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Você sabe da onde vem a expressão quinto dos infernos? Na época do Brasil colônia o Portugal cobrava 20%, quer dizer o quinto, de imposto sobre tudo. Era o que as pessoas contrariadas chamavam de Quinto dos infernos.

No Brasil dos nossos dias pagamos muito mais do que a quinta parte em impostos. De fato a carga tributária é pesada e merece ser questionada. Isto pela mesma razão que faz a maioria das pessoas aceitar a existência de impostos: Que o estado preste com isto os serviços a sociedade garantindo os direitos de todos. O questioname-nto surge justamente quando o estado não consegue dar o retorno desejado.

Como ficam  os cristãos neste dilema?

Existe sobre isto um trecho famoso em Mateus 22,15-22 onde os fariseus interrogam Jesus sobre a sua opinião em pagar impostos ao poder colonial dos Romanos. Qualquer resposta poderia ser perigosa: Se ele se posiciona a a favor, poderia perder a interlocução junto ao povo simples. Se ele se manifestar contra seria perseguido pelos romanos.

Jesus, como sempre, evita os becos sem saída e não vem com falsas alternativas. A resposta dele faria história: “Deem ao Imperador o que é do Imperador e deem a Deus o que é de Deus.” (v.21) É importante saber que no entendimento de Jesus até César é sujeito a Deus.

Nasce aí a concepção luterana de aceitar a necessidade de algum tipo de governo e estado no mundo ao qual devemos ser leais cidadãos, sem ao mesmo tempo deixar de sermos atentos e críticos a partir dos critérios bíblicos sobre a convivência humana.

Um dos documentos confessionais mais importantes da Igreja Luterana é a Confissão de Augsburgo de 25 de junho de 1530.

No Artigo 16 lemos que “toda autoridade, os governos e as leis são instituídos por Deus e que e que toda pessoa cristã tem o dever de estar sujeito à autoridade e de obedecer-lhe os mandamentos e as leis em tudo que não envolva pecado. Mas se não é possível obedecer à ordem da autoridade sem pecar, mais importa então obedecer a Deus que aos homens (Atos 5)”.

Orientação valiosa para todos os tempos! Sobretudo nos tempos atuais.

Guilherme Nordmann