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Justificação por graça resulta em justiça social

 

Proclamar Libertação – Volume: 46
Prédica: Romanos 5.1-5
Leituras: Salmo 8 e João 16.12-15
Autoria: Hans Alfred Trein
Data Litúrgica: 1º Domingo Após Pentecostes (Trindade)
Data da Pregação: 12/06/2022

1. Introdução

Escrevo este auxílio em dias de intensa aflição pelos números diários de mortes pelo coronavírus (ao redor de quatro mil), ao mesmo tempo em que comemoramos 500 anos da Assembleia em Worms. Lá Lutero enfrentou autoridades civis e eclesiásticas que queriam forçá-lo a revogar seus escritos. Entretanto, estava lá como pessoa justificada pela fé na obra de Cristo. Livre (Luthero, de eleutheros, que segundo Bauer, 497, : 1º) política e socialmente; 2º) sem amarras e independente; 3º) no sentido religioso e moral), manteve-se firme diante dos mais que adversários. “Sequestrado” para Wartburgo, além de traduzir o Novo Testamento, escreveu também uma introdução à Carta de Paulo aos Romanos, a cujo estudo me dediquei para escrever esta meditação.

Em Romanos, Paulo expõe sua teologia de modo ordenado: a lei não salva. Apenas revela o pecado. Só Deus justifica. Não apenas judeus, mas a humanidade toda. Salva gratuitamente. Essa graça é acessível pela fé em Jesus Cristo, princípio da nova humanidade. Em continuidade, o Espírito Santo age dentro das pessoas, moldando sua nova vida.

O Salmo 8 traz uma descrição da glória de Deus Criador. Diante de sua magnitude, o ser humano é nada. Contudo, Deus lhe atribuiu uma posição apenas um pouco abaixo de si mesmo, coroando-o de glória e honra, que também é tema ao final do v. 2: gloriamo-nos na esperança da glória de Deus. Na leitura de João, é o Espírito da Verdade que ainda dirá tudo o que os discípulos de Jesus não suportariam e, sobretudo, glorificará a Jesus, repartindo tudo o que é dele, e do Pai.

 

2. Exegese

“Nos primeiros três capítulos da Epístola aos Romanos, Paulo não faz outra coisa senão inculcar que todos os seres humanos são ímpios e injustos, que não somente os gentios, mas também os judeus estão sob o pecado” (OSel1, v. 4, p. 396).

Nosso texto encontra-se dentro do bloco temático que trata da justificação pela fé (1.18 – 8.39). “Tendo sido justificados”, resume todo o conteúdo da justificação explanado pelo apóstolo em 3.9-31 e explicado com o exemplo de Abraão no cap. 4. Não se refere apenas a um sentimento subjetivo de alívio, liberdade e paz interior, mas sim a um relacionamento objetivo novo de paz com Deus, produzido por Jesus Cristo, “por intermédio de quem tomamos posse (εσχήκαμεν/ eschēkamen2) dessa graça, que nos mantêm firmes”. A frase seguinte acentua que não há porque gloriar-se disso, a não ser pela esperança da glória de Deus. Ou seja, qualquer traço de arrogância dos que tomaram posse da graça é totalmente impróprio diante de qualquer outra pessoa fora do círculo de fé! E mais: gloriar- -se nas próprias tribulações, coisa humanamente improvável, caso de patologia masoquista, só é pensável focado na glorificação de Deus. Por isso a palavra θλίψις/thlipsis (segundo BAUER, 1971, p. 715s, de raro uso extrabíblico) não se refere a dores e sofrimentos pessoais ou corporais, comuns a todas as criaturas, mas à opressão “causada por circunstâncias externas”. Na minha compreensão, tem a ver com o versículo anterior, a posse da graça e o gloriar-se na esperança da glória de Deus. Trata-se de pressões e assédios externos, imposição de sofrimentos – físicos, psíquicos, sociais – para conseguir que a pessoa desista do tesouro que possui e, por conseguinte, da sua fé; no fundo, são provas de integridade. Para as pessoas cristãs, são decorrências naturais de uma vida de fé que não se conforma com “este século” (Rm 12.1s), que resiste ao mal, que o senso comum considera normal; são decorrência de obedecer mais a Deus do que aos homens (At 5.29), e nesse processo dão consistência à fé. A palavra hypomonē (aguentar, suportar, a paciência histórica – nada a ver com conivência!) introduz a sequência que marcará a vida das pessoas justificadas, agraciadas, livres. Segue-se dokimē (provação, fidelidade testada, torna a pessoa mais experiente, sua fé mais firme) o que leva à elpis (esperança – ativa no amor; lembra a tríade: fé, esperança e amor). A esperança ou kataischynei, traduzido por “não decepciona”, “não engana”, “não confunde”; eu traduziria, não deixa cair em des-graça, ou seja: o amor de Deus derramado em nosso coração não deixa perder a graça!

