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Nos dias 05 e 06 de agosto de 2023 um encontro musical significativo aconteceu na Paróquia de Canoinhas/SC com a presença de participantes de duas comunidades. Foi grande a expectativa de ambas as partes: o desejo de um reencontro, a saudade de outros projetos nesta Paróquia e o desafio agora de se lançar dentro de um novo contexto.

E lá fomos nós: Henriette Hillbrecht, Elisiana Klabunde e Cladis Erzinger Steuernagel de “mala, cuia, flautas, teclado e violão”. Carro lotado com instrumentos, cobertas, apostilas, casacos e pouco espaço para as passageiras. Mas depois de 20 edições, isto já não é mais o problema.

A Pastora Areli Krüger nos aguardava na sexta-feira à noite e nos recebeu carinhosamente. Depois de uma noite bem dormida, os trabalhos iniciaram na Comunidade de Marcílio Dias no sábado pela manhã com 20 participantes incluindo também cinco jovens do Ensino Confirmatório. Meditação, canto e uma fala sobre o canto comunitário fizeram parte do primeiro momento do encontro.

“Desde o tempo da imigração as comunidades eram reconhecidas por seu canto luterano e por sua música. No canto encontramos a possibilidade de utilizar a arte para comunicar uma mensagem, uma ideia, um pensamento, um sentimento ou uma emoção. A arte pode estimular a mente, mover a alma, criar habilidades e desenvolver uma sensibilidade estética. Considerando isto, temos aí à disposição elementos e uma força significativa para promover e articular práticas através da música junto a pessoas, a comunidades, ligando arte com o compromisso de manifestar a criação divina.

O canto comunitário é uma prática que requer preparação para sua execução, onde instrumentistas que acompanham este canto precisam ensaiar o repertório, estar afinados e conectados entre si. Exige destes uma sensibilidade, uma percepção no seu fazer musical para poderem beneficiar e tornar confortável o canto de uma comunidade. É uma troca de “doação”, onde se pode ouvir a todos, sentir todos, mas é onde cada um e cada uma nesta ação também pode expressar sua individualidade. Ser um, dentre muitos. Dar de si e receber do outro: é engajar-se em comunhão”. Tirado do texto, parte da apostila.

Com isso, queremos afirmar que o canto comunitário é algo a ser construído em conjunto. E é nesta intenção que preparamos o material com partituras, arranjos, escolhendo um repertório acessível, juntando instrumentistas com violões, acordeão, teclado, percussão com os cantores para a participação nos cultos de sábado à noite em Marcílio Dias que contou com aproximadamente 70 pessoas e no domingo de manhã em Canoinhas – centro com 65 pessoas.

É sempre um desafio que requer aprendizagem, objetividade, e amplitude de estratégias. Porém, uma Comunidade que tem clareza sobre seu testemunho de fé será sempre SAL E LUZ e conduzirá estas vozes para expressar sua espiritualidade considerando sua história, sua tradição sua liturgia e seu ministério.