No Domingo de Ramos, Jesus chega em Jerusalém e é aclamado como enviado de Deus. Ele é o enviado para anunciar o estabelecimento do Reino de Deus. Assim o Evangelho de Marcos resume a atuação de Jesus:
A expectativa da concretização do reino de Deus estava vinculada com a ação de um messias. A palavra messias significa “ungido”. Inicialmente, a unção fazia parte do cerimonial de entronização de reis. Mais tarde, o termo ganhou conotação de uma figura salvífica. Com a vinda do messias iniciaria o tempo da salvação.
“Cristo” é a palavra grega que corresponde ao hebraico “messias” (João 1.41). Não é, portanto, o sobrenome de Jesus. Quando Pedro declara que Jesus é o Cristo (Marcos 8.29), está dizendo que Jesus é o Messias, aquele que inicia o novo tempo. A rigor, a designação mais apropriada seria “Jesus, o Cristo” ou “Jesus, o Messias” (Mateus 1.16; Atos 5.42).
Este Messias, enviado de Deus, inverte a lógica humana. Nem mesmo seus discípulos mais próximos entendem, como bem descreve o tradicional texto bíblico para a Quinta-feira da Paixão:
O hino Lava-pés, número 422 do Livro de Canto da IECLB, é baseado no gesto de Jesus e nos chama a seguir o exemplo de humildade e serviço. A composição é de Jaci Maraschin (1930-2009), que foi professor, compositor e pastor da Igreja Episcopal Anglicana do Brasil:
1. Jesus, tu reuniste os teus amigos
e lhes lavaste os pés, humildemente,
e enviaste-os, logo após, entre os perigos
de um mundo desumano e incoerente.
2. Também pediste que este teu exemplo
se repetisse em nós e que, ao invés
de nos fecharmos em teu santo templo,
saíssemos lavando ainda outros pés.
3. Na poeira das estradas desta vida,
vem nossos pés lavar, tão doloridos;
vem dar-nos mãos que acalmem a ferida
dos que ainda longe estão de ti perdidos.
4. Senhor, que os nossos pés assim lavados
nas águas transparentes de tuas fontes,
indiquem sempre a cura dos pecados
e resplandeçam belos sobre os montes.
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