Quanto ao capítulo 5, Lutero faz o seguinte comentário:

[…] a síntese da verdade cristã [se resume] em dois artigos, como em dois saquinhos, quais seja, fé e amor. O saquinho da fé deve ter dois bolsinhos; num deles coloque-se o seguinte artigo: cremos que pelo pecado de Adão estamos todos corrompidos, somos pecadores e condenados, conforme Rm 5 e Sl 51.5. No outro bolsinho, coloque-se o artigo de que todos somos redimidos por meio de Jesus Cristo dessa natureza corrompida, pecaminosa e condenada, conforme Rm 5.18s e Jo 3.16ss3. O saquinho do amor também deve ter dois bolsinhos. Num deles, ponha-se o artigo de que devemos servir e fazer o bem a todos, como nô-lo fez Cristo (Rm 13.8/10). No outro encontre-se o artigo de que devemos tolerar e sofrer de bom grado toda espécie de mal (OSel, v. 7, p. 180-181).

Lembremos: “a lei não é necessária para a justificação, mas inclusive inútil e impossível, porque não tira pecados, mas os revela, não justifica, mas nos constitui pecadores” (OSel, v. 4, p. 406). Romanos 3.20: Visto que ninguém será justificado diante dele por obras da lei, em razão de que pela lei vem o pleno conhecimento do pecado. Entretanto, a lei não é anulada, antes confirmada. “A lei é altamente sagrada e excelente, mas ela não justifica. Ela enche de terror e acusa, porém ela não justifica e não livra da morte […] existe um abuso da lei, se atribuo a ela mais do que a lei é capaz de operar” (OSel, v. 9, p. 451). Além disso, o cumprimento da lei seria a glória humana, não precisaria da graça de Deus. A justificação pela fé equipara judeus e gentios, pois Deus é Deus de ambos (3.29s).

Quanto ao v. 2, Lutero comenta:

Paulo conjuga de maneira extremamente útil as duas expressões “através de Cristo” e “pela fé”. Em primeiro lugar, sua afirmação dirige-se contra os presunçosos que acreditam poder aproximar-se de Deus sem Cristo, como se fosse suficiente ter crido; querem, assim, ter acesso apenas pela fé, não através de Cristo, mas sim, ao lado de Cristo, como se não carecessem de Cristo mais tarde, depois de aceita a graça que justifica. Agora, há muitas pessoas que, a partir das obras da fé, também fazem para si próprias obras da lei e da letra, quando, tendo recebido a fé pelo batismo ou pela penitência, acham que são pessoalmente agradáveis a Deus mesmo sem Cristo, quando, na verdade, ambas as coisas são necessárias, a saber, ter a fé e, todavia, ao mesmo tempo, possuir Cristo eternamente como nosso mediador nessa mesma fé (OSel, v. 8, p. 282).

 

3. Meditação

Muitas gerações já se irritaram com o fato de que em seu discurso as igrejas primeiro convencem as pessoas de que são pecadoras; depois oferecem-lhes um bem religioso que administram, na melhor hipótese, justificação gratuita pela fé; na pior hipótese, voltam a comerciar com a graça de Deus por meio do dízimo interesseiro, tornado obra meritória, requentando as medievais indulgências. O método equivale ao filho do vidraceiro quebrando as janelas da vizinhança para que o pai lhes possa vender vidros novos.

A pergunta que não quer calar: será que Deus criou o ser humano à sua imagem e semelhança para ser mau, desde a sua juventude, um pecador enrustido e incorrigível? Ou seria um traço da cristianização colonialista, carregada de uma história de guerras e extermínios, experiência de estar fora do paraíso, oferecer um bem religioso embalado na cultura europeia?

