1. Fundamentação
O que diz a Confissão de Augsburgo sobre Batismo:
Com respeito ao uso dos sacramentos se ensina que foram instituídos não somente para serem sinais por que se possam conhecer exteriormente os cristãos, mas para serem sinais e testemunhos da vontade divina para conosco, com o fim de que por eles se desperte e fortaleça a nossa fé. Essa também a razão por que exigem fé, sendo usados corretamente quando a gente os recebe em fé e com isso fortalece a fé.
(…)
“A igreja é a congregação dos santos, na qual o evangelho é pregado de maneira pura e os sacramentos são administrados corretamente.”
(…)
Do batismo se ensina que é necessário e que por ele se oferece graça; que também se devem batizar crianças, as quais, pelo batismo, são entregues a Deus e a ele se tornam agradáveis. Por essa razão se rejeitam os anabatistas, os quais ensinam que o batismo infantil não é correto.
(…) o santo sacramento foi instituído não para com ele estabelecer um sacrifício pelo pecado – pois o sacrifício já sucedeu anteriormente -, mas a fim de que por ele se nos desperte a fé e se consolem as consciências, as quais pelo sacramento percebem que Cristo lhes promete a graça e a remissão dos pecados. Razão por que esse sacramento requer fé, sendo em vão seu uso sem fé.
Confissão de Augsburgo – 1530
Texto completo da Confissão
O que diz o Catecismo Menor de Martim Lutero sobre o Batismo:
O que é o batismo? O batismo não é só água, mas é a água contida no mandamento de Deus e ligada à palavra de Deus.
Qual é esta palavra de Deus? É a que nosso Senhor Jesus Cristo diz no último capítulo de Mateus: Portanto, vão a todos os povos do mundo e façam que sejam meus seguidores, batizando esses seguidores em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo.
Que dá ou para que serve o batismo? Realiza o perdão dos pecados, livra da morte e do diabo, e dá a salvação eterna a todas as pessoas que crêem no que dizem as palavras e promessas de Deus.
Quais são estas palavras e promessas de Deus? São as palavras que nosso Senhor Jesus Cristo diz no último capítulo de Marcos:
Quem crer e for batizado será salvo, mas quem não crer será condenado.
Como pode a água fazer coisas tão grandes? Não é a água que faz isso, mas é a palavra de Deus unida à água e a fé que confia nesta palavra. Pois sem a palavra de Deus a água é só água e não é batismo. Mas unida à palavra de Deus ela é batismo, isto é, água de vida, cheia de graça, um banho de novo nascimento no Espírito Santo, como diz Paulo na Carta a Tito, no terceiro capítulo: Ele nos salvou não porque fizemos alguma coisa boa, mas por causa da sua própria misericórdia. E, por meio do Espírito Santo, ele nos purificou e nos fez nascer de novo e nos deu uma nova vida. Deus foi generoso e derramou o seu Espírito Santo sobre nós, por meio de Jesus Cristo, o nosso Salvador. E fez isso para que, pela sua graça, fiquemos livres de qualquer culpa e recebamos a vida eterna que esperamos. Esse ensino é certo.
Que significa este batizar com água? Significa que, por arrependimento diário, a velha pessoa em nós deve ser afogada e morrer com todos os pecados e maus desejos. E, por sua vez, deve sair e ressurgir nova pessoa, que viva em justiça e pureza diante de Deus para sempre.
Onde está escrito isto? Paulo diz na Carta aos Romanos, no sexto capítulo: Assim, quando fomos batizados, fomos enterrados com ele por termos morrido junto com ele. E isso para que, como Cristo foi ressuscitado pelo poder glorioso do Pai, assim também nós vivamos uma vida nova.
Catecismo Menor de Martim Lutero
Texto completo do Catecismo
O que diz a Constituição da IECLB sobre Batismo:
A Comunidade congrega os membros da Igreja em torno de um centro comum de culto, pregação e celebração dos sacramentos. (Art. 8º, parágrafo único)
Em obediência ao Senhor da Igreja, a Comunidade tem as seguintes incumbências (…) realizar a pura pregação da palavra de Deus e a reta administração dos sacramentos; (Art. 11, inciso I)
Constituição da IECLB
texto completo da Constituição
O que diz o Guia Nossa Fé – Nossa Vida sobre o Batismo:
O que é a IECLB? É o convívio de pessoas por ela batizadas ou admitidas, diferentes umas das outras, todas elas, no entanto, chamadas para viverem seu batismo. Nesse batismo Deus nos dignifica para sermos membros de seu povo, pela obra salvadora de seu Filho.
(…) O batismo e a Ceia do Senhor nos transmitem a promessa do evangelho em palavra visível e atuante.
(…) Batizamos porque Deus quer dar nova vida a todos. Cristo nos enviou com a tarefa de fazer discípulos de todas as nações, batizando-os em nome de Deus Pai, Filho e Espírito Santo, e ensinando-os a guardar todas as coisas que Cristo ordenou. No Batismo em nome do trino Deus nos é oferecida a graça de Deus que nos faz seus filhos e suas filhas e nos motiva a viver em comunidade.
Pelo Batismo participamos da vida, morte e ressurreição de Cristo por nós. Somos marcados por sua cruz, que é a vitória sobre o nosso fracasso e o ponto de partida para um novo começo. Aceitos por graça, somos chamados a andar em novidade de vida, oferecendo-nos a Deus como instrumentos de justiça. A água que usamos no Batismo, unida à palavra de Deus, comunica-nos que morremos para o pecado e ressurgimos mediante o lavar regenerador do Espírito Santo, para uma vida nova a cada dia.
Batizamos as crianças, porque a graça de Deus vem ao nosso encontro sem que a tenhamos merecido, solicitado ou entendido. Essa graça quer ser abraçada na fé, tanto por parte dos pais e padrinhos quanto, posteriormente, pela criança. A fé, contudo, é despertada e mantida, até o fim bem-aventurado, pelo Espírito Santo. Neste mesmo sentido, após o devido preparo, também batizamos pessoas adultas, que professam sua fé nesta ocasião. Tal Batismo não requer o ato posterior da Confirmação.
Pela mensagem bíblica conscientizamo-nos da ordem do Cristo ressurreto de fazer discípulos, lembrando-nos de sua promessa de estar sempre conosco. Deus aceita a pessoa batizada como herdeira da vida eterna e compromete a comunidade a acolhê-la e valorizá-la como membro.
Guia Nossa Fé – Nossa vida
texto completo do Guia
O que diz o acordo entre IECLB e Igreja Católica Apostólica Romana/ICAR sobre Batismo:
A Igreja Católica, Apostólica, Romana, através da Assembleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, e a Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil, através do seu Concílio Geral Ordinário, resolvem, como resultado do diálogo bilateral havido nos últimos anos entre as duas Igrejas e na constatação da concordância em pontos fundamentais de doutrina e prática batismal,
Reconhecer mutuamente a administração do Batismo e tornar público este reconhecimento.
Ambas as Igrejas aceitam que o Batismo foi instituído por Jesus Cristo e é fundamentalmente dádiva gratuita de Deus ao batizando, vinculando-o com a morte e ressurreição de Cristo (Rm 6, 3-6), para perdão de pecados e uma nova vida.
