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L – [Leitura do Evangelho – Jo 13. 1‑15]

L – Palavra do Senhor!

C – [canta] Louvado sejas, Cristo.

Prezada Comunidade:

Certa vez, três sapos estavam sentados em cima de uma folha de vitória-régia, que flutuava sobre o lago. Um dos sapos começou a falar sobre como a água estava boa para nadar e decidiu pular na água. Quantos sapos ficaram em cima da folha? (Havia três sapos na folha, um decidiu pular, quantos ficaram em cima da folha? A resposta certa é: Três sapos ficaram na folha. Um decidiu pular, mas a história não diz que realmente pulou.

Às vezes nosso viver cristão se parece com essa história. Também nós decidimos fazer isso ou aquilo, e não fazemos nada. Muitas vezes ouvimos falar sobre como ajudar, como servir, como “lavar os pés”. Contido, nem sempre temos mãos, mentes, gente disposta a realmente fazer, a “pular dentro do lago”. Como igreja cristã, não devemos somente falar do amor de Deus – pois não devemos ser meros ouvintes da mensagem do Evangelho – mas devemos servir com palavras e ações, seguindo o exemplo de Jesus.

O que Jesus nos quis ensinar com esse gesto do lava-pés? Com este gesto Jesus nos quis ensinar que lavar os pés dos outros – significa servir. Jesus nos quis ensinar que não podemos nos chamar de cristãos e apenas teorizar a nossa fé e o nosso amor. Igreja que não ama ao ponto de servir – não tem identidade cristã e nem é reconhecida como igreja de Cristo. Igreja cristã não existe para si mesma. Ela existe para servir.

Portanto, o gesto do lava-pés é um gesto de servir. Como nós lidamos em nossas igrejas com as oportunidades de servir? Como nós poderíamos servir juntos? Devemos lembrar que lavar os pés – isso é: servir – não pode ser um gesto para si mesmo. Servir não é lavar os próprios pés. Com o gesto do lava-pés de hoje, Jesus nos quer dizer que servir, lavar os pés é algo que devemos fazer permanentemente.

Deus nos quer unidos, fazendo uma diferença positiva nesse mundo. Isso não quer dizer que precisamos todos servir da mesma maneira. Mas, o fato de sermos de comunidades diferentes também não quer dizer cada um deve pensar só em si mesmo. Deus nos quer unidos nas causas, na solidariedade, no serviço pelo amor. Através do lava-pés  é Deus que vem ao nosso encontro, é Jesus que se aproxima do ser humano para nos mostrar que o amor não deve ser apenas uma expressão verbal, mas atitudes concretas. Nosso mundo está carente de cuidado e de humildade.

A Páscoa anuncia a vitória de Jesus Cristo sobre todas as situações de morte, sobre todos os infernos dessa vida. E Jesus veio para nos salvar da morte e do inferno. Morte e inferno não são só um lugar, mas são situações de morte e situações de inferno que vivemos já aqui nesse mundo. A vida pode ser um inferno dentro de casa ou nas mídias anti-sociais, a morte pode estar presente na depressão, na dependência química, na falta de perspectivas de vida.

Como seria se cada um – cada uma de nós – lavássemos os pés – isso é, servíssemos, ajudássemos pelo menos uma pessoa? Como seria se – ao invés ficar arrumando inimigos na internet – cada um de nós começasse a defender a situação do seu vizinho, do seu irmão e irmã na fé – proclamando que todas as pessoas tem direito a um emprego digno, a saúde, a uma escola com educação de qualidade, a segurança?

Como seria se, ao invés de lavar simbolicamente os pés dentro do templo, nós fôssemos lavar os pés dos funcionários e dirigentes de alguma instituição diaconal? Como seria o mundo se nós nos comprometêssemos a seguir o exemplo de Cristo?

Creio que estaríamos ensinando o Evangelho de Cristo através de nossas ações. E assim como Jesus ensinou com exemplos, também nós podemos fazê-lo. Não sejamos apenas ouvintes da Palavra de Deus, mas também praticantes. Pois assim como aquele sapo no início dessa reflexão, não basta apenas falar do amor. O que todos nós precisamos é viver no dia a dia o que Jesus espera de nós.

Amém.
(P. Nilton Giese
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