batismo em si mesmo é uma ordem divina, como também é seu evangelho” (Lutero, Confissão sobre a Santa Ceia de Cristo). Efésios 4.5-6 fala disso.
Nosso Batismo também tem a ver com o falar a palavra de Deus ao povo dentro do processo revolucionário da construção do reino de Deus, como testemunho de fé no Deus tornado pessoa num camponês palestino sem terra e sem teto. O dizer de Deus de que Jesus é “meu Filho” contrapõe-se ao Império Romano, onde o imperador era filho de algum deus ou mesmo se autodeclarava deus. Se “esse” Jesus é o filho amado de Deus, então não é o imperador. Deus não se compraz com o imperador, mas com Jesus de Nazaré, o servo, segundo Isaías (Is
42.1-4) e Paulo (Fp 2.7).
A pomba como símbolo do Espírito Santo quer simbolizar a paz em contraposição à prática do imperador de Roma, que se dizia filho de deus, mas com a prática da guerra, que era essencial para o funcionamento do modo de produção escravista.
Aqui temos a Trindade presente no texto para encaminhar o projeto do reino de Deus via Batismo, que é a marca do compromisso com o projeto de Deus, assim como o nosso Batismo é a marca do projeto de Deus em nós. Somos marcados no Batismo para o testemunho e a execução do projeto de Deus, que Jesus Cristo chama de reino de Deus, sua mensagem central, segundo Lucas 4.43. Com o Batismo, Jesus Cristo começa o seu ministério no processo de construção do reino de Deus, segundo nos mostra o cap. 4 de Mateus. Agora Deus não tem mais intermediários. É Ele próprio encarnado na classe camponesa explorada que anuncia o seu projeto de vida, de justiça e de paz: o reino de Deus. Com o nosso Batismo nós começamos o nosso ministério sacerdotal dentro da luta por justiça pelo projeto dessa nova sociedade não classista que Jesus Cristo chama de reino de Deus.
Por sua opção de classe, Javé torna-se, uma vez, camponês sem terra palestino e, por outra, deixa-se batizar por um camponês, João Batista (de família sacerdotal, mas não conspurcada pelo templo de Jerusalém), porque “convém cumprir toda a justiça”. O grito por justiça (Lc 4.18-19) a partir da opressão do Império Romano é semelhante ao grito da opressão dos camponeses escravos sem terra hebreus no Egito, e por isso Javé decide intervir pessoalmente para viabilizar seu projeto de paz, de amor e de vida.
O Batismo longe do templo de Jerusalém tem seu significado insurgente contra o mesmo e a sociedade classista que defende. Aqui a purificação é de graça e não via holocausto, que viabiliza economicamente o templo e propõe o fim do sacrifício de animais como expiação pelos pecados. Agora isso passa pelo arrependimento (Mt 4.17), vinculado à luta pelo reino de Deus. Arrependimento individual dos pecados não vinculado à luta pelo reino de Deus é algo incompleto, pois estamos inseridos num sistema coletivo pecaminoso: o capitalismo. Deus, em Jesus Cristo, insurge-se contra a religião que o defende – uma religião com práticas não libertárias, mas de subordinação aos interesses do modo de produção escravista controlado pelo Império Romano. No lugar dessa religião, Jesus Cristo coloca o evangelho do reino de Deus, construído a partir das práticas libertárias da classe explorada, segundo 1 Coríntios 1.27-28.
Começamos com a palavra de Martim Lutero: “Cada cristão tem a palavra de Deus e foi instruído e ungido por Deus para ser sacerdote… Tendo eles a palavra de Deus e sendo por ele ungidos, também têm o dever de confessar, ensinar e difundi-la…”
Todos na comunidade foram batizados e instruídos (culto infantil, ensino confirmatório, prédicas, cursos e na família) para exercer seu sacerdócio dentro da atual sociedade capitalista classista injusta, “porque, assim, nos convém cumprir toda a justiça”. Essa é a insurgência essencial do evangelho de Jesus Cristo. Então:
1 – Por que somente o pastor e a pastora, na maioria das comunidades, têm que ministrar o ensino confirmatório?
2 – Por que é tão difícil montar uma equipe de liturgia, pois o culto é o encontro de Deus com a sua comunidade e não somente com o pastor e a pastora?
3 – Por que as pessoas cristãs batizadas não entendem que seu sacerdócio, para “cumprir toda a justiça”, estende-se à participação nas lutas do movimento popular, político-partidário e sindical?
4 – De onde vem esta postura: eu pago a contribuição e quero ser servido (não quero exercer meu ministério sacerdotal, para o qual fui ungido no Batismo), quando a essência do ser cristão é servir, pois o próprio Jesus veio para servir e não para ser servido?