Ambas as Igrejas ensinam que o Espírito Santo desceu sobre Jesus no seu Batismo, desceu e desce também hoje sobre a Igreja, tornando-a comunidade do Espírito Santo que, em testemunho, serviço e comunhão fraterna, proclama o seu Reino.
Ambas as Igrejas aceitam o Batismo como vínculo básico da unidade e que nos é dada pela fé no mesmo Senhor.
Ambas as Igrejas aceitam o Batismo na dimensão irrepetível de nossa consagração em Cristo para a edificação do seu Corpo, tendo em vista o nosso crescimento à perfeita maturidade, à medida da estatura da plenitude de Cristo (Ef 4,13).
Ambas as igrejas administram o Batismo com água e em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, para remissão dos pecados, de acordo com a intenção e a ordem de Cristo (Mt 28, 18-20).
Ambas as igrejas, com este mútuo reconhecimento, excluem a possibilidade de rebatismo, em caso de passagem de membros de uma Igreja para outra.
As duas igrejas dão graças a Deus por este vínculo básico de unidade que lhe foi dado e pedem a assistência do Espírito Santo para vencerem suas divisões e se comprometem a prosseguir na jornada em prol da perfeita unidade cristã.
Porto Alegre, aos 12 de novembro de 1979
O que diz o Regimento Interno da IECLB sobre o Batismo:
A Comunidade congrega os membros da Igreja, em torno de um centro comum de culto, onde a Palavra de Deus é anunciada puramente e os sacramentos são administrados retamente. (art. 5º, parágrafo primeiro)
(…)
Em obediência aos mandamentos de Deus e na confiança de sua promessa, os membros são chamados a cuidar que seus filhos sejam batizados, educados na fé cristã e confirmados; (art. 18, inciso II)
Regimento Interno da IECLB
Texto completo do Regimento
O que diz o Plano de Educação Cristã Contínua sobre o Batismo:
O Batismo marca o início da vida cristã, e seu fundamento encontra-se no ato salvífico de Deus através de Jesus Cristo. O Batismo expressa a autodoação de Deus, seu amor pelo ser humano, amor que na tradição luterana é incondicional. O Batismo é um ponto de partida no qual se assinala o início de uma vivência cristã, de uma apropriação diária e contínua do que significa a promessa de Deus.
O Batismo é um presente de Deus, dado graciosamente a cada pessoa através da igreja. O Batismo afiança (indicativo) que Deus me e nos ama, que Deus enviou seu Filho para minha e nossa redenção e salvação.
Esse presente vai sendo experimentado diariamente na vivência pessoal, familiar e comunitária da fé. Para isso, a pessoa que foi ou quer ser batizada (criança ou adulta), bem como os pais e padrinhos, necessitam de orientação, preparo, acompanhamento e formação. Conforme Mateus 28.18-20, os discípulos são enviados a todo o mundo com a missão de batizar e ensinar as pessoas. Portanto Batismo e educação cristã estão intimamente relacionados. O Batismo é celebrado na comunidade, a qual assume o compromisso de orientar e educar a pessoa batizada na vivência e no crescimento da fé por toda a vida.
Através do Batismo, cada pessoa é integrada ao corpo de Cristo e chamada a exercer o sacerdócio geral de todas as pessoas que creem, conforme 1 Pedro 2.9. Pelo Batismo, que concede a presença e a ação do Espírito Santo, cada pessoa torna-se capaz e digna para anunciar o Evangelho e testemunhar o amor de Deus.
Uma das consequências do sacerdócio geral é que todas as pessoas batizadas são responsáveis pelo ensino e pela aprendizagem na fé. Pela graça de Deus e pela ação do Espírito Santo, crianças, adolescentes, jovens e adultos ensinam e aprendem no estudo da Palavra, na partilha, na convivência, no serviço ao próximo e nas celebrações.
Plano de Educação Cristã Contínua – PECC
Texto completo do PECC
O que diz o Livro de Batismo sobre Batismo: Veja Livro de Batismo
O que dizem manifestos e posicionamentos da Direção da IECLB sobre o Batismo:
No Novo Testamento está claro o contexto preponderantemente missionário da ocorrência do batismo. Está clara sua relação tanto para a ação graciosa de Deus quanto sua referência à fé. É isso que também governa a compreensão de Lutero em relação aos sacramentos.
(…) a fé não é condição prévia para o batismo, mas é ela que recebe existencialmente a graça de Deus. Lutero distingue claramente entre a eficácia, que provém da graça de Deus, e o proveito que se dá através da fé. A graça de Deus é sempre eficaz, embora a pessoa batizada possa permanecer sem proveito dela, se não houver a fé. Essa distinção de Lutero faz com que sempre possamos e devamos nos perguntar pela reta administração do sacramento, mas jamais nos tornamos juízes da fé alheia. Lutero é enfático em dizer que nós sempre temos apenas elementos exteriores para julgar, mas Deus, e apenas ele, conhece os corações (Lc 16.15). Mais: Lutero está convencido de que onde há Palavra e Sacramentos, aí também há fé, mesmo que oculta ou imperceptível exteriormente.
(…) a IECLB aceita tanto o batismo de infantes quanto o de adultos. De resto, isso está expresso com clareza em Nossa Fé – Nossa Vida. O que a IECLB não concorda, porque fere o testemunho bíblico acerca da graça de Deus, é o rebatismo.
Segundo Lutero, a fé não é um ato da razão, mas obra de Deus que ele pode efetuar também, e especialmente, nos pequeninos, e isso através de outras pessoas, no caso pai e mãe, padrinhos e madrinhas, a comunidade (assim como o criado paralítico foi curado por Jesus, mediante a fé do centurião, Mateus 8.13). O próprio Jesus disse que ninguém deveria impedir as crianças de chegarem a ele, porque delas “é o reino de Deus” (Mc 10.14 e paralelos). O reino de Deus só pode ser recebido por graça, mediante a fé, porque se não fosse assim, alguns receberiam o reino de Deus mediante a fé e outros (as crianças) sem a fé. Isso invalidaria o “somente pela fé”.
(…) o batismo infantil não deve ser uma prática indiscriminada, (…) a igreja deve se empenhar séria e intensamente na instrução do significado do batismo e da importância da fé na vida pessoal, familiar e comunitária, que reconheçamos como legítima a opção de pais/mães não levar ao batismo seus filhos/as, mas que respeitemos a decisão das demais pessoas de levar ao batismo seus filhos/as. Devemos sempre, no tocante ao batismo, falar às consciências das pessoas, realçando o significado e a seriedade do batismo, mas devemos resistir à terrível tentação de nos estabelecer como juízes sobre a fé alheia, papel que compete apenas a Deus, que conhece os corações. Assim, portanto, devemos sempre respeitar integralmente o batismo retamente efetuado, em qualquer idade ou circunstância em que tiver ocorrido.
