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MENSAGEM DA PRESIDÊNCIA DA IECLB – Agosto 2024

 

Ele sara os que têm o coração quebrantado e trata das feridas deles.
(Salmo 147.3)

 

Estimada IECLB!

Este salmo revela o agir de Deus através do cuidado para com as pessoas que sofrem, acolhendo-as em seu amor através do afeto, da ternura. Um cuidado que envolve as pessoas em sua integralidade, trata seus corpos feridos, restaura os corações machucados.

Esse é um tema frequente, onde é atribuído ao coração o centro da vida, através do qual Deus manifesta a sua vontade.

Mas nem sempre “o coração” corresponde à vontade de Deus, principalmente quando se inclina aos maus desígnios (Marcos 7.21), às injustiças e às práticas perversas. Do coração de pedra, coração endurecido, coração impenitente (Romanos 2.5) brotam práticas que geram dor e sofrimento, feridas doloridas.

 

Quais são nossas feridas? O que despedaça nosso coração?

A nossa história iniciou há 200 anos através da imigração de pessoas vindas da Europa em busca de melhores condições de vida. Hoje, o sofrimento move pessoas no mundo inteiro em busca de paz, de relações justas, de melhores condições de vida. O nosso país tem acolhido imigrantes que aqui chegam com os corações quebrantados, em sofrimento, dor e pesar; entre muitos citamos famílias venezuelanas que, devido à situação difícil em seu país, buscam com esperança recomeçar suas vidas no Brasil. Várias Comunidades da IECLB têm dado o apoio necessário para reconstruírem sua vida com dignidade. Este é um exemplo; no mundo há uma romaria de migrantes em busca de vida e paz.

Esta triste realidade mostra o quanto a humanidade está machucada e, como ela, a natureza está ferida e o universo geme em dor! (Romanos 8.22). Nos últimos meses temos vivido este cenário de destruição. Da calamidade causada pelas chuvas excessivas no Rio Grande do Sul, passamos a outra: a extrema e prolongada seca na Amazônia, no Pantanal e nas regiões de Cerrado, onde o fogo destrói vidas. Conforme relatos, a fumaça das queimadas é tão densa a ponto de se poder olhar para o sol a olho nu. O sofrimento chegou a extremos onde, no pulmão do mundo, tornou-se difícil respirar!

 

Ainda há tempo?

Hoje, a pergunta pelo futuro da humanidade e nossa responsabilidade para com a Criação nos coloca diante de desafios que precisam ser assumidos com urgência:

– A paz no mundo, a superação da fome, o fim dos massacres dos povos e das condições indignas que causam as migrações.

– A emergência climática e a gestão dos desastres/tragédias ambientais que, se não houver um pacto civilizatório, tenderão a piorar. Práticas responsáveis e amorosas com a criação de Deus são nossa tarefa.

Pedimos que lideranças políticas assumam suas funções de criar leis e zelar para cuidar de todas as vidas.

Cuidar das pessoas e ambiente em seus sofrimentos, lavar e sarar suas feridas, muitas vezes profundas e doloridas, acolher/restaurar corações quebrantados, caracteriza o ser Igreja. E, nas palavras do salmista, esta graciosa ação de cuidado manifesta o agir misericordioso e amoroso de Deus entre nós.

Nos solidarizamos com familiares que choram pelas vidas de pessoas queridas perdidas em acidentes aéreos. Pedimos em oração a Deus que cuide de todas as pessoas com profundas feridas, que Ele as trate com seu grande amor.

 

Pa. Sílvia Beatrice Genz
Pastora Presidente

P. Odair Airton Braun
Pastor 1º Vice-Presidente

P. Dr. Mauro Batista de Souza
Pastor 2º Vice-Presidente