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Comemoração do Aniversário da Comunidade Ecumênica Linha Gaúcha

“Lembrem -se que o amor e a união são exercícios diários e que devem ser cultivados todos os dias através de pequenos gestos”

Imaginemos um povo migrante que busca por uma vida digna em territórios nativos. Cada qual traz consigo suas marcas, suas histórias, mas acima de tudo traz em meio a suas bagagens, a sua fé! A fé no Deus da vida, que ampara e cuida, e essa fé é acompanhada pelo desejo de ser praticada, de ser celebrada, de ter um templo próprio, ter um espaço de convivência, partilha e comunhão. Mas as condições postas e o número de pessoas não suprem a necessidade imposta para a estruturação e manutenção física dos espaços de cultos/missas e demais atividades eclesiais. Aqui não estamos nos referindo somente ao contexto da IECLB e sim, somam se a este contexto também a igreja católica. Comunidades extremamente pequenas e que não possuíam o movimento de um possível auto sustentabilidade.

Já nos orienta a passagem bíblica de Efésios 4.6, um só Deus e Pai de todos, o qual é sobre todos, e por todos e em todos vós. E assim nasce no dia 14 de março de 1992, a comunidade ecumênica da Linha Gaúcha. Situada na região Noroeste do Mato Grosso, no município de Cotriguaçu. Sendo a nova união resultante da fusão entre a comunidade de São Vicente Palotti e Nossa Senhora da Salette, ambas católicas, e a IECLB, e dessa equação resulta a comunidade ecumênica São Luíz da Linha Gaúcha.

“Nos mantivemos firmes e com fé, e ela nos mostrou que sozinhos não conseguiríamos sequer andar, foi um constante caminhar juntos, compartilhar juntos,” relata Nilsa Pagel Carlotto

A fé que atua pelo amor, descrito em Gálatas 5.6b, moveu aquela comunidade que se reuniu logo em seguida, na primeira celebração ecumênica, no dia 05 de julho de 1992, num pequeno bosque. E em 17 de gosto do mesmo ano foi dada a largada para a efetivação dos espaços físicos (pavilhão, igreja), com destaque a todo significado da palavra doação, tanto dos envolvidos diretamente quanto a sociedade que apoiava o projeto. E o grande dia chegou, e em 1°de novembro a palavra de Deus foi celebrada ecumenicamente, no pavilhão semi-pronto.

A edificação da casa de oração, continua a todo vapor e em 11 de novembro de 1999, foi celebrado o primeiro culto de ação de graças dentro da igreja, e a primeira igreja ecumênica da região inaugurada, “ rezemos para que esta união da comunidade continue e contagie outros lugares e comunidades a fazerem o mesmo” Pa. Hermann em sua fala da ocasião da celebração de inauguração.

A fé que atua pelo amor, também atua por meio de um processo educativo que visa não somente o bem comum do educando, mas de toda a sociedade em si, herdamos isso de Lutero. E esse amor moveu aquela comunidade também a pensar em educação, e assim por algum tempo se estabeleceu ali a escola municipal Eudes Bartnick. Vale ressaltar ainda, que ali proporcionou-se lazer, descontração e a integração ( bocha, vôlei, futebol, bar).

Em 26 de julho de 2022, em alegria e gratidão foi celebrado e rememorado os 30 anos da comunidade ecumênica da Linha Gaúcha. A celebração foi oficiada pela Pa. Carina Schmidt e o Pr. Bruno Mendonça. Dia especial, marcado por lindas memórias e um cardápio excepcional. Mas, dia também de observar as muitas mãos que se colocaram a serviço, como nos testemunha a senhora Nilsa Pagel Carlotto:

“Se não fosse a coragem e a determinação dessas primeiras pessoas, talvez hoje ainda seríamos uma pequena comunidade arcada e sem forças, pois não teríamos suporte o suficiente para nos mantermos em pé! (…) Foram Tantos momentos vividos e partilhados, nada foi por acaso, tudo tem um sentido, a cada momento as nossas escolhas fizeram e fazem, e com fé farão a diferença por muitos e muitos anos, e para que essa união continue próspera, seguimos buscando sempre a aproximação e cooperação comum, superando as divergências culturais. A união fez a nossa força, nos trouxe a vontade, e a vontade nos trouxe a esperança, nos deu a sabedoria, e a sabedoria nos trouxe o amor, e o amor a união”.

Desse bonito testemunho compreendemos que o ecumenismo quer acentuar, quer unir as igrejas e não separar. Diferenças devem ser encaradas como riqueza da multiplicidade de dons a serviço do Reino de Deus.

Nilsa Pagel Carlotto e PPHMista Raquele J.W.Heuser