Posicionamento sobre o Batismo – 2005
Texto completo do Posicionamento
No batismo o Espírito Santo nos faz filhas e filhos de Deus, incorporando-nos como irmãs e irmãos na grande família de Deus. Essa é a graça que Deus nos oferece sem que a tivéssemos merecido por algum mérito nosso. Ele também nos convoca incessantemente à fé. Contudo, quando cremos, reconhecemos que a própria fé é dádiva do Espírito Santo que ele opera e mantém pela pregação da palavra e pelos sacramentos, na comunhão de irmãs e irmãos. Aliás, segundo 1 Co 12, a fé é o primeiro dom, do qual todos os demais dons se derivam, sempre para a edificação do corpo de Cristo, nunca para a discórdia. Assim o Espírito Santo nos santifica, diariamente, fazendo-nos morrer com Cristo para os poderes da morte e fazendo-nos ressuscitar com Cristo para a novidade de vida (Rm 6.4). No símbolo ilustrativo do semáforo, aqui adotado, essa graça está expressa pelo sinal verde.
Contudo, o dom gratuito recebido nos compromete com a prática de justiça, paz e amor, no mundo em que vivemos. O sinal amarelo do semáforo nos adverte para os perigos em nossa caminhada. Assim, por exemplo, somos alertados a que não propaguemos uma “graça barata”, que abusa do precioso sangue de Cristo, ao não comprometer ninguém com nada. Nesse sentido, é forçoso reconhecer que há entre nós deficiências de comportamento ético ou mesmo grande apatia de fé, com as quais não devemos nem podemos nos conformar. Nesses casos, a bênção batismal se transforma em maldição. A igreja luterana leva a sério que do evangelho sempre decorre o imperativo. Assim ela está a caminho entre Pentecostes e a volta de Cristo, no final dos tempos. O apóstolo Paulo afirma que todos os dons, quando exercidos na necessária ordem comunitária, cooperam para a edificação do corpo de Cristo. Lembra-nos, contudo, que o maior de todos os dons, o “caminho sobremodo excelente”, é o amor que nos vem de Deus e nos faz amar a nosso próximo (1 Co 12.31-13.13).
Por causa do amor incondicional de Deus e da nossa compreensão bíblica devemos admitir e praticar o batismo de crianças e de adultos. Não devemos permitir a absolutização de uma das duas formas, e o rebatismo, já ocorrido em âmbito da IECLB, é totalmente inadmissível numa igreja luterana. (Nesse particular, vale relembrar o caderno IECLB às portas do novo milênio (2.6). Voltando à figura aqui empregada, vemos agora aceso o sinal vermelho do semáforo. Alguns acontecimentos ou práticas na IECLB são absolutamente inaceitáveis por razões confessionais ou submetem a igreja à tamanha tensão que elas devem ser rechaçadas ou coibidas. A prática do rebatismo encontra-se no primeiro caso da incompatibilidade confessional. Do mesmo modo é inaceitável quando a comunidade batiza crianças sem que anteceda um diálogo pré-batismal com os pais e padrinhos – isso é desrespeito ao que reza o documento Nossa Fé – Nossa Vida .
Posicionamento IECLB no Pluralismo Religioso – 2000
texto completo do Posicionamento
O batismo é promessa e sinal escatológicos de salvação, dádiva que compromete com a fé. A pessoa batizada que não crer é condenada, porque rejeita a promessa de Deus proclamada no batismo. Crer significa, pois, viver com Cristo em sua comunidade, servindo-lhe pela prática do amor, no mundo em que vivemos. Já que nessa prática sempre ficaremos devendo a Deus e ao próximo, é igualmente indispensável o retorno diário à penitência, à confissão de pecados, ao amor pelas coisas de Deus e à missão. Martim Lutero é categórico ao dizer que “onde não existe ou não se consegue essa fé, de nada nos serve o batismo”.
O batismo acontece em nome do trino Deus: Pai, Filho e Espírito Santo. Dele fazem parte a palavra de lei e evangelho, a água e a comunidade de Cristo. Os elementos constitutivos do batismo são esses, nada menos e nada mais; em caso contrário não se trata de batismo cristão. A fé, por sua vez, acolhe a graça contida no batismo. Portanto, quando alguém foi batizado, por exemplo, com sangue de bode, não se trata de batismo cristão. Se tal pessoa, após o devido aconselhamento poimênico e ensino catequético, rompe com seu passado pagão e solicita o batismo cristão, deverá ser batizada nos moldes acima descritos. Nesse caso, não se trata de rebatismo, mas de batismo cristão, pela primeira e única vez, sinal de ruptura com os ritos de iniciação não-cristãos. Pois o Apóstolo é claro: há um só batismo (Ef 4.5-6).
Se, porém, uma pessoa, batizada sob os critérios cristãos, teve posteriormente envolvimentos que contradizem a fé cristã e reconhece a necessidade de renunciar a tal prática, solicitando por isso a realização de um rebatismo, ela deve ser instruída pela palavra, em forma de lei e evangelho, e aconselhada a buscar ajuda na confissão, na penitência e no mistério da santa ceia. De modo algum, porém, se deve efetuar um rebatismo, o que significaria bagatelizar a graça batismal já recebida. Em verdade, um tal rebatismo não seria batismo nenhum, mas abuso da prática batismal.
(…) A partir do “sacerdócio geral de todos os crentes”, cada pessoa batizada é vocacionada, legitimamente, para o testemunho cristão na família, no lugar de trabalho/estudo e na sociedade em geral, ou seja, para exercer a cidadania cristã. Além disso, as pessoas batizadas recebem dons para servirem como colaboradores nos diferentes níveis do serviço comunitário.
Posicionamento A IECLB às Portas do novo Milênio -1999
texto completo do Posicionamento
Todos nós sabemos o que o reformador Martim Lutero ensina a respeito no Catecismo Menor. Para ele – e para toda Igreja de confissão luterana – o Batismo é a ação fundamental de Deus sobre a pessoa humana: “Realiza o perdão dos pecados, livra da morte e do diabo, e dá a salvação eterna a todas as pessoas que creem no que dizem as palavras e promessas de Deus.” Assim o Reformador o diz no Catecismo. E numa prédica ele descreve com palavras contundentes o significado do Batismo: “Batizar uma pessoa é como jogar um grão na terra, quando se planta; ele é sepultado, isto é, tem que morrer e nascer uma planta nova. Assim nós somos plantados no Batismo com o Senhor Jesus Cristo; entramos pelo Batismo e no Batismo na sua morte e túmulo e passamos pela morte para uma vida eterna. E é este o resumo: Quem foi batizado não tem outra coisa a fazer do que ser enterrado. Pois apesar de que ainda estou no corpo, estou sempre sepultando-o,(…) de maneira que cada dia reduzo a gula, restrinjo o desejo e asfixio o egoísmo e morro para o mundo.(…) Assim eu preciso ser enterrado para o mundo, se quero viver com Deus. Este é o segredo.”
(…) O nosso único Batismo é para toda a vida. Com ele inicia a nossa vida cristã. O Catecismo nos ensina que o Batismo significa que “por arrependimento diário, a velha pessoa em nós deve ser afogada e morrer com todos os pecados e maus desejos. E, por sua vez, deve sair e ressurgir diariamente nova pessoa, que viva em justiça e pureza diante de Deus para sempre.” Esta caminhada de arrependimento e renovação diária tem a sua origem no Batismo. Com o intuito de alimentar-nos nesta caminhada, Deus nos deu a Ceia do Senhor, o seu corpo e sangue. Por isso, em momentos de renovação, de reinícios na vida cristã, devemos procurar a Ceia do Senhor – e não um novo Batismo! A reta administração do Sacramento do Batismo também levará a uma reta administração do Sacramento do Altar.
