Mulheres da OASE do Sínodo Vale do Itajaí escolheram ajudar outras mulheres que vivem em situação de risco, em decorrência da violência doméstica. A ideia foi mobilizar os grupos em ações de conscientização, visitas e doações de produtos de higiene pessoal para instituições que acolhem mulheres, crianças e pessoas idosas que são submetidas e expostas a estes crimes. As iniciativas aconteceram durante os meses de setembro e outubro e integraram a campanha “Um gesto de amor, uma ação diaconal”.
“A partir de nossas reflexões da temática, somos chamadas a dar testemunho pela vida em abundância. E isso, podemos fazer nos colocando ao lado, denunciando e dialogando sobre a temática da violência doméstica e também com doações a instituições de acolhimento”, reforçou a orientadora sinodal da OASE, pastora Márcia Helena Hülle.
Para a coordenadora do grupo Mel, da Paróquia Blumenau Velha, Débora Grahl, os grupos de mulheres são pontos de apoio mútuo e espaços para diálogo, tanto de problemas pessoais quanto domésticos. O pastor na Paróquia de Timbó, Adilson Koch, lembrou que Deus espera que todas as pessoas tenham vida em abundância e que a vida não combina com violência, tristeza e degradação humana. “Jesus nos desafia a buscar uma vida digna. Ele quer que construamos uma sociedade pacífica, justa e que transborde de amor e cuidado com as pessoas”.
Grupos convidaram palestrantes para abordarem a temática em encontros. Em Timbó, por exemplo, a psicóloga Bianca Utpadel, da Delegacia de Polícia Civil, compartilhou informações sobre a Lei Maria da Penha. Equipes de centros de referência em Assistência Social visitaram grupos para falar sobre as políticas de acolhimento às pessoas em situação de vulnerabilidade. O Centro de Literatura Evangelística da IECLB confeccionou e oportunizou um folheto evangelístico com a temática. Outras iniciativas também contaram com a distribuição do gibi “Valentina”, iniciativa da OASE nacional há dois anos, que é mais uma ferramenta para conscientização e debate do tema.
Casas de acolhimento de diversas cidades do Vale do Itajaí receberam centenas de produtos de higiene pessoal, além de roupas íntimas, produtos de limpeza e objetos para cuidado de crianças recém-nascidas. Estas doações serão revertidas para as pessoas cadastradas que, em muitos casos, precisam recomeçar a vida. “Temos que pensar que a mulher acaba perdendo todo o vínculo onde residia e às vezes perde o trabalho, a escola dos filhos, enfim, tudo que normalmente ela mesma conquistou, pela urgência em sair do local de moradia devido ao agressor continuar no local.Temos que refletir que essas mulheres precisam do apoio na reconstrução de toda a sua vida”, compartilhou a coordenadora de umas destas instituições beneficiadas.
Deus está conosco nesta ação diaconal porque queremos participar da transformação de situações de violência em ambientes de paz, amor e cuidado mútuo. Como Igreja que segue o Evangelho de Jesus Cristo, o assunto da violência, especialmente contra as mulheres, precisa ser incluído em nossos diálogos. Não é um tema fácil, mas é preciso ter coragem para falar e denunciar se quisermos transformar esta realidade”, desafiou a presidente da OASE Sinodal, Siegrid Hoeft.