Caros Membros e Amigos da Paróquia Vila Campo Grande – Diadema!
Não, não somos contra o Carnaval. Nada contra a alegria, música, dança, leveza. Até alguma bebida não proibimos a partir da nossa tradição luterana – enquanto é consumida com moderação, claro. O carnaval é muito antigo e mexe com desejos humanos muito profundos: De uma vez extrapolar todos os limites. Esquecer todo drama e sofrimento do cotidiano. Se isto funciona depende um pouco da personalidade e da cultura. Pelo jeito no Brasil estes aspectos estão bem favoráveis ao carnaval – olhando as dimensões que ele adquiriu ao longo da história. Mas na Quarta-feira de Cinzas tudo acaba – isto é um consenso, mesmo havendo uma ou outra transgressão.
Acabou porque? Porque de fato, a vida nesta terra, não é um carnaval, mas se caracteriza por uma caminhada entre alegria e tristeza, prazer e sofrimento, leveza e contingência. Podemos tudo, diz o Apóstolo Paulo, mas nem tudo convém. Fazendo Carnaval o tempo todo, acabamos destruindo a nós mesmos. De fato, nesta terra têm limites e precariedades que precisam ser respeitados, senão a vida não tem mais continuidade.
Disto tudo fala o texto da prédica deste domingo de Mateus 4.1-11, que nos conta a história da tentação de Jesus. O diabo tenta Jesus 3 vezes, e a cada vez ele sugere que Jesus como filho de Deus não deveria sofrer de nenhuma limitação e fazer uso e abuso do poder divino de qualquer jeito. Jesus resiste porque sabe bem que a vida precisa ser vivida em todos os seus aspectos. Sabe que o caminho dele não é triunfalista, mas inclui sofrimento e morte na cruz antes de ser glorificado.
Ainda estamos aqui nesta terra e carregamos as marcas dela no corpo, coração e alma. Somos seres humanos limitados e falhos, porém amados e abençoados por Deus. Podemos aceitar a nossa condição e fazer o melhor como filhas e filhos de Deus.
Saudações!
P. Guilherme Nordmann
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15/02/2015
Último Domingo
antes
da Paixão |
10:30 h: Culto com Santa Ceia (P. Guilherme) Mateus 4,1-11: A vida não é um carnaval |
Quinta-feira
19/02/2015
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14:30 h: Reunião do Grupo de Mulheres
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Sábado
21/02/2015
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9:00 h: Reunião do Presbitério |
22/02/2015 1° Domingo na Paixão |
16:30 h: Ensaio do Coral
18:30 h: Culto (P. Guilherme)
Marcos 12,1-12: Deus entrega tudo.
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Luz da Semana – Para nossa reflexão
Carnaval e Quaresma
Festejar e jejuar
A palavra „Carnaval“ vem do latim „carnem levare“ e significa: „tirar a carne“. Por bem dizer é uma invenção da Igreja: Na idade média, a partir da Quarta-feira de Cinzas prescrevia-se um rígido jejum até a Páscoa, que incluía a completa renúncia da carne. A igreja queria que as pessoas celebrassem a Quarta-feira de Cinzas e seguissem as regras de jejum, por isso necessitava-se do Carnaval. A igreja, portanto, permitiu ao povo um tempo de descontração e desenfreamento para tornar o tempo da ascese suportável. Martin Lutero protestou contra o Carnaval, por outro lado, porém, a Reforma também extinguiu as rígidas regras do jejum.
Até nos dias de hoje percebe-se que o Carnaval somente é festejado em países e regiões de cunho católico. A contínua queda da influência da igreja fez com que o período de jejum não fosse mais levado tão a sério. O Carnaval, contudo, continua sendo festejado descontraídamente como sempre o foi. O etnólogo Michi Knecht diz: “O espetáculo proporciona um sentimento de comunidade ao povo”.E o psicólogo Wolfgang Oelsner diz: “No Carnaval a pessoa é aceita incondicionalmente do jeito que é.” Se isto confere, então o Carnaval responde a importantes desejos religiosos.
Quando Jesus certa vez foi criticado por fariseus, porque na opinião destes, ele e seus discípulos festejavam demais e jejuavam de menos, Jesus respondeu: “Como podem jejuar os convidados de um casamento quando o noivo está entre eles?” (Marcos 2,19)
A presença de Deus na nossa vida convida a festejar como expressão da nossa alegria. A ausência de Deus pede o jejum a fim de reaguçar os sentidos para sua presença. Ambos fazem parte da realidade da nossa vida e da nossa fé.
P. Jörn Foth – pastor na IECLB, Paróquia Santo Amaro – São Paulo/SP