A antropologia ameríndia constata que, em geral, entre indígenas, vivendo no sistema tribal, sem Estado, não há essa noção de que o ser humano é ruim, pecador, carente de salvação; entre indígenas reina muito mais o fascínio de estarem integrados dentro de uma natureza maravilhosa, um paraíso, no qual compartilham a sua humanidade com a fauna e a flora. Tupã significa: Magnífico! Quem és? Não há esse sentimento de estar em débito e precisar algum resgate, de salvação ou vida eterna. A vida humana está integrada no ciclo da natureza, nisso reside sua eternidade. Num encontro eclesial com parceiros de Misiones e da Alemanha em 2012, Santiago Guarani expressou um pensamento que me impressionou: “Vocês brancos de fato precisam de Jesus Cristo para salvar vocês, pelo mal que vocês trouxeram para essas terras e fizeram contra os povos daqui. Ainda serão capazes de exterminar com essa bela criação de Deus” (o paraíso)! E agora: os indígenas são positivamente os humanos do Salmo 8?

A justificação pela fé nos dá uma grande liberdade! Talvez se equipara a como os indígenas se sentem, mesmo sem explicitá-lo com o evento cristológico. Para nós outros, tudo já foi feito por Deus por meio de Cristo. A pessoa não tem mérito algum nessa nova realidade. Libertados para a solidariedade, essas pessoas costumam ser firmes no que defendem, mas abertas ao diferente, acessíveis e muito agradáveis no convívio; não costumam golpear as pessoas com suas verdades, como se fosse um pano de chão estapeado pelas orelhas, mas as colocam sobre os ombros da outra pessoa como se dispõe carinhosamente um casaco. Aquece o corpo e a alma.

A verdade é que somos incapazes de cumprir os mandamentos. Erram aqueles que pensam que cumprir a lei prepara as pessoas para receber a graça, pois a obstaculizam com sua convicção de que, então, passaram a ser merecedoras. E aí já não é mais graça! A finalidade dos mandamentos é convencer o ser humano de sua incapacidade de cumprir os mandamentos e aprender a desesperar de si mesmo e colocar toda a sua esperança na graça de Deus.

Fazer boas obras para ser contado entre as pessoas de bem e ser honrado pode dar uma boa sensação, mas é mentira e hipocrisia; a glória humana é sua recompensa! A boa obra é e sempre será uma consequência da graça e do Espírito que tomou conta do coração, nunca a sua causa. Com boas obras, você não chega até Deus; mas Deus com sua graça habilita você a boas obras. Boas obras é o Espírito Santo quem dá (5.5). Assim como laranjas boas não conseguem transformar uma laranjeira doente em uma árvore sadia, mas uma árvore sadia produz laranjas boas.

Uma compreensão disseminada na igreja é: não matei, não roubei, não pulei a cerca… então sou uma pessoa boa, pois estou cumprindo os mandamentos (mesmo que de dez sejam apenas três!). Tenho observado confissões de pecado em nossas liturgias usando formulações, como: Senhor, perdoa, se às vezes…; Senhor, muitas vezes, erramos quando… Como, “às vezes” ou “muitas vezes”? Por que amenizar a situação de pecado em que nos encontramos, absolutamente necessitados da graça justificadora de Deus por meio de Jesus Cristo? As pessoas sairão do culto, pensando: “Sim, eu errei, mas todo mundo erra; no fundo eu sou uma pessoa de bem”. Ou como ouvi de uma senhora: “Pastor, eu não entendo, por que a cada culto a gente confessa os pecados; pois eu sinto que não tenho pecados”. Aqui a graça se torna absolutamente desnecessária. Esses seriam negativamente os humanos do Salmo 8, porque se acham grande coisa?

As declarações centrais sobre o pecado (hamartia) têm todas um denominador comum: elas são pensadas dentro de relações de dominação (só raramente em categorias de culpa e da ação pecaminosa individual) […] Sua concepção central é: o pecado domina todas as pessoas como escravas e, assim, transforma-as em colaboradoras do sistema imperial.4 A individualização econômica, promovida pelo capitalismo consumista, reflete-se no campo religioso como individualização da salvação.5

Se você vive dentro de um sistema econômico e social em que ricos ficam cada vez mais ricos e pobres cada vez mais pobres, em que até o número de bilionários aumentou durante a devastadora pandemia, então você participa do pecado estrutural que produz a desigualdade nessa sociedade, mesmo que individualmente esteja respeitando as leis do país, pois leis também produzem injustiça e desigualdade. Ninguém quer cobiçar ou ser ganancioso; mas ter ambição é socialmente aceitável, subir na vida, alcançar sucesso… temos o pecado maquiado!

