MENSAGEM DA PRESIDÊNCIA DA IECLB
Fevereiro – 2024
Estimada IECLB,
Estamos no início da Quaresma. Tempo que convida à contemplação, à oração e ao arrependimento. Para estes 40 dias que antecedem a Páscoa, acolhemos o Lema do mês de fevereiro, que diz:
Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção, para a educação na justiça. (2 Timóteo 3.16)
A comunidade cristã primitiva retoma a memória da prática de Jesus, afirmando a autoridade da Bíblia como alicerce para a vida. Lembra que a Bíblia nasce do sopro do Espírito de Deus, que envolveu, inspirou, motivou e mobilizou tanta gente a fazer o registro de toda essa riqueza que compõe os seus conteúdos. Ela é Palavra de Deus! Como testemunho de fé e esperança, e com toda sua diversidade devido aos diferentes contextos em que brotaram as histórias, a Escritura permanece para nós como sagrada fonte de inspiração e vida. Por isso ela mexe conosco, nos envolve, aquece, desinstala, consola, fortalece e anima para um agir comprometido com o Evangelho.
O Lema do mês chama à prática do cuidado mútuo nas relações, sejam elas familiares, comunitárias ou sociais, sob a orientação do “ensino no repreender e corrigir” e no “educar para a justiça”. Há em nós, entre nós e na sociedade, sentimentos e relações que apontam para a relativização da seriedade do pecado e consequente dificuldade em perdoar. Quantas vezes ferimos pessoas até bem próximas a nós, mas não nos damos conta que causamos essas mágoas? Amizades de longa data são desfeitas, famílias se dividem, por falta de empatia, diálogo e tolerância em relação às diferenças!
A Palavra de Deus e o tempo de Quaresma nos convoca ao exercício de mútua “repreensão e correção”, que são expressões genuínas de afeto, acolhimento e transformação nas relações. Desafia-nos a seguir um modelo alicerçado na amorosidade, para a vivência de relações de justiça entre as pessoas. E, neste sentido, também nos convoca a redirecionarmos nosso olhar para as dores do mundo. No contexto mundial, tomamos conhecimento de que há atrocidades e crimes acontecendo nas guerras, que massacram muitas vidas, em especial crianças e mulheres; há seres humanos que padecem sob o espectro da fome e, cada dia mais, sofremos sob o impacto da violência que impõe insegurança e medo. Os jornais ainda trazem notícias de pessoas resgatadas de situações análogas à escravidão. O Evangelho de Jesus Cristo não autoriza e nem dá amparo a essa realidade.
Nenhuma guerra, nenhuma violência obtém legitimidade à luz do Evangelho de Jesus Cristo. Sua proposta é vida, paz e justiça para toda a humanidade e para toda a criação de Deus. Nenhum ato de violência pode ser considerado como exercício regular de direito. Contrapondo estas realidades, nosso testemunho se torna eficaz através de atitudes transformadoras, no cuidado, na oração, no “educar para a justiça” para a consolidação da paz.
Que a contemplação, reflexão e oração neste tempo quaresmal despertem em nós a generosidade pessoal e comunitária e nos sensibilizem para ações genuínas de diaconia, em afeto e amor. A fé que se nutre nas gratuidades de Deus nos fortalece e motiva, como comunidade cristã, a buscar um mundo reconciliado com Deus, na Cruz de seu Filho Jesus Cristo.
Pa. Sílvia Beatrice Genz
Pastora Presidente
P. Odair Airton Braun
Pastor 1º Vice-Presidente
P. Dr. Mauro Batista de Souza
Pastor 2º Vice-Presidente