“Perdoa as nossas ofensas como também
nós perdoamos as pessoas que nos ofenderam”
Mateus 6. 12
Ansiamos pelo perdão divino, mas temos grande dificuldade em perdoar seja os outros ou a nós mesmos. Com o tema “Perdão – uma questão de saúde”, a catequista Mariane Noely Bail da Cruz, convidou-me para assessorar três encontros no Sínodo Norte Catarinense, um em Caçador, outro em Joinville e o último encontro aconteceu na cidade de Jaraguá do Sul, nos dias 20 e 31 de julho último, nas dependências da Comunidade de Rio Cerro II.
Por muito tempo, o perdão foi assunto religioso. Pesquisas na área da saúde mostram, no entanto, como há melhoras em pacientes quando conseguem perdoar alguém, a si mesmos ou pedir perdão. Perdão passou a ser um assunto para a ciência, para a saúde, inclusive para a saúde pública.
Perdoar é esquecer? Assim como há as cicatrizes que desaparecem por completo e a pele se regenera, mas a lembrança de como nos ferimos fica em algum canto de nossa memória; outras feridas, muito mais profundas, cujas cicatrizes bem marcadas sempre estarão lá e ali a pele nunca mais se recuperará por completo. Mas serão cicatrizes e não mais feridas abertas.
Não esquecemos, e, se esquecêssemos, seria como apagar uma parte de nossas vidas. O perdão aconteceu quando é possível lembrar sem sentir dor – algumas vezes levamos a vida toda. Não importa o quanto tempo seja necessário, colocar-se no processo de perdoar já é um grande começo.
O perdão que é pura graça, não é vendido, comprado ou leiloado, Martim Lutero chamou essa verdade de “porta para o céu”. Com isso, não é de surpreender que ele tenha considerado a frase: “Creio no perdão dos pecados” o artigo mais importante do Credo Apostólico. Ele escreveu: “Se isso não é verdade, o que importa Deus ser todo-poderoso ou Jesus Cristo ter nascido, morrido e ressuscitado? Tais coisas são importantes para mim porque dizem respeito ao meu perdão”.