5 – Por que a ideologia capitalista se sobrepõe à essência revolucionária do evangelho do reino de Deus, que propõe a construção, a partir da fé em Jesus Cristo, de uma nova sociedade igualitária e não classista de irmãos e irmãs?
6 – Por que o pastor e a pastora não conseguem ser apenas orientadores teológicos, como prevê o Regimento Interno da IECLB, mas têm que ser executores exclusivos do sacerdócio geral de todos os crentes, em que os membros pagam para não precisar exercer seu ministério sacerdotal?
7 – Por que o Batismo acomoda e não nos empurra para o exercício de nosso sacerdócio dentro da luta de classes existente na sociedade, para acabar com essa sociedade capitalista classista injusta?
8 – Por que as comunidades vinculam o Batismo à contribuição financeira? Contribuição financeira não é gratidão? Por que ela se tornou obrigação e motivo de desavença na comunidade?
9 – Contribuição obrigatória com penalidades (não se batiza e não se enterra quem é inadimplente) é coisa de clube ou a IECLB tornou-se uma “Associação Cultural e Recreativa Alemã com Fins Religiosos”?
10 – Que modalidade e essência de ensino (formação teológica) precisamos para superar essas dificuldades?
Versículo de entrada: “Te dei como luz para os gentios, para seres a minha salvação até a extremidade da terra” (Is 49.6).
Confissão de pecados: Confissão individual em silêncio e confissão dos pecados coletivos de nossa sociedade capitalista: não luta nossa pela reforma agrária, por um salário digno, pelos direitos dos atingidos por barragens e obras da Copa e Olimpíadas, nossa omissão frente à luta dos camponeses e operários no movimento popular e sindical, nossa omissão frente à luta dos sem-teto e desempregados, nosso não envolvimento como comunidade de Jesus Cristo nas lutas das minorias étnicas: povos indígenas e quilombolas, que têm suas terras invadidas pelo agronegócio, e nossa adesão incondicional ao capitalismo.
Absolvição: “Ouvi-me vós, os que sois de obstinado coração, que estais longe da justiça. Faço chegar a minha justiça, e não está longe; a minha salvação não tardará” (Is 46.12-13).
Kyrie eleison: Ouve, Senhor, o grito dos doentes na fila do SUS, o grito das mulheres violentadas e espancadas em casa, o grito das famílias que têm algum dependente químico, o grito dos sem-terra, indígenas e quilombolas
Gloria in excelsis: Deus, todo-poderoso, exaltamos-te, pois continuas mantendo e multiplicando a tua criação. Deus, todo-poderoso, exaltamos-te, pois não desejavas ter apenas um único Filho, mas muitos filhos e filhas. Por isso fomos batizados em teu nome, e tu nos asseguraste: vós sois meus. Cantemos glória a Deus nas maiores alturas e paz na terra entre as pessoas a quem ele quer bem.
Oração do dia: Deus bondoso e compassivo, tu que em todos os tempos guiaste teu povo e lhe concedeste o perdão, recebe nosso louvor, ouve nossas orações e orienta-nos com o evangelho do reino de Deus, para que nos sintamos guardados em teus braços. Por nosso Senhor Jesus Cristo, na unidade do Espírito Santo. Amém.
Oração geral da igreja:
Oremos por paciência: Concede paciência em meio a todas as aflições e sofrimentos.
Oremos pelas pessoas que estão de luto: Aumenta-lhes a fé na ressurreição do corpo e na vida eterna.
Oremos pelas pessoas que governam: Concede-lhes sabedoria e o temor do Senhor.
Oremos pelas pessoas que em nossa comunidade têm responsabilidades específicas, como o presbitério e os orientadores do culto infantil.
Oremos pelas pessoas perseguidas: Concede-lhes forças para resistir, espaços de acolhida, condições de recomeçar.
BORG, Marcus J.; CROSSAN, John Dominic. O primeiro Natal. Rio de Janeiro:Nova Fronteira, 2008.
GORGULHO, Frei Gilberto S.; ANDERSON, Ana Flora. A justiça dos pobres. Mateus. São Paulo: Edições Paulinas, 1981.
Proclamar libertação é uma coleção que existe desde 1976 como fruto do testemunho e da colaboração ecumênica. Cada volume traz estudos e reflexões sobre passagens bíblicas. O trabalho exegético, a meditação e os subsídios litúrgicos são auxílios para a preparação do culto, de estudos bíblicos e de outras celebrações. Publicado pela Editora Sinodal, com apoio da Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil (IECLB).