|

2020 certamente foi um ano que a maioria de nós gostaria de riscar do calendário.

Cresciam a intolerância, os discursos de ódio e o diálogo perdia espaço para as proposições de eliminar os que pensam e vivem diferentes. Isso gerou mais violência e morte, principalmente para as populações de periferia, negras e indígenas.

Muitas pessoas passaram a defender a liberação de mais armas para se sentirem seguras.

Trabalhadores e trabalhadoras eram chamados a aumentar os seus sacrifícios em favor do mercado, para a retomada do crescimento e aumento dos empregos, com a flexibilização da legislação trabalhista e o adiamento de suas expectativas de aposentadoria.

E para colocar o mundo “de pernas para o ar” de vez, um vírus que vivia em animais silvestres se modifica e se espalha entre os humanos, causando uma grande pandemia, obrigando ao isolamento social, sobrecarregando o sistema de saúde, causando milhares de mortes.

Nesta dura realidade de dor e sofrimento, organizações da sociedade civil tomaram iniciativas por todo o Brasil, para desenvolver ações de ajuda humanitária junto aos mais duramente atingidos.

Dentre essas queremos contar um pouco das ações desenvolvidas pela Fundação Luterana de Diaconia – FLD, Centro de Apoio e Promoção da Agroecologia – CAPA e Conselho de Missão Entre Povos Indígenas – COMIN.

Foram entregues 14.168 sacolas com alimentos e kits de higiene e proteção para 2.851 famílias de cooperativas de catadoras e catadores de materiais recicláveis, comunidades indígenas, quilombolas, povo cigano, acampados e assentados da reforma agrária.

Os alimentos foram produzidos por 18 cooperativas da agricultura familiar e camponesa, totalizando 111,4 toneladas, envolvendo 470 famílias.

A cooperativa ECOVALE, de Santa Cruz do Sul, participou com a entrega de 752 sacolas, para 3 cooperativas de catadoras e catadores, 1 comunidade quilombola e 6 comunidades indígenas, totalizando 11,2 toneladas de alimentos, todos de produção agroecológica. Além disso, foram repassadas sementes, mudas e adubos orgânicos para as comunidades indígenas e quilombolas fortalecerem sua própria produção de comida.

Foi emocionante ver o brilho nos rostos de catadoras e catadores, mesmo com os equipamentos de proteção, e as suas manifestações de gratidão a Deus e aos que viabilizaram as entregas, com elogios à qualidade dos produtos e expressão como esta: “Nunca passou pelos nossos sonhos ter alimentos orgânicos em nossas mesas”.

Foram emocionantes as mensagens de gratidão a Deus e ao CAPA/ECOVALE recebidas das comunidades indígenas.

Foi emocionante ver a comunidade quilombola Rincão dos Negros formar um círculo de oração em gratidão a Deus e pedindo por vida longa ao CAPA e à ECOVALE, antes de fazerem a distribuição das sacolas para as famílias.

Tivemos o apoio e as parcerias de Pão Para o Mundo, ELCA (Igreja Evangélica dos Estados Unidos), Consórcio de Entidades de Agroecologia/RS, Fundação Banco do Brasil, MPA e a Campanha “Cesta Consciente” nestas ações.

Os tempos de dor e sofrimento não terminaram por isso. Ações de ajuda humanitária precisam continuar. Você pode participar destas emocionantes ações através da campanha permanente Projetos de Vida, da FLD, com doações pelo link http://www.doe.fld.com.br.