(…) Não é a quantidade da água que valoriza o Batismo, mas a palavra de Deus e a fé. A água é importante como sinal visível e sensível da ação de Deus na pessoa, mas não encontramos nenhum preceito no Novo Testamento que prescreve a quantidade que deve ser usada.
(…) o instrumento que Deus usa no Batismo é a Comunidade e o seu ministério. Por isso, na IECLB insistimos em que os Batismos sempre aconteçam em culto da Comunidade. Pois a Comunidade reunida em culto expressa a sua alegria e a gratidão diante de Deus que, através do Batismo, integra mais um membro na sua Igreja e a compromete a acompanhá-lo na sua vida.
(…) a Igreja luterana sempre confessou que o Espírito Santo é concedido no Batismo, através da imposição das mãos. Não existe, portanto, uma separação entre o Batismo com água e o Batismo do Espírito Santo. Há boa fundamentação para esta doutrina, por exemplo em João 3.5: “Ninguém pode entrar no Reino de Deus se não nascer da água e do Espírito.” Este texto fala do Batismo. Ele mantém a água e o Espírito juntos. E mais uma vez lembro o Catecismo, onde Lutero ensina: “Mas com a palavra de Deus, a água é Batismo, isto é, água de vida, cheia de graça e um lavar de renascimento no Espírito Santo.” Todas as pessoas batizadas recebem o Espírito Santo, e ele age nelas pela pregação da palavra de Deus e pela administração dos sacramentos.
Portanto, não precisamos nos preocupar quando se afirma de que precisamos de algo mais além do Batismo para sermos cristãos. Pois quem honra o seu Batismo e vive o que Lutero ensinou, isto é, em arrependimento diário, pode confiar na graça de Deus.
O próprio Lutero, em momentos de tribulação, encontrava ânimo e consolo no seu Batismo. A frase escrita sobre a sua escrivaninha, Baptizatus sum, lembrava-o constantemente desse ato gracioso de Deus. Enquanto caminhamos em direção à virada do milênio, certamente aumentarão ao nosso redor movimentos religiosos, propostas e filosofias de vida, seitas, doutrinas e ensinamentos diversos. Importa permanecermos firmes na fé de confissão luterana e não nos deixarmos levar “por todo vento de doutrina” (Efésios 4,14). Nesse sentido, convido e animo a todos e todas a também buscarmos força, orientação e resistência na ação misericordiosa de Deus que em Jesus Cristo nos acolheu, aceitou incondicionalmente no santo batismo e nos envia para testemunharmos “as virtudes daquele que nos chamou das trevas para sua maravilhosa luz”…. (Tim. 3.14
Posicionamento Valorizando o Batismo – 1997
texto completo do Posicionamento
Fazemos parte da comunidade desde o Batismo. Por meio dele, Cristo nos incorpora na grande família de Deus (Ef 2.19), no Corpo de Cristo (1 Co 12.12-13). Nele temos acesso direto a Deus. Não precisamos de outro mediador (1 Tm 2.5). Pois somos povo santo, sacerdócio real, para proclamarmos os grandes feitos de Deus (1 Pe 2.9). (…) Já no Batismo, Deus ordena, através da Igreja, todo cristão para testemunhar o amor de Deus em família, lugar de trabalho e sociedade.
Posicionamento sobre o Ministério Compartilhado – 1994
Texto completo do Posicionamento
O que diz o Guia Nossa Fé – Nossa Vida sobre rebatismo:
Pode o Batismo ser repetido? Por causa da fidelidade e santidade de Deus, o Batismo realizado conforme a presente ordem acontece uma só vez na vida. Devemos, no entanto, viver o Batismo diariamente. Mediante o arrependimento, Deus afoga em nós o pecado E, através do perdão, nos faz ressurgir para uma nova vida de fé e amor.
Guia Nossa Fé – Nossa Vida
Texto completo do Guia
O que diz o acordo entre IECLB e Igreja Católica Apostólica Romana/ICAR sobre rebatismo:
Ambas as igrejas (IECLB e ICAR), com este mútuo reconhecimento, excluem a possibilidade de rebatismo, em caso de passagem de membros de uma Igreja para outra.
Reconhecimento oficial e bilateral da administração do sacramento do Batismo
texto completo do Reconhecimento
O que dizem os manifestos e posicionamentos da Direção da IECLB sobre rebatismo:
Quanto ao batismo, essencial para quem é membro, o guia para vida comunitária intitulado “Nossa Fé – Nossa Vida” ainda esclarece que os membros o são em virtude do batismo administrado ou reconhecido pela IECLB. Ou seja, a IECLB, para além dos batismos por ela mesmo efetuados, em uma de suas comunidades, reconhece o batismo de outras igrejas, sempre que tiver sido ministrado com água e em nome do Trino Deus, recusando, por conseguinte, qualquer prática de rebatismo.
Posicionamento Quem é membro da IECLB? – 2007
texto completo do Posicionamento
Lutero distingue claramente entre a eficácia, que provém da graça de Deus, e o proveito que se dá através da fé. A graça de Deus é sempre eficaz, embora a pessoa batizada possa permanecer sem proveito dela, se não houver a fé. Essa distinção de Lutero faz com que sempre possamos e devamos nos perguntar pela reta administração do sacramento, mas jamais nos tornamos juízes da fé alheia. Lutero é enfático em dizer que nós sempre temos apenas elementos exteriores para julgar, mas Deus, e apenas ele, conhece os corações (Lc 16.15). Mais: Lutero está convencido de que onde há Palavra e Sacramentos, aí também há fé, mesmo que oculta ou imperceptível exteriormente.
(…) a IECLB aceita tanto o batismo de infantes quanto o de adultos. De resto, isso está expresso com clareza em Nossa Fé – Nossa Vida. O que a IECLB não concorda, porque fere o testemunho bíblico acerca da graça de Deus, é o rebatismo. O MC (Movimento Carismático), porém, quer ir mais longe do que a IECLB, conforme a Carta Aberta revela: “a refutação ou rejeição da prática de batismo de lactentes pela falta de amparo bíblico e confessional”. O MC argumenta que para pessoas que chegaram à fé “não basta invocar os ritos a eles administrados no passado, uma vez que por eles foram negados, nada mais lhes significando. É necessário administrar-lhes o Batismo Cristão retamente como sinal do ‘morrer para o velho homem e o renascer em Cristo para novidade de vida’ (Rm 6).” (Destaque meu.) Esta é não apenas uma forma contundente de o MC afirmar a necessidade do rebatismo. É também impossível negar de forma mais clara a interpretação de Lutero quanto ao “afogar diário do velho homem em nós”, tão claramente evocado na seção anterior, mas aqui abandonado. Pois são duas coisas diametralmente opostas: ou afogamos diariamente o velho Adão em nós, retornando sempre de novo ao batismo uma vez efetuado, e assim ao “somente pela graça”, ou devemos administrar o batismo cristão de novo a cada arrependimento pela negação da fé, ocorrida pelo pecado. Já não seria “somente pela graça”, mas pela graça E meu arrependimento, seria parcialmente pela graça e parcialmente pela fé. (Na carta a quem perguntou se a fé não deveria ser considerada condição para o batismo, tentei expor mais detidamente a relação entre o “somente pela graça” e o “somente pela fé”.)
