Nesse final de semana nos lembraremos das vítimas do crime da Vale em Brumadinho. No dia 25 de janeiro de 2019, às 12h28min aconteceu o rompimento da barragem do Córrego do Feijão, de propriedade da Vale. Em questão de segundos, 272 pessoas perderam a vida, o rio Paraopeba foi tomado de lama e mais de 3 mil famílias de pequenos horticultores perderam sua fonte de subsistência, porque não podiam mais usar a água do rio para irrigar seus cultivos. Somente nesse mês de janeiro de 2020, quase um ano depois, 16 pessoas foram denunciadas pelo Ministério Público de Minas Gerais à Justiça. Agora, é necessário que a Justiça aceite as denúncias e então inicie o processo de investigação e julgamento. Isso pode levar anos. Enquanto isso, as famílias tratam de se apoiar umas as outras através da fé – nas celebrações ecumênicas mensais e da assessoria dos movimentos sociais nas negociações por indenização com a Vale.
Essa tragédia nos ensinou a todos e todas que a mineração é uma atividade necessária, pois em Minas Gerais ela é uma das principais fontes de emprego. No entanto, a mineração de alto risco é criminosa. As empresas mineradoras têm tecnologia para diminuir radicalmente os riscos ambientais e humanos, mas não aplica essa tecnologia porque ela é mais cara. A presença das igrejas ecumênicas em Minas Gerais – através do CONIC-MG – tem demandado do governo estadual a aprovação de leis de mineração que exigem das empresas mineradoras o investimento em segurança. Os mares de lama, que tivemos em Mariana (2015) e em Brumadinho(2019) não devem acontecer nunca mais.
Nesse final de semana, em nossos cultos, oremos acendendo uma vela pelas famílias que perderam parentes e pelas pessoas que perderam seu meio de subsistência para que não percam a esperança na sua luta por indenização e condenação dos responsáveis.
Que Deus continue sendo seu consolo e sua coragem.
P. Nilton Giese/Belo Horizonte
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