Um dos grandes problemas na igreja é que a justificação não tem uma consequência histórica, não resulta em justiça econômica e social. Mas não só na igreja de hoje! Por isso Jesus já contou a parábola do devedor que foi perdoado de uma soma enorme, impagável, e na sequência passa a apertar o pescoço de um devedor seu que lhe devia uma merreca, comparado ao que lhe tinha sido perdoado.

Outra frase que ouvi de um latifundiário: “Graças a Deus, tudo o que eu tenho é por meu próprio esforço e trabalho”. Parece uma contradição, mas não é. O “graças a Deus” não se refere ao que ele possui. É o mesmo “graças a Deus” do fariseu (Lc 18.9ss). Sua relação com os semelhantes consiste em justificar seu bem-estar econômico e social frente a pessoas empobrecidas, sem considerar a estrutura injusta dentro da qual essa desigualdade está ocorrendo. Você dificilmente vai ouvir uma frase dessas de uma pessoa empobrecida, marginalizada, excluída. Portanto a justificação por graça mediante a fé é o contrário da pretensa meritocracia.

Ao mito do mérito é necessário contrapor o princípio da necessidade que representa a exata correspondência à justiça da fé. A consequência ético-social daí derivada é uma crítica do atual mundo do trabalho, dominado por essa ideologia meritocrata e suas consequências sociais e psicológicas negativas.6

“Lutero retorna à verdade bíblica, de que Deus perdoa dívidas gratuitamente e que desse perdão nasce e cresce a solidariedade com as pessoas.”7 Com isso, tocamos num assunto em que precisamos ser muito mais incisivos: justificação necessariamente tem de desembocar em compromisso com a justiça histórica de Deus, caso contrário não serve para nada, do que apenas um engano de si mesmo. Temos dificuldades para compreender isso, pois em nossa língua não temos a forma verbal consecutiva que existe na língua hebraica. Justificação pela graça de Jesus Cristo mediante a fé sem justiça econômica, social, ambiental, política, religiosa é uma perversão!

A doutrina da Reforma a respeito da justificação tem de romper o encapsulamento ocidental do individualismo possessivo e do quietismo político, libertando as pessoas de tudo aquilo que as subjuga a ídolos: privilégios segundo a espécie e o gênero, segundo a etnia, a religião, a nacionalidade e a classe. A justificação por graça e fé tem de ser redescoberta como expressão da profunda compaixão de Deus por todas as pessoas na morte de Jesus. Desta forma, se fortalece a nossa responsabilidade pública pela justiça política e econômica e pelo reconhecimento “dos outros”.8

Quem em nossa igreja sofre tribulação por causa de sua fé? Pelo abuso que outras agremiações, autointituladas cristãs, estão fazendo com o Evangelho de Cristo, penso que está chegando o tempo em que haverá novamente perseguição e tribulação daqueles que, libertados pela graça, se posicionam intrepidamente contra os poderes de perdição e morte, travestidas de cristãs, que ainda regem e esperneiam em nosso mundo. Mas esses poderes não prevalecerão, pois já estão vencidos.

 

4. Proposta de três pontos para a prédica

Tendo sido justificados! Ninguém está fora dessa justificação. Especialmente as pessoas pecadoras são incluídas. Pois todos estamos nessa condição de precisar a justificação gratuita por meio de Jesus Cristo, acedida pela fé. Se você não é pecador, está (se colocando) fora! Para exemplificar, use frases que já escutou.

 

I. Pecado e glória

1. Vivemos em uma época de banalização e amenização do pecado. Falar sobre o pecado está fora de moda. Mas o pecado conduz à morte! Revisão é necessária: estamos todos sob a escravidão do pecado, pois participamos de uma sociedade injusta e desigual. “Não roubei, não matei, não pulei a cerca” não nos salvam. Ninguém consegue cumprir os mandamentos de Deus. Eles existem para nos convencer de que somos incapazes de cumpri-los, dependendo totalmente da graça de Deus em Jesus Cristo. Estar justificado por graça é o contrário de meritocracia! Qualquer atitude de fazer por merecer está se colocando fora da graça.

2. A glória é de Deus. Quem quiser gloriar-se de seus feitos e com eles justificar-se também estará pecando, pois desdenha a obra salvífica de Deus em Cristo. Nada temos a oferecer, tudo recebemos!