(…) A Carta Aberta revela que o MC (Movimento Carismático) ministra o batismo “a adultos que não foram batizados ou que têm profundos questionamentos sobre o seu reto Batismo e que lhe geram conflitos de alma e consciência, de modo a não privá-los do consolo que Deus promete pelo sinal visível!” (…) Infelizmente, essa colocação desconsidera de vez a ação de Deus no batismo, pois pressupõe que “os profundos questionamentos” pessoais, subjetivos, quanto ao Batismo recebido, invalidam a promessa de Deus no batismo já efetuado, desejando buscar o consolo de Deus através de um novo sinal visível do batismo. E se sobrevierem para a pessoa assim rebatizada novos “questionamentos profundos” quanto ao batismo, ela seria batizada uma terceira vez, para obter novo consolo divino? Ora, o único consolo verdadeiro em nossos questionamentos, profundos ou superficiais, consiste em recordarmo-nos e sermos instruídos quanto à fidelidade de Deus. Sua promessa no batismo já efetuado continua válida, e, graças a Deus, possa retornar a ela, em fé, em confiança quando de minhas dúvidas, minhas quedas, meus questionamentos. O novo batismo ofereceria um consolo apenas aparente, mas ilusório, pois em verdade confia na “minha fé”, não na promessa de Deus.
(…) A posição da Igreja Católica é claríssima no tocante ao batismo: ele é efetuado com água e no nome da Trindade. É uma concepção totalmente igual ao batismo efetuado na IECLB. Invocações a Maria e a santos, em conexão com o batismo, com o que a teologia luterana não concorda, não desfazem a validade do batismo retamente efetuado, assim como uma oração ou alocução eventualmente errada do ponto de vista doutrinário de parte do obreiro ou da obreira não invalidam o batismo retamente efetuado na IECLB.
(…) Segundo Lutero, a fé não é um ato da razão, mas obra de Deus que ele pode efetuar também, e especialmente, nos pequeninos, e isso através de outras pessoas, no caso pai e mãe, padrinhos e madrinhas, a comunidade (assim como o criado paralítico foi curado por Jesus, mediante a fé do centurião, Mateus 8.13). O próprio Jesus disse que ninguém deveria impedir as crianças de chegarem a ele, porque delas “é o reino de Deus” (Mc 10.14 e paralelos). O reino de Deus só pode ser recebido por graça, mediante a fé, porque se não fosse assim, alguns receberiam o reino de Deus mediante a fé e outros (as crianças) sem a fé. Isso invalidaria o “somente pela fé”.
(…) A IECLB, ao receber como membros, pessoas oriundas de outras igrejas, não está adotando a doutrina e a prática dessas outras igrejas, mas, ao contrário, são as pessoas que ao optarem pela IECLB também optam por sua confessionalidade. No caso de uma pessoa ter sido batizada mais de uma vez, a IECLB obviamente não reconhece o último batismo efetuado, mas o primeiro retamente efetuado. E quem, vindo de outra igreja, é aceito como obreiro/a da IECLB, já aceitou a confessionalidade desta e assume compromisso com ela, assim como o fazem todos/as os/as demais obreiros/as. Ademais, quando o Documento da Unidade afirma que “a prática do rebatismo … equivale à auto-exclusão da base confessional da IECLB”, isso não significa que todas as pessoas venham a ser simplesmente expulsas da IECLB. Há para com todas elas uma tarefa pastoral e catequética, no sentido de ser sensível às situações que originaram o “rebatismo” e no sentido de instruí-las na doutrina evangélica de confissão luterana. Nesse sentido, é exemplar, a carta do Pastor Oziel Campos de Oliveira a uma pessoa que pretendia ser rebatizada, carta publicada no site da IECLB. Também junto a obreiros/as que tenham adotado a prática do rebatismo, a postura será em primeiro lugar pastoral e catequética. No entanto, pelo compromisso de integridade confessional que todo/a obreiro/a assume em sua ordenação, a divergência doutrinária nas questões centrais da fé não poderá ser aceita como “normal”, mas, ao contrário, deverá ser superada ou deverá ocorrer o afastamento da função ministerial na IECLB.
Posicionamento sobre o Batismo – 2005
texto completo do Posicionamento
Na situação atual há na IECLB um amplo consenso teológico e doutrinário básico em torno das questões essenciais, plasmado em seus documentos normativos e orientadores. Todavia, aqui e ali constatamos desvios doutrinários profundos e inaceitáveis, como, por exemplo, a concepção teológica que dá respaldo à prática do rebatismo. Esta não pode ser aceita como prática teologicamente legítima. Embora haja necessidade de maior aprofundamento teológico-espiritual, especialmente com relação ao batismo e à compreensão do agir do Espírito Santo, a prática do rebatismo, por afrontar diretamente o cerne da fé e os documentos normativos e orientadores da IECLB, equivale à auto-exclusão da base confessional da IECLB. No entanto, o Evangelho de Jesus Cristo nos exorta ao arrependimento, mediante o qual somos perdoados e reintegrados na comunhão dos santos pelo agir gracioso de Deus.
Posicionamento Unidade: Contexto e Identidade da IECLB – 2004
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Por causa do amor incondicional de Deus e da nossa compreensão bíblica devemos admitir e praticar o batismo de crianças e de adultos. Não devemos permitir a absolutização de uma das duas formas, e o rebatismo, já ocorrido em âmbito da IECLB, é totalmente inadmissível numa igreja luterana. (Nesse particular, vale relembrar o caderno IECLB às portas do novo milênio (2.6). (…) Alguns acontecimentos ou práticas na IECLB são absolutamente inaceitáveis por razões confessionais ou submetem a igreja à tamanha tensão que elas devem ser rechaçadas ou coibidas. A prática do rebatismo encontra-se no primeiro caso da incompatibilidade confessional. Do mesmo modo é inaceitável quando a comunidade batiza crianças sem que anteceda um diálogo pré-batismal com os pais e padrinhos – isso é desrespeito ao que reza o documento Nossa Fé – Nossa Vida.
Posicionamento IECLB no Pluralismo Religioso – 2000
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O batismo acontece em nome do trino Deus: Pai, Filho e Espírito Santo. Dele fazem parte a palavra de lei e evangelho, a água e a comunidade de Cristo. Os elementos constitutivos do batismo são esses, nada menos e nada mais; em caso contrário não se trata de batismo cristão. A fé, por sua vez, acolhe a graça contida no batismo. Portanto, quando alguém foi batizado, por exemplo, com sangue de bode, não se trata de batismo cristão. Se tal pessoa, após o devido aconselhamento poimênico e ensino catequético, rompe com seu passado pagão e solicita o batismo cristão, deverá ser batizada nos moldes acima descritos. Nesse caso, não se trata de rebatismo, mas de batismo cristão, pela primeira e única vez, sinal de ruptura com os ritos de iniciação não-cristãos. Pois o Apóstolo é claro: há um só batismo (Ef 4.5-6).
Se, porém, uma pessoa, batizada sob os critérios cristãos, teve posteriormente envolvimentos que contradizem a fé cristã e reconhece a necessidade de renunciar a tal prática, solicitando por isso a realização de um rebatismo, ela deve ser instruída pela palavra, em forma de lei e evangelho, e aconselhada a buscar ajuda na confissão, na penitência e no mistério da santa ceia. De modo algum, porém, se deve efetuar um rebatismo, o que significaria bagatelizar a graça batismal já recebida. Em verdade, um tal rebatismo não seria batismo nenhum, mas abuso da prática batismal.
