É o nosso primeiro Natal depois da catástrofe climática de maio deste ano. É conhecido e repetido o ditado: depois da tempestade vem a bonança. A nossa esperança não está no fim da tempestade, mas na presença de Deus entre nós. Ele vem como o menino nascendo frágil, dócil e saudável numa estrebaria qualquer em Belém.
É tempo de expressar muita gratidão a vocês, de nossas comunidades, e às instituições diaconais, que colocaram em pratica a sua fé em Cristo. Vocês transformaram a sua fé em solidariedade e em ação prática em favor das pessoas que tiveram as suas vidas ameaçadas. A vida em todas as suas formas estava ameaçada nos dias das enchentes na nossa região.
Vimos comunidades organizadas fazendo lanches de café da manhã e milhares de quentinhas todos os dias enquanto foi necessário. Comunidades montaram oficinas de costura para tecer conforto e bem-estar das famílias que voltavam para suas casas. Milhares de doações chegaram de caminhão e foram recebidas e distribuídas a partir de nossas comunidades.
A IECLB, através da campanha nacional de Oração e Solidariedade, deu apoio às comunidades atingidas e às pessoas de nossas comunidades, que perderam seus bens domésticos e, em alguns casos, até suas casas. Através das comunidades os recursos chegaram com agilidade para socorrer e amenizar o sofrimento.
Temos muito a celebrar neste Natal. A diaconia amorosa e comprometida foi exercida no momento de necessidade das pessoas. O Sínodo recebeu doações importantes em recursos e conseguiu ajudar as comunidades e as pessoas, multiplicando o potencial de ajuda da IECLB. A Rádio União dispôs de recurso importantes paras os Sínodos Rio dos Sinos e Nordeste Gaúcho distribuírem.
O Natal que celebramos este ano tem o gosto da superação, da amenização do luto, da reconstrução das condições de vida antes da catástrofe climática. É tempo de celebrar o Cristo encarnado que gera a fé onde brota a solidariedade e o compromisso com a vida. Este Natal não é expectativa. Expectativa pode gerar frustração. Esperança gera engajamento e trabalho. A esperança que é esperançar, porque cria a reconstrução, reorganização da vida e mostra que é possível que as pessoas se unam em favor da vida e todas as vidas. Natal é sempre esperança.
É tempo de relembrar que Cristo nasceu entre nós, nos chamou ao compromisso com o próximo pela mensagem da Cruz. Nela, Deus abraça a todos e todas nós. As enchentes nos oportunizaram viver sinais do Reino de Deus anunciado por Jesus. Nele continuamos a esperançar por mais cuidado com a natureza e a criação de Deus, que se tornou Pai amoroso no Cristo que nasce entre nós.
Celebrem com alegria o Natal de 2024 e vivam uma esperança que engaja a favor da vida e do reino de Deus em 2025!
Pastor sinodal Carlos Eduardo Müller Bock | Sínodo Rio dos Sinos