Car@s leit@res! Fundamento esta reflexão a partir de uma palavra bíblica da carta de Tiago 3, onde ele assim escreve nos versículos 2ss.: “Todos nós cometemos erros. Quem não comete nenhum erro no que diz, é uma pessoa madura, capaz de controlar todo o seu corpo. Até na boca dos cavalos colocamos um freio para que nos obedeçam e assim fazemos com que vão aonde queremos. Pensem no navio, grande como é, empurrado por ventos fortes, ele é guiado por um pequeno leme e vai aonde o piloto quer. É isto o que acontece com a língua: mesmo pequena, ela se gaba de grandes coisas.”
Nestas poucas palavras o apóstolo Tiago traz considerações preciosas de como devemos agir e de nos portar, a fim de termos uma relação mais harmoniosa com as outras pessoas. Dentre as considerações ele fala sobre sermos compreensivos, sermos cautelosos ao expressar julgamentos, nos darmos conta de que todos nós estamos sujeitos ao erro. E por fim ele se refere a um pequeno órgão do nosso corpo, que a maioria de nós, ou melhor, que todos nós temos certa dificuldade de controlar, e que pode provocar muito mal estar: trata-se da língua.
É difícil dominar a língua! E essa dificuldade, via de regra, traz consigo grandes e graves problemas nos diversos círculos de relacionamentos, começando quem sabe dentro da própria família, na comunidade, na vizinhança, ou em outros círculos ou grupos no qual estamos inseridos. Muitas palavras que são transmitidas, especialmente quando de forma impensada, podem machucar e ofender a outra pessoa. Desde criança vamos ouvindo ou convivendo com palavras desagradáveis que se não tomarmos o cuidado, mais tarde passam a fazer parte do nosso vocabulário.
Quem nunca ouviu palavras como: sonso, burro, insuportável, incompetente, idiota, injusto, invejoso, mentiroso, explorador, ingrato, competitivo, preguiçoso, enfim. A língua é como um fogo dirá o Apóstolo Tiago no texto mais adiante. Quem de vocês se sente ou se sentiria bem ao ouvir essas palavras? E será que a outra pessoa se sentiria bem, ao ouvir essas palavras de mim ou de vocês? Provavelmente, não! Ouvir uma destas palavras pode ferir profundamente qualquer um de nós. Mesmo quando estas palavras são ditas pelas costas.
Quero chamar atenção para as comparações feitas pelo Apóstolo Tiago: Ele diz que as pessoas são capazes de dominar um cavalo com toda a força que ele possui, apenas introduzindo a embocadura na boca sobre a língua (parte que vai dentro da boca do cavalo) que é um “freio”. À medida que é puxada, o cavalo é conduzido ao lado desejado. Compara ainda a um grande navio que, apesar de sua grandeza, pode ser guiado por um pequeno leme.
E por que nós não conseguimos controlar a nossa língua, esse órgão tão pequeno que compõe o nosso corpo? Por que será tão difícil? Certa vez Jesus disse: A boca fala daquilo que o coração está cheio. Pobre língua! Na verdade ela é apenas uma vítima das coisas ruins e negativas que guardamos e em muitos casos alimentamos dentro de nós. O culpado no fundo é o coração, mas quem leva a fama é a língua. Agora, mesmo a língua sendo uma vítima, enquanto os males do coração não forem trabalhados e curados, o melhor mesmo é segurá-la a fim de que não produza estragos.
No hino, “A lei do Senhor é perfeita”, nós cantamos na estrofe final: “Que as Palavras dos meus lábios e o meditar do meu coração, sejam agradáveis na tua presença… Ó, Senhor…”
Fica o convite para não apenas cantarmos ou meditarmos acerca destas palavras, mas que elas também calem fundo em nosso coração, afim de que possam ser traduzidas em gestos e atitudes no nosso agir diário, onde e com quer que estivermos. Que as palavras dos meus lábios e o meditar do meu coração, sejam agradáveis na tua presença, ó Senhor… Amém!