(…) Já que existe um só batismo cristão (Ef 4.5), a IECLB não pode admitir um segundo batismo ou assim chamado rebatismo. Quem mesmo assim o pratica, está se afastando do fundamento bíblico e da confessionalidade luterana; e deve perguntar-se a si mesmo e deixar-se questionar se ainda faz parte da IECLB. Devemos ser uma Igreja aberta para todas as pessoas, mas não podemos estar abertos para tudo, por respeito às bases normativas.
Posicionamento A IECLB às Portas do novo Milênio -1999
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Para uma Igreja luterana, tal prática (o rebatismo) é inaceitável. A Confissão de Augsburgo, no seu artigo 9º, condena expressamente os “anabatistas”, isto é, os que “batizam de novo”. O apóstolo Paulo, na carta aos Efesios (4.5) ensina: “Há um só Senhor, uma só fé, um só Batismo.” Batismo é ação de Deus, na qual a Comunidade e o seu ministério são apenas instrumentos e ferramentas que Deus usa. Cabe à ferramenta dizer que não valeu, que precisa fazer de novo? Nunca! Por isso, a IECLB reconhece todo Batismo realizado em nome do Trino Deus, e não rebatiza as pessoas que se integram na IECLB vindo de outra Igreja. Por conseguinte, quem assim mesmo pratica o rebatismo, se coloca confessionalmente fora da IECLB e agride a ecumenicidade da Igreja.
O nosso único Batismo é para toda a vida. Com ele inicia a nossa vida cristã. O Catecismo nos ensina que o Batismo significa que “por arrependimento diário, a velha pessoa em nós deve ser afogada e morrer com todos os pecados e maus desejos. E, por sua vez, deve sair e ressurgir diariamente nova pessoa, que viva em justiça e pureza diante de Deus para sempre.” Esta caminhada de arrependimento e renovação diária tem a sua origem no Batismo. Com o intuito de alimentar-nos nesta caminhada, Deus nos deu a Ceia do Senhor, o seu corpo e sangue. Por isso, em momentos de renovação, de reinícios na vida cristã, devemos procurar a Ceia do Senhor – e não um novo Batismo! A reta administração do Sacramento do Batismo também levará a uma reta administração do Sacramento do Altar.
(…) O Batismo e o Espírito Santo: Neste contexto quero apontar para outro fenômeno que atualmente preocupa a Igreja. Em algumas Comunidades surgiram manifestações que vão em direção do assim chamado Batismo do Espírito Santo como o certo. Este Batismo do e pelo Espírito Santo é apresentado como acontecimento que de fato faz a pessoa ser cristã. Diz-se que somente quem tem este Batismo do Espírito Santo é verdadeiramente cristão. Com isto, logicamente, se desvaloriza o Batismo com água, pois seria insuficiente, precisando de complementação.
Quanto a esta questão, a Igreja luterana sempre confessou que o Espírito Santo é concedido no Batismo, através da imposição das mãos. Não existe, portanto, uma separação entre o Batismo com água e o Batismo do Espírito Santo. Há boa fundamentação para esta doutrina, por exemplo em João 3.5: “Ninguém pode entrar no Reino de Deus se não nascer da água e do Espírito.” Este texto fala do Batismo. Ele mantém a água e o Espírito juntos. E mais uma vez lembro o Catecismo, onde Lutero ensina: “Mas com a palavra de Deus, a água é Batismo, isto é, água de vida, cheia de graça e um lavar de renascimento no Espírito Santo.” Todas as pessoas batizadas recebem o Espírito Santo, e ele age nelas pela pregação da palavra de Deus e pela administração dos sacramentos.
Portanto, não precisamos nos preocupar quando se afirma de que precisamos de algo mais além do Batismo para sermos cristãos. Pois quem honra o seu Batismo e vive o que Lutero ensinou, isto é, em arrependimento diário, pode confiar na graça de Deus.
O próprio Lutero, em momentos de tribulação, encontrava ânimo e consolo no seu Batismo. A frase escrita sobre a sua escrivaninha, Baptizatus sum, lembrava-o constantemente desse ato gracioso de Deus. Enquanto caminhamos em direção à virada do milênio, certamente aumentarão ao nosso redor movimentos religiosos, propostas e filosofias de vida, seitas, doutrinas e ensinamentos diversos. Importa permanecermos firmes na fé de confissão luterana e não nos deixarmos levar “por todo vento de doutrina” (Efésios 4,14). Nesse sentido, convido e animo a todos e todas a também buscarmos força, orientação e resistência na ação misericordiosa de Deus que em Jesus Cristo nos acolheu, aceitou incondicionalmente no santo batismo e nos envia para testemunharmos “as virtudes daquele que nos chamou das trevas para sua maravilhosa luz”…. (Tim. 3.14
Posicionamento Valorizando o Batismo – 1997
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2. Desdobramentos Práticos do Batismo:
São membros da Comunidade as pessoas batizadas conforme a ordem de Jesus Cristo, reconhecidas as bases confessionais da IECLB.
Membros de outra Igreja cristã, maiores de quatorze (14) anos, e batizados conforme a ordem de Jesus Cristo, serão admitidos na Comunidade mediante a sua profissão de fé, ou pela bênção matrimonial, após terem recebido a necessária instrução na doutrina da IECLB.
Pessoas adultas não batizadas serão admitidas pelo batismo, após terem recebido a necessária instrução na doutrina cristã.
Regimento Interno da IECLB (art 13-15)
texto completo do Regimento
O que diz o Guia Nossa Fé Nossa Vida – desdobramentos práticos do Batismo:
Que é IECLB? É o convívio de pessoas por ela batizadas ou admitidas, diferentes umas das outras, todas elas, no entanto, chamadas para viverem seu batismo. Nesse batismo Deus nos dignifica para sermos membros de seu povo, pela obra salvadora de seu Filho.
(…) Somos membros da IECLB pelo batismo que ela administra ou reconhece. Todas as pessoas batizadas são inscritas no quadro de membros da comunidade.
(…) Quem é batizado? Batizamos as crianças, porque a graça de Deus vem ao nosso encontro sem que a tenhamos merecido, solicitado ou entendido. Essa graça quer ser abraçada na fé, tanto por parte dos pais e padrinhos quanto, posteriormente, pela criança. A fé, contudo, é despertada e mantida, até o fim bem-aventurado, pelo Espírito Santo. Neste mesmo sentido, após o devido preparo, também batizamos pessoas adultas, que professam sua fé nesta ocasião. Tal Batismo não requer o ato posterior da Confirmação.
Batizamos na igreja, durante o culto, ou, excepcionalmente, em qualquer outro lugar, mas sempre na reunião com irmãos e irmãs.
Quem batiza? O sacramento do Batismo é ministrado pelo pastor ou pela pastorada comunidade do batizando. Essa função pode ser delegada a outros obreiros e obreiras ou a um membro da comunidade, devidamente incumbido.