 

II. Justificação por fé

Justificados mediante a fé implica compromisso com a justiça social. A fé tem consequências éticas. Caso contrário a justificação é um ledo autoengano. A fé não é um campo de sensações individuais, alívio da alma…, mas uma realidade objetiva que tem consequências nas relações humanas e ambientais. Estamos em condições de amar, pois o amor de Deus está derramado em nosso coração por meio do Espírito Santo (v. 5).

 

III. Quem de nós sofre por causa de sua fé?

Quando a tribulação vier, ela nos trará paciência histórica, essa nos trará fidelidade testada, que desembocará em esperança ativa. A esperança não deixa perder a graça. Ela nos dá força para continuar a lutar por justiça social, para a glória de Deus.

 

5. Subsídios litúrgicos

Confissão de pecados: Prestar atenção para não utilizar uma formulação que induz ao equívoco de que pecado se resume a deslizes e errinhos do cotidiano. Evitar formulações como “às vezes”, “muitas vezes”, “quando” etc., que amenizem o pecado. Interessante seria conversar, durante a semana, com membros da comunidade sobre que pecados deveriam constar da confissão no domingo.

Oração de coleta: Deus todo-amoroso, tu que conduziste teu povo através da história e, ao se cumprirem os tempos, vieste a nós em Jesus Cristo, amor encarnado, profeta e pregador, curador de todos os males, fiel até a morte na cruz, para a salvação de toda a criação, nós te pedimos que também olhes para nós, abre nossos olhos para a nossa situação de pecado e nos estimula a aceitar a tua obra de graça contra toda ilusão de nossos méritos; para que, de posse de tua graça, sejamos teus fiéis seguidores, trabalhemos por mais justiça e igualdade na tua criação e com isso proclamemos incessantemente a tua glória. É o que te pedimos por Jesus Cristo, teu Filho, que, contigo e com o Espírito Santo, vive e reina, de eternidade a eternidade. Amém

Leitura do evangelho: Quem colocar o foco sobre a falta de consequência da justificação, ou seja, compromisso com a justiça de Deus, ou de um  encapsulamento individual da justificação, poderia escolher como evangelho a parábola do credor incompassivo: Mateus 18.23-35. Quem preferir tematizar a hipocrisia farisaica: Lucas 18.9-14.

 

Bibliografia

BAUER, Walter. Wörterbuch zum Neuen Testament. Berlin: de Gruyter, 1971.
HOFFMANN, Martin; BEROS, Daniel Carlos; MOONEY, Ruth (Eds.). Radicalizando a Reforma: outra teologia para outro mundo. São Leopoldo: Sinodal; EST, 2017.
LUTERO, Martinho. Pelo Evangelho de Cristo. Porto Alegre: Concórdia; São Leopoldo: Sinodal, 1984. p. 179-192.

Notas:

1 OSel é a abreviatura de LUTERO, Martinho. Obras Selecionadas. São Leopoldo: Sinodal; Porto Alegre: Concórdia.
2 Εσχήκαμεν está no perfeito; significa “o fato consumado da tomada de posse, cujo efeito perdura”. RIENECKER, Fritz. Sprachlicher Schlüssel zum Griechischen Neuen Testament. Giessen: Brunnen, 1956.
3 É de se perguntar em que medida Paulo (e talvez Lutero ainda?) distinguia entre Adão como personagem histórico e Adão como personagem de um mito da criação. Pelo que hoje sabemos, soa um tanto impróprio comparar um personagem mítico com uma pessoa histórica.
4 HOFFMANN, Martin; BEROS, Daniel Carlos; MOONEY, Ruth (Eds.). Radicalizando a Reforma: outra teologia para outro mundo. São Leopoldo: Sinodal; EST, 2017. ponto 2, p. 8.
5 HOFFMANN; BEROS; MOONEY (Eds.), 2017, ponto 11, p. 11.
6 HOFFMANN; BEROS; MOONEY (Eds.), 2017, ponto 20, p. 13.
7 HOFFMANN; BEROS; MOONEY (Eds.), 2017, ponto 14, p. 11.
8 HOFFMANN; BEROS; MOONEY (Eds.), 2017, ponto 32, p. 15.

 

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Proclamar libertação (PL) é uma coleção que existe desde 1976 como fruto do testemunho e da colaboração ecumênica. Cada volume traz estudos e reflexões sobre passagens bíblicas. O trabalho exegético, a meditação e os subsídios litúrgicos são auxílios para a preparação do culto, de estudos bíblicos e de outras celebrações. Publicado pela Editora Sinodal, com apoio da Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil (IECLB).