Em memória… Dias atrás me impressionei quando ouvi um colega dizer que preferia não escutar música “gospel”. Botei meus neurônios para funcionar na tentativa de desvendar sua colocação. Lutero usou a música para reformar a igreja e transmitir o Evangelho. O canto coral e a música sacra estão intimamente ligados à história da igreja. A música sempre ajudou a transmitir a Palavra. Contudo, com o passar do tempo houve uma inversão. Muitas canções ditas “cristãs” passaram a ter pouco conteúdo ou até a apresentar verdades bíblicas distorcidas. Sem querer generalizar ou nivelar por baixo, entramos no mundo “gospel”, onde a ênfase passou à forma em detrimento do conteúdo. Hoje na igreja, a música precisa empolgar, mexer com os sentimentos e, se possível, levar ao êxtase. O repertório atual traz pouco Evangelho. O canto coral chega, por vezes, a ser mal visto. Vivemos tempos estranhos… Eu arranho um violão. Não sou dos mais afinados. Mas, agradeço a Deus pelos poucos recursos musicais que recebi. Uso-os ao Reino com alegria. Quando me perguntam: Afinal qual é o teu estilo? O que você gosta? Sou muito eclético, mas faço questão de citar o Padre Zezinho e Luiz de Carvalho, simples e profundos. Ouvindo-os, percebo paixão no testemunho do Evangelho. Mas, como diz o ditado: Gosto é gosto… Trago esta reflexão em vista do falecimento de um grande amigo, ocorrido hoje à tarde (22/09/2019) em Panambi/RS. IVO SCHWINGEL dedicou décadas de sua vida à música, em especial ao canto coral. Ele deixou marcas profundas na vida de muitos através do seu dom. Ele transmitiu o Evangelho do seu jeito. Era simples, tal qual Zezinho e Carvalho. Agora, nos céus, o coral de anjos terá uma nova voz ou, quem sabe até, um regente. Ele deixa um espaço aberto às novas gerações para que tragam música “sacra” às igrejas e não apenas “oba-oba”. Minha opinião!