Em caso de emergência, qualquer pessoa cristã pode batizar, observada a presente ordem. Também tal Batismo deve ser inscrito no registro batismal e a criança, em caso de restabelecimento, ser apresentada em culto à comunidade.
Como realizamos o Batismo? Pela mensagem bíblica conscientizamo-nos da ordem do Cristo ressurreto de fazer discípulos, lembrando-nos de sua promessa de estar sempre conosco.
Deus aceita a pessoa batizada como herdeira da vida eterna e compromete a comunidade a acolhê-la e valorizá-la como membro.
Mencionamos seu nome e a batizamos, com água simples, em nome de Deus Pai, Filho e Espírito Santo. Impomos nossas mãos, durante a oração pela bênção, para que Deus a tenha em suas mãos e use nossas mãos para acompanhá-la em seus caminhos.
Quem pode ser padrinho ou madrinha? Pode assumir a função de padrinho ou madrinha quem foi batizado e professou sua fé, quem vive confiante no trino Deus, participa em sua comunidade e quem tem condições de orientar e apoiar a pessoa batizada na vida e na fé evangélica. É desejável que pelo menos a metade dos padrinhos e das madrinhas seja da IECLB.
Como pai, mãe, padrinhos e madrinhas desempenham sua função? Confessam sua fé em Cristo; comprometem-se em auxiliar a pessoa batizada na vivência desta fé, introduzindo-a na mensagem bíblica, incentivando-a a confiar, a crer e a amar, e preparando-a para colocar seus dons a serviço. Tudo isto através do seu testemunho e seu exemplo pessoal.
Por que o diálogo pré-batismal? O diálogo, antes do Batismo, no encontro com os pais, padrinhos e madrinhas, visa prepará-los para sua missão, a fim de que sejam conscientes em sua ação.
O que é a bênção à mãe ou aos pais? Com a imposição das mãos, abençoamos, em nome de Deus, a mãe e o pai da criança. A bênção compromete-os a ser pai e mãe responsáveis e lembra-os de que podem contar com Deus,seu auxílio e sua proteção.
Quando pode ser negado o Batismo? O presbitério, com o pastor ou a pastora, pode negar a realização do Batismo, quando este grande dom de Deus é menosprezado por pessoas ignorantes, indiferentes, incrédulas ou que não participam da vida comunitária, fazendo do Batismo um mero costume.
Pode o Batismo ser repetido? Por causa da fidelidade e santidade de Deus, o Batismo realizado conforme a presente ordem acontece uma só vez na vida. Devemos, no entanto, viver o Batismo diariamente. Mediante o arrependimento, Deus afoga em nós o pecado E, através do perdão, nos faz ressurgir para uma nova vida de fé e amor.
Guia Nossa Fé – Nossa Vida
Texto completo do Guia
O que dizem os manifestos e posicionamentos da Direção da IECLB sobre desdobramentos práticos do Batismo:
(…) o batismo infantil não deve ser uma prática indiscriminada, (…) a igreja deve se empenhar séria e intensamente na instrução do significado do batismo e da importância da fé na vida pessoal, familiar e comunitária, que reconheçamos como legítima a opção de pais/mães não levar ao batismo seus filhos/as, mas que respeitemos a decisão das demais pessoas de levar ao batismo seus filhos/as. Devemos sempre, no tocante ao batismo, falar às consciências das pessoas, realçando o significado e a seriedade do batismo, mas devemos resistir à terrível tentação de nos estabelecer como juízes sobre a fé alheia, papel que compete apenas a Deus, que conhece os corações. Assim, portanto, devemos sempre respeitar integralmente o batismo retamente efetuado, em qualquer idade ou circunstância em que tiver ocorrido.
(…)A IECLB, ao receber como membros, pessoas oriundas de outras igrejas, não está adotando a doutrina e a prática dessas outras igrejas, mas, ao contrário, são as pessoas que ao optarem pela IECLB também optam por sua confessionalidade. No caso de uma pessoa ter sido batizada mais de uma vez, a IECLB obviamente não reconhece o último batismo efetuado, mas o primeiro retamente efetuado. E quem, vindo de outra igreja, é aceito como obreiro/a da IECLB, já aceitou a confessionalidade desta e assume compromisso com ela, assim como o fazem todos/as os/as demais obreiros/as. Ademais, quando o Documento da Unidade afirma que “a prática do rebatismo … equivale à auto-exclusão da base confessional da IECLB”, isso não significa que todas as pessoas venham a ser simplesmente expulsas da IECLB. Há para com todas elas uma tarefa pastoral e catequética, no sentido de ser sensível às situações que originaram o “rebatismo” e no sentido de instruí-las na doutrina evangélica de confissão luterana.
(…)É de todo oportuno que a IECLB, em suas comunidades, se devote intensamente ao estudo do batismo. Nossa Fé – Nossa Vida é um bom instrumento para tal. Os Catecismos Maior e Menor de Lutero são ainda mais relevantes. Este estudo poderá ser um fruto positivo da controvérsia interna. Igualmente importante será que os obreiros e as obreiras abordem com mais frequência e mais profundidade o tema do batismo em suas prédicas.
Posicionamento sobre o Batismo – 2005
texto completo do Posicionamento
O guia “Nossa Fé – Nossa Vida”, que orienta a vida cristã nas comunidades da IECLB, dá ao “Presbitério com o pastor” (p. 26) a tarefa de decidir sobre a admissão ao Batismo. Por isso lhes dirijo esta carta. Compete-lhes admitir as pessoas ao Batismo. Sei que muitos Presbitérios preferem deixar esta decisão com o pastor ou a pastora. Afinal, assim dizem, ele/ela estudou para isso e deve saber quem pode receber o Batismo e quem não. Esta, porém, não é norma na Igreja. Nos estatutos das Comunidades consta expressamente que cabe ao Presbitério decidir sobre a admissão de membros à Comunidade. No caso de pessoas não batizadas, esta admissão acontece pelo batismo. Pelo batismo as pessoas são integradas na Comunidade – corpo de Cristo.
(…) Conseguimos perceber a seriedade do Batismo? É por isso que não podemos permitir que se batize sem critério. O livrinho “Nossa Fé – Nossa Vida” nos oferece uma orientação simples e clara quanto ao que deve ser observado. É um material ótimo, que podemos consultar quando precisamos decidir sobre questões relacionadas com o Batismo. Mas, id a novas situações, nem sempre o “Nossa Fé – Nossa Vida” dá subsídios suficientes. Por isso quero comentar algumas perguntas relacionadas com a prática do Batismo que surgiram nos últimos tempos. Dessa forma, quero ajudá-los nas suas próprias reflexões com vistas a uma prática batismal coerente com a nossa identidade teológica.
(…) Preparação adequada: Nas comunidades da IECLB há consenso de que pais, parentes, padrinhos e madrinhas devem ser preparados de maneira adequada com o estudo da doutrina, da Palavra de Deus e com oração, para realizar o Batismo de maneira responsável. Mesmo assim, ainda ouvimos de casos em que membros pressionam o Presbitério e o pastor para que realizem o Batismo sem tal preparo. As pessoas acham que isto é uma inovação desnecessária ou, pior, que já sabem o suficiente a respeito de Deus e do Batismo. Rogo-lhes que não se deixem intimidar por estas pressões. Valorizem os cursos de preparação do Batismo, pois, conscientizando-se da importância fundamental do Batismo, os membros também valorizarão a sua Comunidade.
