2015 foi um ano difícil, de crise política e econômica. Toda crise acaba se tronando uma prova de fé, que pode trazer consigo crescimento espiritual. Nos momentos de crise, precisamos sempre de novo aprender a desconfiar do homem e confiar mais em Deus. Aliás, deve ser dito que, não foi o primeiro, também não será o último ano de crise. A vida traz consigo seus altos e baixos. Ou, como diz a Palavra, tempos de tempestade, tempos de bonança. Em meio à crise, faço o convite para você calçar as sandálias de José, humilde carpinteiro de Belém, escolhido por Deus para casar-se com Maria, chamado para ser o tutor de Jesus. Quero desafiá-lo a aprender com José, enfrentando e vencendo suas crises.
Diz o ditado popular: Quem casa quer casa! José, segundo Mateus 8.55, na Galileia era “tecton”, na Alemanha “Baumeister”, aqui no Brasil: Mestre de obras. Era um sujeito experiente na lida com pedras e madeira. Levantava casas e construía móveis. Mudou-se da pequena Belém para Nazaré, cidade maior, com maiores oportunidades. Ele estava de casamento contratado com Maria. Com certeza, o casal tinha seu planejamento. Já tinha feito conquistas. Como era seu ofício, imagino que José já tinha arranjado um canto à família. Mais, eis que o anjo anuncia a “gravidez”, que traz consigo decisão e urgência. A situação era meio dúbia. Crer ou não crer no anúncio. Aceitar o desafio ou fugir. Através da confirmação do anjo, José entende sua missão e, principalmente, a missão do seu filho Jesus. Estava tudo bem encaminhado. O casal experimentava a vida de recém-casados. Eis que surgem as crises…
1ª Crise: Com a gravidez bem adiantada, o governo decreta um censo, onde cada qual deveria retornar à sua cidade de origem para prestar informações. José e Maria tinham suas raízes em Belém. Novamente se coloca o dilema: Aceitar o compromisso ou burlar a lei? Como bons cidadãos, eles decidem viajar, cumprindo assim também a profecia de que, em Belém, nasceria o Salvador. Agora, imaginem… São 145 km no lombo de um burro em estrada de chão. 2ª Crise: Chegando a Belém, onde ficar? Não encontraram hospedaria. Não foram acolhidos por nenhum familiar. Mas, foi-lhes oferecida uma estrebaria. O “Baumeister” já tinha construído muitas casas. Tinha seu próprio canto em Nazaré. Ali, encontra um espaço entre os animais, um local pouco adequando à sua jovem esposa gestante, que estava prestes a dar à luz. Diante de crise, porém, não há queixa ao governo, à família, às pessoas, a Deus… Não há ingratidão. Há sim preocupação e atitude! Sem hospital, sem parteira, José dá conta do recado. Como “Tischler” havia construído muitos móveis, até mesmo berços… Mesmo assim, coloca carinhosamente seu filho recém-nascido na manjedoura (coxo). Não há queixa. Ele faz o melhor que pode para atender sua esposa e filho. Mas, ainda há outro momento difícil… 3ª Crise: José percebe o perigo que corre sua família, quando o governo (Herodes) decreta a morte das crianças de Belém e arredores. Ele se comprometeu. Ele precisa proteger o projeto de Deus. Com planejamento e recursos (ouro dos magos) novamente coloca Maria no lombo do jumento. Viajam ao Egito. José defende sua família.
Em meio às crises, porque não há ingratidão? Porque existe um propósito maior… A alegria da família, a alegria do recém-nascido… A presença de Jesus. José incorpora o lema de Josué (24.15): Eu e a minha casa serviremos ao Senhor. Então, de José, podemos tirar algumas lições:
1ª Lição: Reconhecer que a crise faz parte da vida, que podemos aprender com ela. 2ª Lição: Apegar-se mais a Deus. Levar em conta não tanto o que EU quero, mas o que ELE quer de mim. 3ª Lição: Tais atitudes somente se tornam possíveis quando Jesus ocupa o centro dos nossos projetos, quando ele é o foco da minha vida pessoal, familiar e profissional. Reparem que São Francisco de Assis, quando montou o primeiro presépio já tinha isso em mente. Jesus é o centro. 4ª Lição: Se os teus dias se prolongam em queixas, em lamúrias, pergunte-se: O que é principal? Onde está o centro? Na minha pessoa ou em Jesus? Quem anda com Jesus, quem segue no projeto de Jesus expressa sua gratidão, mesmo em meio às crises.
Chegou o NATAL, se aproxima o ANO NOVO. Época de reflexão. Faça como José, pegue o PRUMO e o NÍVEL e “endireite” sua vida. Que 2016 seja mui abençoado!