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Meus amigos e minhas amigas! Existe uma lenda cristã muito antiga no sul da Índia. Certo rei chamado Gondofares queria construir um novo palácio. Deveria ser uma obra distinta, sem igual, por isso chamou seu melhor servo, chamado Abanes, encaminhando-o à Síria para achar um construtor com excelência. Mas, antes o servo foi conduzido por Deus até Jerusalém, onde encontro o apóstolo Tomé, que se prontificou para acompanha-lo à Índia. Todavia, ele não entendia nada de construções. O apóstolo apenas viu ali uma oportunidade de evangelizar aquelas terras distantes. É óbvio que, após alguns meses, houve um conflito de opiniões e desejos. O rei queria um palácio de pedras e ouro. Tomé, pregando a Palavra, estava ajuntando tesouros num “palácio celestial”. O missionário acabou na prisão. Nesse meio tempo, Gade, irmão do rei, adoeceu e perdeu por completo a consciência. Estava entre a vida e a morte. Por intervenção divina, recuperou sua saúde, contando maravilhas que viu à beira da morte. Ele viu em sua cidade um palácio celestial. As pessoas estavam felizes e adoravam a Deus. Então, o rei Gondofares libertou Tomé, ouviu o Evangelho e converteu-se. Assim, pela graça de Deus e do seu jeito maravilhoso, iniciou a Igreja na Índia. Não foram artimanhas humanas. Mas, exclusivamente a revelação do Senhor. Fato comprovado historicamente é que Tomé esteve em Malabar, no sul da Índia, onde, a partir das colônias judaicas, gregas e sírias, atingiu o povo local com o Evangelho, criando assim muitas comunidades cristãs.

Mas, o que levou Tomé a ir tão longe, com tanto ardor, na divulgação do nome de Jesus, criando assim comunidades cristãs? Tomé, além de discípulo, era amigo de Jesus. Ele era pescador e tinha um irmão gêmeo (Dídimo). Por muito tempo, na história da igreja antiga, seu nome foi sinônimo de incredulidade. Ele era um sujeito bem teimoso. Quando Maria Madalena voltou da sepultura contando a novidade: Jesus vive! Pedro e os demais não creram. Quando chegou a dupla de Emaús, Pedro também não levou em conta. Todavia, gradualmente, todos foram convencidos pelo Espírito Santo. Na Páscoa, os discípulos estavam escondidos. Jesus faz uma aparição especular na sala onde estavam reunidos. Foi uma materialização instantânea. Devemos levar em conta que, no passado, eles já acharam que Jesus era um “fantasma”. Agora, o mesmo. Tchum… Apareceu! Mas, não era. Jesus permite ser tocado. Ele come com seus amigos. A dúvida vira certeza. O medo se torna alegria, pois Jesus ressuscitou. Ele vive!

Todavia, nesse primeiro domingo de Páscoa. Tomé estava ausente. Onde será que ele se meteu? Porque não estava junto com os demais? Está certo que era demasiado arriscado circular por Jerusalém naqueles dias. Pedro quase havia sido preso junto com Jesus por ter sotaque “galileu”. Havia uma evidente hostilidade aos seguidores de Cristo. Lembro que, ainda hoje, há certa repulsa e até perseguição aos que querem de fato levar a sério a Palavra de Deus. Há uma perseguição, ainda que velada. Onde está Tomé? Uma explicação otimista: Ele foi comprar mantimentos àqueles que estavam reunidos. Discretamente, foi às compras. Também hoje, certas obrigações nos afastam da comunhão dos irmãos. Por trabalho ou compromissos não podemos “participar” da igreja, do culto, dos estudos. É minha obrigação – dizem. Uma explicação pessimista é de que Tomé estava decepcionado. Havia desistido da caminhada com a comunidade. Queria ficar isolado, curtindo a vergonha de ter passado três anos com um líder morto na cruz. Um investimento que não deu em nada. Agora voltava ao mundo, às suas lidas. Ainda hoje, muitos desistem da fé. Há tantas ofertas “aparentemente” gostosas que o mundo nos oferece, porque ficar dentro da Igreja? Vou curtir a vida! Dizem. Enfim, Tomé poderia ter experimentado a comunhão com Jesus naquele primeiro domingo. Poderia ter sua fé fortalecida. Poderia receber uma Palavra direto de Jesus. Mas, na hora certa, estava no lugar errado.

Por fim, ao ouvir a Boa Nova: Jesus está vivo! Ele nos visitou. Duvidoso, ele atiça aos companheiros quando ouve a notícia, dizendo: Não acredito. Vocês estão birutas. É alucinação. Eu mesmo quero ver e tocar! Desafia os demais. No domingo seguinte, lembrança deste final de semana, ele está presente na reunião do pequeno grupo de discípulos. Não fugiu ao desafio. Jesus novamente aparece e, em seguida, questiona Tomé ao afirmar: Toque aqui! Essa foi, com certeza, a maior experiência de fé na vida de Tomé. Trouxe transformação e clareza no seu futuro ministério. De fato, não precisou tocar. Bastou ver. Ele declarou prontamente: Meu Senhor! Meu Deus! Agora sim, há uma submissão consciente. Tomé coloca Jesus no seu coração. Ele quer seguir o seu chamado. Ampliando o ensino, incluindo toda a cristandade, em diferentes épocas e regiões, diz Jesus: Feliz aquele que não vê e crê! Ou seja, Tomé, o teu testemunho vai atingir multidões que não me enxergarão fisicamente, mas chegarão à fé. Ele foi até a Índia. Os demais seguiram noutras direções. O Evangelho se espalhou por todos os rincões.

Há muitas lições nessa história. Deixo uma que está bem clara. Num dado momento de sua vida, Tomé deixou de receber uma bênção por estar longe da comunhão. Existem possíveis justificativas à ausência, mas nenhuma é suficiente. O que a gente alega hoje para se afastar da Igreja? Lembre-se sempre que, ao estar longe, quem perde é você mesmo. Estar na comunhão dos irmãos traz alento e uma nova visão do mundo. Por isso, convictamente diga: “Eu quero te conhecer, Senhor! Eu estou aqui para te amar, honrar e servir”. Tomé foi à Índia. Você, ao ter sua fé fortalecida, levará o Evangelho aos teus familiares, amigos e até desconhecidos. Que Deus nos abençoe. Que Deus nos mostre as inúmeras possibilidades. Amém!