A escolha dos padrinhos e das madrinhas: O livrinho “Nossa Fé – Nossa Vida” define a tarefa de padrinhos e madrinhas no sentido de “levar outros à vida de fé”. (pág. 24) Quem pode fazer isto? Somente uma pessoa que vive nesta fé e está integrada na Comunidade cristã. Este será o primeiro critério na escolha de padrinhos e madrinhas. E nesta escolha devemos dar preferência àquelas pessoas que convivem conosco na mesma Comunidade de fé.
No entanto, nos tempos atuais, quando famílias facilmente mudam de um lugar a outro, e os parentes moram distantes uns dos outros, os pais, muitas vezes, convidam padrinhos e madrinhas de outras Comunidades da IECLB. Neste caso, cabe ao Presbitério da Comunidade do batizando avaliar se as pessoas convidadas são aptas para esta tarefa. Isso pode ser feito através de uma consulta. Então, a Comunidade de origem atesta à Comunidade do batizando a participação na vida comunitária. É desejável, sim, quase obrigatório, que todos os padrinhos e madrinhas estejam presentes na celebração do Batismo. Mas onde, devido a distâncias muito grandes ou outras razões isso não é possível, o padrinho ou madrinha ausente pode participar com um voto por escrito. Este é lido por ocasião do culto, acompanhado pela carta de recomendação da sua Comunidade.
Muitas perguntas têm surgido quanto à admissão de padrinhos e madrinhas de outras Igrejas. Há os casamentos interconfessionais. As famílias hoje têm parentes e amigos que pertencem a outras Igrejas. Frequentemente, os pais dos batizandos apresentam padrinhos e madrinhas de outra religião. Como já mencionei acima, esta questão foi assunto de deliberação em Concílio Geral. Concluiu-se que, como Igreja ecumênica, podemos aceitar padrinhos e madrinhas de outras Igrejas cristãs cuja prática e doutrina do Batismo são semelhantes à nossa. Basicamente, são as Igrejas que participam do Conselho Nacional de Igrejas Cristãs (CONIC): a católica, a anglicana, a metodista, a ortodoxa e outras menores. É importante, porém, que estes padrinhos e madrinhas participem do curso de preparo em nossa Igreja. Afinal, esperamos que ensinem ao batizando a valorizar o seu Batismo na Igreja luterana – e que tragam uma recomendação de sua Comunidade de origem. Também é desejável que a metade dos padrinhos e madrinhas seja da IECLB.
A questão se torna problemática, quando os pais convidam pessoas declaradamente agnósticas, espíritas ou que não participam de nenhuma Igreja. Será responsável convocar estas pessoas para serem um exemplo de fé para a criança a ser batizada? Falta-lhes o essencial para esta tarefa: a fé e a convivência na Comunidade cristã. Com isto, não fazemos nenhum julgamento sobre estas pessoas. Pois, no Brasil, toda pessoa tem o direito de viver conforme a sua convicção. Se ela não tem a mesma fé como eu, não tenho direito algum de condená-la. Mas convidá-la para ser padrinho ou madrinha é outra questão. Pode ser amiga, tia, conselheira dos meus filhos, mas não madrinha ou padrinho.
Outro problema surge quando pais convidam pessoas que pertencem a Igrejas que condenam o Batismo infantil. Isto acontece especialmente nas Igrejas batistas e pentecostais. Estas Igrejas, por conseguinte, não conhecem nem aceitam o ofício de padrinho e madrinha. Como poderiam comprometer-se com o Batismo de uma criança, se o condenam? Pessoas que pertencem a uma Igreja que pratica somente o Batismo de pessoas adultas têm a obrigação de informar, quando convidadas a serem padrinho ou madrinha, que a sua convicção religiosa as impede de assumir esta tarefa. Certamente podem ser um bom exemplo de vida cristã. Também não há motivo de condenar a sua doutrina. A própria IECLB pratica tanto o Batismo de crianças quanto o de pessoas adultas. O problema, porém. reside na condenação do Batismo de crianças.
Quando se pode negar o Batismo? Recebo cartas de obreiros e presbíteros que perguntam: Se o pai é espírita, deve-se batizar a criança? Ou se os pais declaradamente não querem nada com a Igreja e negam a fé em Deus…? O “Nossa Fé – Nossa Vida” prevê a possibilidade de o Presbitério não admitir uma criança para o Batismo. O “Presbitério junto com o pastor” fará isto para evitar que este dom de Deus seja menosprezado. Quando o Batismo é menosprezado? Quando os pais não participam da Igreja, ou não sabem nem querem saber o que significa o Batismo, ou seguem outras crenças ou doutrinas, mas querem “batizar” a criança porque é costume, porque todos o fazem, ou até para mostrar que conseguem o Batismo sem participar da Comunidade. Sei que é muito difícil para um Presbitério tomar uma decisão em tal situação. Muitas vezes uma decisão dessas envolve relacionamentos pessoais e amizades. Por isso, muitos Presbitérios preferem empurra-la ao pastor ou à pastora. Isso não é correto. Conforme o ensino de Lutero no Catecismo, o que torna o Batismo efetivo “é a palavra de Deus unida à água e a fé que confia nesta palavra”. Portanto, é mau uso batizar uma criança sem ter a certeza de que ela vai crescer e viver na Comunidade cristã. A negação de um Batismo, entretanto, não deve ser a solução final. A Comunidade tem o dever missionário de procurar corrigir tais situações, buscando as pessoas para o seu meio e envolvendo-as com o amor cristão. Importa destacar que a Comunidade/Igreja que batiza crianças tem a obrigação de oferecer-lhes ensino cristão intensivo e qualificado. Por isso, devemos valorizar e priorizar o trabalho com crianças através do culto infantil, o ensino confirmatório e outras formas.
(…) E quanto à água no Batismo? Sei que diante de múltiplas religiões que há ao nosso redor, membros são confrontados com doutrinas as mais diversas e, muitas vezes, não sabem posicionar-se. Há, p. ex., aquelas Igrejas que afirmam que somente o Batismo de imersão – quando a pessoa inteira é mergulhada na água – é válido. O Batismo de aspersão praticado na IECLB – que usa pouca água – não teria valor. A estes nós respondemos: Não é a quantidade da água que valoriza o Batismo, mas a palavra de Deus e a fé. A água é importante como sinal visível e sensível da ação de Deus na pessoa, mas não encontramos nenhum preceito no Novo Testamento que prescreve a quantidade que deve ser usada.
Batismo é festa comunitária: Com certa frequência, Presbitérios e pastores/as são solicitados/as a realizarem Batismos em casas particulares, em família, ou em outras situações. É claro que há momentos que exigem tratamento e cuidados especiais. No entanto, importa preservar o que expliquei acima e que faz parte da nossa compreensão bíblica e teológica do Batismo: o instrumento que Deus usa no Batismo é a Comunidade e o seu ministério. Por isso, na IECLB insistimos em que os Batismos sempre aconteçam em culto da Comunidade. Pois a Comunidade reunida em culto expressa a sua alegria e a gratidão diante de Deus que, através do Batismo, integra mais um membro na sua Igreja e a compromete a acompanhá-lo na sua vida.
Posicionamento Valorizando o Batismo – 1997
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